A cidade de Gravataí, na zona metropolitana de Porto Alegre, está no centro de uma polêmica sobre a criação de uma estátua gigante de Lúcifer e de um santuário voltado à sua adoração.
A estátua ficaria em um sítio onde o grupo "Nova Ordem de Lúcifer na Terra" estaria construindo um templo.
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, no entanto, impediu a inauguração do local após acatar uma ação movida pela prefeitura de Gravataí.
De acordo com o processo, o grupo não contaria com um título de pessoa jurídica e nem com alvará de funcionamento necessários para o local funcionar legalmente, além disso, faltaria um plano contra incêndios no local.
A decisão também levou em conta a falta de segurança para as pessoas envolvidas com o culto, já que a organização estaria recebendo diversas ameaças desde o anúncio da construção.
A justiça defendeu sua decisão afirmando que levou em conta fatores como a liberdade religiosa:
"A decisão considerou que a liberdade religiosa é um direito fundamental, consagrado na Constituição Federal. No entanto, observou que os templos religiosos devem cumprir exigências para o funcionamento."
Para Lukas Bará, um dos líderes da seita, o real motivo da decisão teria sido "intolerância religiosa". Em uma entrevista concedida à CNN Brasil, o satanista afirmou que:
"É muito curioso que o nosso prefeito tem dado espaços públicos, terrenos públicos, para igrejas. Agora, quando é um espaço privado nós não podemos praticar? Eu acho que isso tem nome, é perseguição religiosa e intolerância."
Ao ser procurado pela CNN, o prefeito de Gravataí, Luiz Zafflon (PSDB), afirmou que se tiver peregrinação passa a ser necessário o alvará:
"Para ter peregrinação, por exemplo, ele vai precisar ter alvará. Aí começa a modificar as coisas. Evidentemente que a Procuradoria Geral do Município vai avaliar, o pessoal da Secretaria correspondente vai avaliar, mas em princípio não tem isso. Se tiver, evidentemente ele vai ter que pedir alvará para a Prefeitura."
Os principais nomes ligados à criação do grupo são dois homens que utilizam das redes sociais para fazer propaganda de rituais de amarração.
Lukas Bará da Rua é um praticante da Quimbanda, uma religião de matriz africana.
Essa prática é voltada para o contato com entidades consideradas “mais mundanas”, como: exus, pombagiras e até mesmo demônios.
O site pessoal do místico se dedica à venda de amarrações amorosas, rituais de magia contra inimigos e prosperidade no trabalho.
Os três tipos de amarração que ganham destaque na página são:
A página, repleta de símbolos satânicos como o pentagrama invertido, afirma que o autoproclamado Táta (sacerdote) já uniu mais de 10 mil casais ao longo de 18 anos.
O outro nome que aparece como um dos principais porta-vozes desse grupo é o tatá Hélio Astaroth, nome que homenageia um demônio.
Em sua conta, o ocultista afirma ter contatos com entidades que fazem rituais para pessoas que "idolatram Lúcifer".
Em um dos vídeos postados na conta do Instagram, o satanista afirma que a construção da estátua e a fundação da "Nova Ordem de Lúcifer na Terra" fez com que demônios aceitassem participar de seus rituais para amarração.
Segundo a tradição das religiões abraânicas, Lúcifer foi um querubim que se rebelou contra Deus. Movido pelo orgulho, ele teria liderado um terço dos anjos.
O arcanjo chefe da milícia celeste, São Miguel, derrotou Lúcifer e o expulsou do reino de Deus, junto com seus seguidores.
Condenados à desgraça e guiadas pelo ódio contra Deus e a criação, essas entidades passaram a buscar formas de se vingar.
Por esse motivo, atormentam a humanidade desde seu surgimento. Essa é a origem dos demônios, popularmente chamados de anjos caídos.
Irônicamente, enquanto os satanistas constroem um santuário para o diabo, com uma imagem de cinco metros, a Igreja Católica está fazendo uma estátua de 32 metros em honra a São Miguel Arcanjo.
Será a maior estátua católica do mundo e fará parte do Complexo Religioso Gruta do Arcanjo, no interior paulista.
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