Em dezembro do ano passado, o soldado israelense Yuval Vagdani veio passar uma as férias junto com alguns amigos no Morro de São Paulo, na Bahia.
Ao descobrir da presença do militar no país, um grupo palestino chamado de Fundação Hind Rajab (HRF) acionou a Justiça local.
Segundo o grupo, Vagdani estaria envolvido na suposta destruição de um bairro conhecido como corredor Netzarim na Faixa de Gaza.
De acordo com a fundação, a ação teria acontecido sem um contexto de combates na região:
“Esses atos fazem parte de um esforço mais amplo para impor condições de vida insuportáveis aos civis palestinos, o que constitui genocídio e crimes contra a Humanidade segundo o direito internacional”
Para provar o suposto envolvimento do soldado no ataque, o grupo teria usado publicações feitas nas redes sociais.
Vagdani teria postado fotos suas em meio a destroços em Gaza com declarações de apoio às ações do governo israelense.
Em uma das publicações, o militar teria escrito: “destruindo e esmagando este lugar imundo, sem pausa, até os seus alicerces”.
Após receber a denúncia da fundação, a juiza Raquel Soares Charelli, da Seção Judiciária do Distrito Federal, emitiu um pedido de investigação à Polícia Federal (PF).
Além da abertura de uma investigação, o HRF também teria pedido que a Justiça determinasse a prisão preventiva do militar, o que não foi acatado.
Um amigo do soldado teria sido informado da investigação pela representação diplomática israelense.
O embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, disse que monitorou a saída de Vagdani do país:
“Acompanhamos à distância o processo de saída dele, para sabermos qual sua situação. Nós acompanhamos a saída. A decisão e a ação foram dele.”
Além disso, o Ministrério das Relações Exteriores de Israel confirmou em nota que “prestou apoio durante todo o evento e garantiu sua saída rápida e segura”.
Vagdani teria deixado o país em um voo comercial entre Salvador e Buenos Aires e em seguida ao seu país natal.
Além de afirmar ter prestado assistência ao militar e sua família, o Ministério das Relações Exteriores de Israel pediu que os soldados se atentem ao que postam nas rtedes sociais para evitar situações semelhantes.
O parlametar israelense Dan Illouz compartilhou uma mensagem de repúdio ao governo brasileiro.
Illouz acusou o Brasil de estar apoiando o terrorismo contra israelenses por causa da investigação:
"O Brasil se tornou um Estado patrocinador de terroristas. Em vez de perseguir terroristas, persegue um soldado das FDI – um judeu que sobreviveu a um massacre brutal e defende seu povo. Uma vergonha imperdoável. Israel não ficará de braços cruzados diante da perseguição a seus soldados e, se o Brasil não corrigir seu caminho, pagará um preço".
A advogada contratada pela Fundação para pedir a investigação, Maira Pinheiro, disse em entrevista à CNN internacional que os esforços da embaixada para ajudar Vagdani mostram sua importancia:
“O governo israelense interveio para ajudá-lo a escapar das autoridades brasileiras, o que revela muito sobre sua excepcionalidade."
O presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil, Ualid Rabah, afirmou que o governo israelense desrespeita a soberania nacional ao ajudar o soldado a deixar o país:
“Houve uma ofensa severa à soberania do Estado brasileiro por um Estado investigado por genocídio, crimes de guerra, crime de Apartheid e colonialismo”.
Em nota, a organização de apoio a Israel e defesa ao antissemitismo Stand with us Brasil afirmou que a HRF trabalha para alimentar uma narrativa favortável ao grupo terrorista Hamas:
“Os líderes da HRF utilizam o sistema jurídico brasileiro para promover narrativas alinhadas aos interesses do Hamas, uma estratégia que enfraquece o propósito legítimo de defesa dos direitos humanos”
O ministro de Assuntos da Diáspora e Combate ao Antissemitismo de Israel, Amichai Chikli, divulgou uma carta enviada ao parlamentar Eduardo Bolsonaro com críticas ao governo Lula:
“O fato do judiciário brasileiro, com o apoio do presidente Lula, apoiar indivíduos com visões tão extremistas, especialmente quando nos aproximamos do aniversário de 80 anos da libertação de Auschwitz é uma desgraça para o governo brasileiro.”
O trecho da carta faz referência às lideranças do HRF, que teriam integrado organizações terroristas e vinculado a discursos radicais.
O grupo sediado na Bélgica se apresenta como uma organização de defesa dos direitos humanos focado na situação dos palestinos.
Apesar do discurso humanista, uma reportagem do Jerusalem Post mostra os laços entre o principal representante do grupo, Dyab Abou Jahjah, e o grupo terrorista Hezbollah.
De acordo com a matéria, Jahjah teria chegado a participar da guerra entre Israel e o Hezbollah no Líbano em 2006.
Outro líder da organização, Karim Hassoun também fez declarações polêmicas nas redes sociais, defendendo os ataques de 7 de outubro.
Em uma publicação resgatada Chikli, Hassoun “condena” o Hamas por ter sequestrado “apenas 200” e não 500 ou 1.000 pessoas durante o atentado.
Como um veículo independente, não aceitamos dinheiro público. O que financia nossa estrutura são as assinaturas de cada pessoa que acredita em nossa causa.
Quanto mais gente tivermos conosco nesta missão, mais longe iremos. Por isso, agradecemos o apoio de todos vocês.
Seja também um membro da Brasil Paralelo e nos ajude a expandir nosso jornalismo. Clique aqui.
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP