Segundo nota técnica publicada pelo Ministério da Saúde do Governo Lula, os serviços de saúde não poderiam determinar um prazo máximo de gravidez para o aborto nos casos permitidos pela lei:
“Destarte, se o legislador brasileiro ao permitir o aborto, nas hipóteses descritas no artigo 128 não impôs qualquer limite temporal para a sua realização, não cabe aos serviços de saúde limitar a interpretação desse direito.”
Ainda segundo a nota:
“Em razão disso, aos serviços de saúde incumbe o dever de garantir esse direito de forma segura, íntegra e digna oferecendo devido cuidado às pessoas que buscam o acesso a esses serviços, sem imposição de qualquer limitação e/ou discriminação, senão as impostas pela Constituição, pela lei, por decisões judiciais e orientações científicas internacionalmente reconhecidas.”
Essa nota corrobora que médicos realizem o aborto independentemente do tempo de gestação. Essa prática é amplamente criticada por especialistas na área que defendem que além da morte do bebê, o aborto gera severos danos físicos e psicológicos à mãe.
Atualização: Após a repercussão negativa da decisão, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, cancelou a nota técnica emitida pelo Governo nesta quinta-feira, 29 de fevereiro.
De acordo com o Código Penal brasileiro, provocar o aborto em situações que não são permitidas por lei é um crime. Três artigos mostram as punições para os envolvidos:
"Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos.
Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."
O Código Penal ainda aborda outras situações em que os envolvidos podem ter agravantes ou atenuantes em sua punição. De outro lado, a legislação e a jurisprudência brasileira permitem a realização do aborto em três ocasiões:
Existe uma nota do técnica do Ministério da Saúde, divulgada no ano de 2005, que orienta o prazo máximo para o aborto legalizado no Brasil sendo de 22 semanas. Porém, não existe uma legislação clara sobre o tema e é nessa falta de definição, que baseia a portaria divulgada no dia 28 de fevereiro de 2024 pelo Ministério da Saúde do Governo do Lula, que orienta a liberação do aborto para qualquer fase da gestação.
Uma pesquisa realizada pelo Paraná Pesquisas, em 2021, concluiu que 79% da população é contrária à legalização do aborto no Brasil. A pesquisa ouviu 2.060 pessoas, com idade a partir de 16 anos, de 26 estados mais o Distrito Federal.
A Pesquisa Global da Ipsos, divulgada pela CNN, revelou que o número de pessoas que defende o aborto no Brasil em qualquer caso ou na maioria dos casos, sofreu uma queda expressiva de 9 pontos percentuais. Eram 48% em 2022, contra 39% agora em 2023.
Foram entrevistadas mil pessoas, de idade entre 16 e 74 anos, com uma margem de erro de 3,5%.
Outra pesquisa realizada pelo DataFolha em 2022, aponta que:
Com base nas projeções do Data Folha, 7 em cada 10 brasileiros se opõe totalmente à prática do aborto ou no mínimo são contra a legalização em situações além daquelas já previstas em lei.
A Brasil Paralelo produziu um documentário que investigou esse tema a fundo para responder a pergunta: do que se trata quando falamos de aborto?
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