O portal G1, da rede Globo, publicou ontem, 29 de janeiro, uma matéria para comemorar o dia internacional da visibilidade trans. O texto apresentava a história de uma mãe que afirma ser transgênero e começou o processo de troca de sexo, adotando o nome de Raphael.
A questão é que essa mulher deu início ao procedimento anos depois de sua filha de 10 anos de idade ter começado o mesmo. Segundo a matéria, a criança, que atualmente responde como Gustavo, começou o processo quando tinha apenas 4 anos de idade.
O jornal conta que o procedimento está sendo feito em no Hospital das Clínicas de São Paulo, através de dois órgãos ligados à USP:
A ideologia de gênero é a teoria que afirma que o sexo biológico não define se uma pessoa é homem ou mulher. Segundo essa perspectiva, os gêneros seriam apenas construções sociais, que podem ser desconstruídas e alteradas livremente, de acordo com a sociedade.
A Brasil Paralelo investigou esse tema no episódio “Geração sem Gênero”, o terceiro da minissérie “As Grandes Minorias”.
Segundo uma reportagem de 2023 do G1, 380 pessoas estavam recebendo tratamento para trocar de sexo biológico no ambulatório do instituto de psiquiatria. Desse total, apenas 100 são maiores de 18 anos.
A maioria, 180 pacientes, eram adolescentes com idades entre 13 e 17 anos e outras 100 crianças entre 4 e 12 anos estavam nas etapas iniciais do processo. O governo brasileiro autoriza que crianças entre 4 e 12 anos recebam bloqueadores de hormônios, para atrasar a puberdade.
A finalidade de usar esses medicamentos no caso de transições é impedir mudanças corporais, como o crescimento de mamas e a primeira menstruação.O Ministério da Saúde não recomendava cirurgias do tipo, com base em uma portaria de 2013. No entanto, a postura do órgão mudou desde então.
No ano passado, o governo emitiu uma nova portaria abaixando as idades recomendadas para esse tipo de processo, acatando a posição do Conselho Federal de Medicina desde uma resolução feita em 2019.
Existem seis hospitais da rede pública que oferecem esse tipo de tratamento para pessoas nessa idade, todos em instalações ligadas a universidades públicas, a maioria federais. Quando essas crianças completam 13 anos podem começar a receber hormônios do sexo oposto, para que seu corpo comece a se transformar.
Assim que essas pessoas atingem a maioridade, aos 18 anos, já podem fazer a cirurgia de troca de sexo.
Na matéria do portal G1, foram usados trechos de uma entrevista feita com Raphael e Gustavo no ano passado. Raphael conta que os primeiros sinais de transgenerismo apresentados por sua filha começaram a aparecer quando a criança tinha apenas dois anos de idade:
“Eu percebi que o Gustavo era uma criança trans quando ele tinha dois anos de idade. Ele sempre rejeitava tudo que era feminino.”
A mãe mantém uma conta pública no instagram com 24 milhões de seguidores, onde fala junto com suas filhas sobre o movimento LGBT e defende a existência de crianças trans. Em uma publicação feita pela mãe ainda em 2020, quando Gustavo tinha 5 anos, aparecem fotos da criança com fralda e chupeta vestindo roupas masculinas.
Em outra publicação, a criança conta um pouco sobre o processo de transição, dizendo que não gostava quando era vestida pela mãe. Gustavo segue dizendo que um dia contou para sua mãe que era trans. Segundo o vídeo, ele teria medo de não ser acolhido:
“Eu estava com muito medo que ele [Raphael] não me acolhesse. Ele foi lá, diferente dos outros e me acolheu. Porque a maioria dos pais querem que a criança seja do jeito que eles querem. E isso me dói muito”
Em outra publicação, feita no ano passado, a mãe conta que mudou o registro de nascimento da criança, mudando seu nome nos registros oficiais. No vídeo é mencionado que a criança de 10 anos de idade chegava a ter crises de ansiedade e a chorar quando alguém usa seu nome antigo:
A criança também trabalha como ator mirim em curtas e filmes, interpretando principalmente transsexuais, mas também meninos.Além de Gustavo, Raphael tem outras duas filhas: uma garota de 16 anos que se identifica como não binária e outra de 13 anos, que é autista.
Como um veículo independente, não aceitamos dinheiro público. O que financia nossa estrutura são as assinaturas de cada pessoa que acredita em nossa causa.
Quanto mais gente tivermos conosco nesta missão, mais longe iremos. Por isso, agradecemos o apoio de todos vocês.
Seja também um membro da Brasil Paralelo e nos ajude a expandir nosso jornalismo. Clique aqui.
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP