“Para equilibrar a produção, a gente vai ter que importar arroz”. Foi o que disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando questionado sobre o risco de desabastecimento por causa das inundações no Rio Grande do Sul.
O estado gaúcho é o maior produtor do grão no país, sendo responsável por 70% da produção nacional. Logo no início da crise humanitária cogitou-se a possibilidade de desabastecimento de um dos principais ítens do cardápio do brasileiro.
A possibilidade foi descartada pelo presidente do Instituto Rio Grandense de Arroz. Rodrigo Machado explicou que as enchentes que assolam a região produtora não comprometeram a colheita. Machado afirma que 84% da safra de arroz já havia sido colhida quando a água subiu.
“Restaram 142 mil hectares a colher. Destes, 22 mil hectares foram perdidos e 18 mil ficaram parcialmente submersos. Entre os grãos estocados nos silos, houve comprometimento de 43 mil toneladas”, disse em entrevista ao portal de notícias do estado.
O governo, porém, insiste na importação do produto. Para isso, já está realizando estudos para a compra e distribuição diretamente aos supermercados.
Diante do cenário, surge a polêmica com relação ao rótulo dos pacotes. O executivo estaria planejando colocar a logo do governo federal para estampar os pacotes de um dos principais alimentos da mesa do brasileiro.
Um grande portal de notícias reportou que o Presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio, deputado Pedro Lupion (PP-PR), classificou a medida como abuso de poder político.
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O político alega que a iniciativa do governo Lula se assemelha a uma espécie de propaganda eleitoral. Para Lupion a ação irá prejudicar os produtores que não perderam tudo nas inundações que atingem o Rio Grande do Sul desde o início do mês passado.
O suposto rótulo contém logo do governo federal e o nome de ministérios.
A senadora Thereza Cristina (PP-MS), que foi ministra da agricultura no governo passado, declarou que o anúncio sobre a importação do grão foi precipitado. Afirmou que a maior parte da safra já foi colhida e que não há risco de abastecimento.
O mesmo portal de notícias afirmou que o governo pretende destinar R$7,2 bilhões para a compra do grão. O insumo será importado e vendido diretamente na região metropolitana das principais capitais do Brasil .
A senadora enfatizou ainda que devido à diferença entre o arroz produzido fora e o produto brasileiro, é possível que a população não adapte o paladar ao grão importado. A consequência disso seria o encalhe dos estoques nos supermercados.
A Companhia Nacional de Abastecimento será a responsável por fazer o leilão que vai autorizar a compra do produto. O ministro Carlos Fávaro disse também que o preço do arroz será tabelado. O pacote de 2 kg vai custar R$8,00.
O deputado Lupion e a senadora Thereza Cristina a medida irá causar aumento no produto nacional. Já no Congresso Nacional, deputados criticaram a medida.
O senador Ireneu Orth (PP-RS) declarou a um grande portal de notícias que uma opção seria o governo comprar o arroz nacional. Dessa forma incentivaria o produtor brasileiro e manteria a economia girando.
“Falo em defesa da produção nacional, que neste ato foi desrespeitada”, finalizou.
O site da Conab informou que o leilão foi realizado ontem (29). Até o fechamento desta reportagem o vencedor não havia sido divulgado.
O governo federal até o momento também não se manifestou sobre a polêmica relacionada ao rótulo.
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