Kamala Harris esteve no centro de uma controvérsia que envolveu sua defesa do direito ao aborto.
Na última quinta-feira, a democrata realizava um discurso na Universidade de Wisconsin-La Crosse quando, ao ser confrontada por ativistas pró-vida, afirmou que eles estavam no comício errado.
No discurso, Harris falava que o ex-presidente Donald Trump havia “escolhido a dedo” três juízes para a Suprema Corte. Esses indicados teriam colaborado para que Trump derrubasse os efeitos da decisão Roe v. Wade.
Ao citar o suposto favorecimento de Trump pelos juízes que indicou, a democrata foi interrompida por um manifestante que gritou: "isso é mentira".
"Ah, vocês estão no comício errado" , ironizou Harris. "Acho que vocês pretendiam ir ao [comício] menor, lá embaixo na rua."
Enquanto era aplaudida por seus apoiadores, o grupo de manifestandes pró-vida continuou a se manifestar, entoado frases como: “Jesus é o Senhor” e outras aclamações cristãs contrárias ao aborto.
O jornal The New York Post afirmou que os estudantes Grant Beth e Luke Polaske foram “zombados" por Harris e ridicularizados pela multidão no comício. Em entrevista ao 'Fox & Friends Weekend' os dois teriam dito que se sentiram “perseguidos como Cristo” ao terem sido expulsos do evento após gritarem 'Jesus é o Senhor”, quando a democrata começou a falar sobre direitos ao aborto.
Um deles enfatizou que Harris até acenou sarcasticamente e lhe direcionou 'um sorriso maligno' enquanto ele segurava a cruz em volta do pescoço e apontava para ela ao ser expulso com seu amigo.
Segundo a CBS de Austin, Luke Polaske publicou uma mensagem no X em que escreveu:
“O cristianismo é a religião mais odiada e perseguida do mundo. Eu vi isso em primeira mão quando minha fé foi zombada e insultada pela vice-presidente dos Estados Unidos". A mensagem era dirigida à sua “família cristã”.
A democrata já se declarou favorável ao direito das mulheres decidirem sobre o aborto. No primeiro evento de campanha, organizado após ser indicada por Joe Biden, em 23 de julho, a democrata enfatizou que, caso seja eleita, impedirá as proibições extremas impostas por Trump:
“[... ] porque confiamos que as mulheres tomarão decisões sobre o seu próprio corpo e não deixaremos que o seu governo lhes diga o que fazer”.
Ainda ressaltou para uma multidão no Wisconsin:
“E quando o Congresso aprovar uma lei para restaurar as liberdades reprodutivas, como presidente dos Estados Unidos, vou sancioná-la”.
Em julho deste ano, o presidente Joe Biden, democrata como Harris, assinou uma ordem executiva que busca proteger o acesso das mulheres americanas a medicamentos para aborto e contracepção de emergência, além de proteger a privacidade dos pacientes. Em um evento na Casa Branca, Biden reiterou seu apelo para que os eleitores escolham apoiadores dos direitos ao aborto, para contrabalançar o que ele chamou de 'um exercício de poder político bruto.'
A pauta dos direitos reprodutivos é uma das mais importantes nos debates presidenciais norte-americanos.
O candidato Donald Trump defende que as decisões sobre o tema fiquem a cargo de cada um dos estados.
Antes da Convenção Republicana, o partido produziu um documento em que se posiciona sobre o tema:
“Acreditamos que a 14ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos garante que nenhuma pessoa pode ser negada a vida ou a liberdade sem o devido processo, e os Estados são, portanto, livres para aprovar leis que protejam esses direitos”.
Além da polêmica a respeito do aborto, o comício de Harris também foi interrompido por vários manifestantes pró-Palestina. Alguns deles gritavam: “Paz para Gaza”e frases do gênero.
Os eleitores norte-americanos estão divididos entre os dois candidatos. O Washington Post e a Schar School realizaram um novo conjunto de pesquisas nos sete estados-pêndulo norte-americanos. O levantamento comprovou que os eleitores estão divididos entre Kamala Harris e Donald Trump.
Isso significa um avanço na candidatura do republicano. Há seis dias, Trump tinha 42% dos votos contra 45% da democrata. As eleições norte-americanas deverão ocorrer no dia 5 de novembro de 2024.
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