9 funcionários do Google foram presos acusados de ocupar os escritórios da empresa em Nova Iorque, Washington e na Califórnia. Segundo a CNBC News, os presos fizeram uma live num aplicativo usado na transmissão de jogos online.
O grupo protestava contra um contrato conjunto entre a empresa e o governo de Israel. De acordo com reportagem da CNBC, Google e Amazon fecharam recentemente um contrato de $1.2 bilhões de dólares para fornecer produtos de tecnologia ao governo de Israel.
Os manifestantes permaneceram nos escritórios usando camisas com os dizeres “Google contra o genocídio”.
“Sou contra o Google fazer quaisquer contatos militares, não importa com qual governo ou o objetivo do contrato”, disse o engenheiro de software da Google,Cheyne Anderson, em entrevista à CNBC.
O episódio traz à tona a pressão que a empresa tem sofrido de seus funcionários com relação ao uso de Inteligência Artificial em operações de Guerra. No mês passado um dos engenheiros da empresa interrompeu uma palestra interna da companhia para protestar contra esse tipo de negociação:
“Me recuso a desenvolver uma tecnologia que vai contribuir com o genocídio”, disse. Logo após o ocorrido o colaborador foi desligado.
Ariel Koren, um ex-funcionário que deixou a empresa em 2022 após o Google negociar o contrato com o governo de Israel, disse em entrevista à mesma rede de notícias que a Big Tech quer silenciar as pessoas:
“Acredito que o que aconteceu ontem é a evidência de que o Google está tentando silenciar aqueles que se opõem a esse contrato. Estão criando mais animosidade e raiva nas pessoas.”
Koren disse ainda que o acordo da empresa com o país israelita foi o estopim para seu pedido de demissão.
Em Nova Iorque a invasão começou ao meio dia de terça-feira (16) e terminou por volta das 09:30 da noite. A segurança da empresa pediu amigavelmente para que as pessoas se retirassem, mas o pedido não foi atendido e a polícia foi acionada.
Os envolvidos foram conduzidos à delegacia, onde ficaram por cerca de 4 horas. Em entrevista à CNBC alguns deles também protestaram contra as condições de trabalho.
“Queremos que a empresa pare com o assédio, intimidação e censura à colegas de origem palestina, árabe e muçulmana. É preciso abordar a crise de saúde e segurança que os que trabalham na Google Cloud enfrentam”
Na Califórnia a invasão aconteceu nos escritórios da Google Cloud. Esse setor gere a ferramenta de armazenamento de dados da empresa. Um dos locais invadidos foi o escritório do diretor executivo da Google Cloud, Thomas Kurian.
De acordo com informações da CNBC, as pessoas permaneceram por cerca de 9 horas no local, sendo retiradas por força policial.
A invasão nos escritórios do Google aconteceu apenas 3 dias após Israel ser atacado pelo Irã. Na semana passada a revista TIME divulgou em seu site que o Ministro da Defesa de Israel confirmou que a Big Tech forneceu infraestrutura tecnológica ao país.
De acordo com a reportagem, o Ministro da Defesa Israelense pediu ao Google para ampliar seu acesso à nuvem. Ele também teria pedido acesso a tecnologias de unidade de automação.
A versão do contrato divulgada pela revista não estava assinada nem pela companhia nem pelo ministro, porém a reportagem diz que em 27 de março um funcionário solicitou uma cópia executável do contrato. Ele ainda teria registrado que “as assinaturas seriam completamente offline.”
O jornal The Jerusalem Post divulgou ontem a posição do Google sobre o ocorrido. Nas palavras do porta voz da empresa a ação do grupo é uma violação dos direitos dos demais trabalhadores da empresa:
“Impedir que outros funcionários façam seu trabalho, bem como impedi-los de acessar as dependências da empresa é uma clara violação de nossas políticas. Todo o grupo envolvido no caso foi suspenso e teve seu acesso aos nossos sistemas cortado. Após a recusa em se retirar do local, as autoridades foram acionadas para removê-los e garantir a segurança do escritório.”
No dia 25 de abril, a Google anunciou que 20 funcionários envolvidos no episódio foram demitidos. Segundo informações da CNN, outros 30 colaboradores já haviam sido desligados.
Uma investigação interna foi instaurada para apurar as “perturbações do ambiente de trabalho no dia 16 de abril”. O porta-voz acrescentou que a investigação do ocorrido foi concluída.
“Descobrimos que algumas pessoas que não participaram propriamente do ato também estavam diretamente envolvidas. Os mesmos foram desligados.”
Em resposta ao Google, o grupo No Tech Apartheid emitiu um comunicado dizendo que os trabalhadores demonstraram força e que a Google está envergonhada.
A organização, que coordenou o protesto, disse na segunda-feira (22) que alguns dos demitidos não estavam no protesto. O comunicado chama a ação da empresa de uma retaliação agressiva e desesperada.
“Agora a empresa está atacando quaisquer trabalhadores que estivessem fisicamente próximos ao protesto, incluindo os que não estavam envolvidos no ato.” - disse o comunicado emitido na segunda-feira (22).
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