Mesmo tendo sido uma das figuras mais influentes da história brasileira, apenas uma face do Marquês de Pombal é comumente conhecida. Um ministro iluminista, um homem das luzes e defensor da razão é uma das suas principais definições.
Muitas vezes, os conteúdos de história mostram rapidamente que ele cuidou da reforma de Lisboa após o grande terremoto da cidade, sendo alçado ao cargo mais importante da política portuguesa: a cadeira de primeiro-ministro.
Porém, Pombal tem uma Face Oculta que poucos brasileiros conhecem, uma história que pode ser inédita para muitas pessoas e que influenciou a situação social e educacional do Brasil contemporâneo.
Conheça agora 5 fatos desconhecidos sobre Marquês de Pombal.
Antes de se tornar uma das figuras mais influentes da história portuguesa, Sebastião José de Carvalho e Melo tentou a vida no Direito e até na carreira militar, mas não se destacou e não teve interesse em nenhuma dessas áreas, abandonando ambas rapidamente.
Com 23 anos, Pombal se casou com D. Teresa de Noronha e Bourbon, viúva de alta nobreza de 34 anos.
Muitos historiadores especulam que a iniciativa ocorreu por interesse em ingressar na alta nobreza. Na época, a família não viu com bons olhos a união com um fidalgo de menor prestígio.
A relação foi crucial para que Pombal acessasse círculos mais elevados da sociedade e futuramente conseguisse se tornar primeiro-ministro.
Na época de Pombal, a escravidão era um assunto a ser debatido. A Igreja Católica se posicionou contrária à prática e alertava os líderes políticos a fazerem o mesmo, mas os países europeus institucionalizaram a prática mesmo assim.
Como primeiro-ministro, Pombal aumentou ainda mais o comércio de escravos no Brasil através da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão, empresa que ele mesmo havia fundado e que lhe trouxe lucros pessoais.
Conhecido por ter poderes quase que absolutos em Portugal, Pombal dissolveu as capitanias hereditárias do Brasil. A mudança no sistema não foi apenas uma reorganização do sistema administrativo, mas um movimento político que estatizou diversas propriedades privadas.
Em 1758, após um suposto atentado contra o rei D. José I, Pombal rapidamente acusou a família Távora de ser a responsável por esse atentado. A família era uma das mais influentes de Portugal e adversária de seu governo.
Mas o que Pombal tinha de aversão pela família, ele não tinha de provas contra ela.
Como então ele conseguiria conduzir o processo até a execução dos Távora?
Com um julgamento rápido, autoritário, ignorando as leis vigentes e impondo torturas brutais.
Torturas tão brutais que forçaram “testemunhas” a confessarem sob extremo sofrimento, crimes que nunca cometeram, ou cenas que nunca presenciaram.
Dentre as torturas empregadas, estavam métodos como a roda, que fraturava os membros dos prisioneiros de forma lenta e dolorosa, e o estiramento no potro, uma prática que dilacerava músculos e tendões.
Essas técnicas visavam a obtenção de confissões e a destruição física e psicológica das vítimas. Para Pombal, o objetivo era claro: extrair essas confissões a qualquer custo, forjando a veracidade das acusações e selando o mais rápido possível o destino dos Távora.
As execuções envolveram várias gerações da família Távora e seus aliados.
Eles ainda foram executados publicamente, para desencorajar qualquer resistência ao poder central, solidificando a autoridade de Pombal.
A brutalidade da punição pública chocou a população, que assistiu, atônita, à queda de uma das famílias mais respeitadas do país, aniquilada com requintes de crueldade.
Em uma das cenas aterradoras que foram assistidas pelo público, a marquesa de Távora, desesperada, implorava por uma morte rápida – mas fizeram questão de darem detalhes mórbidos sobre como seriam as execuções de cada um dos seus entes queridos, como seu marido e seus filhos, que morreriam depois dela.
Manoel Caldas Cordeiro cita um manuscrito da biblioteca pública de Lisboa, escrito por uma testemunha ocular, que nos traz mais detalhes:
“Quando ela julgava que ele ia acabar-lhe a vida, o carrasco descreveu-lhe minuciosamente o instrumento que ia servir ao seu suplício, mostrou-lhe a corda que havia de estrangular os seus dois filhos e o genro, o maço que havia de quebrar-lhes as pernas, os braços; contou-lhe como havia de morrer o marido, e em que divergia a morte do pai da dos filhos”.
Achou que a Face Oculta do Marquês de Pombal acabou aqui? O ministro iluminista tem uma extensa ficha de ações que escandalizaram gerações. Curiosamente, essa ficha é pouco conhecida.
Suas reformas educacionais e a disputa com os jesuítas atrasaram a educação brasileira e portuguesa em gerações.
Essa face oculta será revelada neste sábado (14/12) no mais novo episódio do Original BP Face Oculta, exclusivo para assinantes do streaming da Brasil Paralelo. O episódio narra em detalhes a vida de Marquês de Pombal a partir de provas históricas bem fundamentadas.
A Brasil Paralelo é uma empresa de entretenimento e educação cujo propósito é resgatar bons valores, ideias e sentimentos no coração de todos os brasileiros. Em sua história, a empresa já produziu documentários, filmes, programas e cursos sobre história, filosofia, economia, educação, política, artes e atualidades.
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