O papa Francisco faleceu nesta segunda-feira, 21 de abril, aos 88 anos. Sua última aparição pública ocorreu no domingo de Páscoa (20).
Em meio às muitas mensagens deixadas ao longo de seu pontificado, um alerta feito aos jovens ganha destaque: o perigo de "virtualizar a vida".
Durante sua 41ª viagem apostólica, realizada entre 28 e 30 de abril com o tema "Cristo é o nosso futuro", Francisco teve um encontro marcante com milhares de jovens na Arena Esportiva László Papp, em Budapeste.
No evento, o papa incentivou a juventude a buscar metas altas, a "apostar alto" nos objetivos da vida e a "treinar-se" em diálogo com Jesus e em comunidade. Ele também valorizou o silêncio como espaço para a oração e o autoconhecimento.
Foi nesse contexto, que Francisco fez uma ressalva importante sobre o uso da tecnologia:
"Contudo o silêncio não é para se ficar preso ao celular e às redes sociais. Isso não, por favor! A vida é real, não virtual; não acontece num visor, mas no mundo! Por favor, não virtualizem a vida! Eu repito, não virtualizem a vida que é concreta."
A preocupação do Papa está de acordo com pesquisas que apontam para a relação dos jovens com os dispositivos digitais.
Um estudo feito no King's College de Londres em 2019, investigou dados de 42 mil jovens, e descobriu que 23% deles apresentavam comportamentos classificados como vício em smartphones.
Essa tendência está associada a uma série de problemas como: ansiedade, estresse e dificuldades de sono.
No Brasil, uma pesquisa do Instituto Papo de Homem com 4.000 jovens revelou que 44% se declaravam viciados em celular, com relatos frequentes de ansiedade e insônia ligados ao uso.
O discurso de Francisco em Budapeste não foi uma condenação à tecnologia, mas um chamado ao equilíbrio e à priorização da vida real.
O corpo do pontífice deverá ser enterrado na tarde de hoje e um conclave deverá escolher seu sucessor nos próximos dias.
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