A HBO reafirmou seu apoio à J.K. Rowling em meio às críticas de transfobia de militantes LGBT. Com o anúncio do remake da saga Harry Potter, algumas pessoas questionaram o envolvimento na série, que será transmitida no streaming Max.
Em resposta, a emissora divulgou um comunicado reforçando o direito dela em expressar suas opiniões sobre quaisquer assuntos.
O texto veio a público em novembro de 2024 e diz:
"Temos o orgulho de contar, uma vez mais, a história de Harry Potter - os livros emocionantes abordam o poder da amizade, o poder da aceitação e o poder da determinação. Permaneceremos focados no desenvolvimento desta nova série, que em muito beneficiará do seu envolvimento".
A perseguição dos ativistas trans contra JK Rowling começou em 2017, quando ela curtiu um post no X com um artigo crítico à militância trans. Na época, um fã disse que ela era Voldemort, em referência ao vilão da saga Harry Potter.
Desde então, ela não para de ser atacada por suas opiniões. Isso levou a questionamentos sobre sua participação no remake de Harry Potter, fazendo a HBO se manifestar.
Em junho de 2020, Eddie Redmayne disse que discorda de JK e que “trans estão cansados de terem suas identidades constantemente questionadas”.
Segundo o protagonista da trilogia Animais Fantásticos, derivada da saga Harry Potter, tais questionamentos “muitas vezes levam à violência e ao abuso”.
"Como alguém que trabalhou com J.K. Rowling e com membros da comunidade trans, quero deixar claro meu ponto de vista. Não concordo com os comentários de JK. Mulheres trans são mulheres, homens trans são homens e identidades não-binárias são válidas”.
Alguns membros da comunidade trans criticam a forma como J.K. Rowling foi tratada, afirmando que discordar das opiniões dela não justifica ataques pessoais e acusações de transfobia.
O aparente silenciamento de quem discorda de militância trans, mesmo sendo simpático ao movimento, gera a dúvida se algo maior está por trás de tudo isso.
Para investigar, a Brasil Paralelo colheu fatos sobre o tema. O resultado da investigação está compilado em As Grandes Minorias, original que discute o que existe por trás desse tipo de ativismo. Assista:
Em 2018, mais uma curtida de um post no X rendeu mensagens de ódio a JK Rowling. Ela aprovou um post dizendo que mulheres trans são “homens de vestido”. Na época, um assessor disse que ela “se confundiu” ao usar a plataforma e “curtiu sem querer”.
Em 6 de junho de 2020 a perseguição alcançou seu auge. Rowling retuitou um artigo de opinião que discutia “pessoas que menstruam”. Ela se revoltou por não citarem a palavra mulher.
Escreveu como se estivesse tentando lembrar da palavra woman, mulher em inglês:
“'Pessoas que menstruam.' Tenho certeza de que costumava haver uma palavra para essas pessoas. Alguém me ajude. Wumben? Wimpund? Woomud?”.
Mesmo criticada, não voltou atrás em sua convicção. Foi além e disse que se sexo não existir, então a militancia LGBT não tem sentido:
"Se sexo não existe, não há atração entre pessoas do mesmo sexo. Se sexo não existe, a realidade vivida por mulheres ao redor do mundo é apagada. Eu conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo tira a capacidade de muitos falarem de suas vidas de forma significativa. Não é ódio falar a verdade".
J.K. Rowling afirmou que é absurdo pensar que mulheres como ela odeiam essas pessoas por acreditarem que o sexo é real e tem consequências vividas.
"É absurdo pensar que mulheres como eu odeiam pessoas trans. Temos sido empáticas com elas por décadas. Ambas as populações são vulneráveis à violência masculina. Acreditar que o sexo é real e tem consequências não muda isso".
JK também expressou sua frustração com os ataques, uma vez que se declara homossexual e considerava-se parte da comunidade LGBT:
"Eu nunca me senti tão silenciada, ignorada e atacada como lésbica dentro da nossa suposta comunidade GLBT quanto nos últimos anos."
Por fim, declarou que seu respeito aos direitos dos trans não muda o fato de que ela é mulher e defende as mulheres:
“Eu marcharia ao seu lado se você fosse discriminado por ser trans. Ao mesmo tempo, minha vida foi moldada por ser mulher. Não acredito que seja odioso dizer isso".
A transsexual holandesa Valentijn De Hingh criticou a forma como militantes trataram JK Rowling. Em um artigo de 2020, afirma que as preocupações dela “já foram refutadas por outros artigos”.
No entanto, chama a atenção pela forma respeitosa como Rowling trata os trans.
"Enquanto outras feministas críticas de gênero deliberadamente desrespeitam o gênero de pessoas trans, minimizam a agressão contra a comunidade transgênero ou sugerem que mulheres trans são apenas criminosas sexuais enganosas, Rowling parece é empática".
De Hingh considera as preocupações de Rowling "irracionais", mas destaca que isso não justifica a maneira como a comunidade trans e seus apoiadores estão tratando-a.
“Como Alvo Dumbledore, diretor de Hogwarts e, pelo que entendi, seu personagem favorito, diz em Harry Potter e o Cálice de Fogo: "À luz do retorno de Lord Voldemort, somos tão fortes quanto estamos unidos, tão fracos quanto estamos divididos... Só podemos lutar [contra a discórdia e a inimizade] demonstrando um vínculo igualmente forte de amizade e confiança".
JK Rowling é mais uma prova de que a militância trans não aceita ser questionada nem por aqueles que lhes são simpáticos. O mesmo aconteceu com Jerry Coyne, que teve um artigo científico retirado do ar por dizer que só existem dois sexos.
A forma de tratar quem discorda é repudiada até por militantes como Valentijn De Hingh, que afirma em seu blog a necessidade de respeitar e ser gentil com as pessoas independente de suas opiniões.
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