A bolsa japonesa fechou com queda de 12%, o pior dia para o país desde a quarta-feira negra de 1987, quando os índices apontaram para uma queda superior a 14%.
O país está longe de ser o único a apresentar resultados negativos em meio a uma segunda-feira marcada por um cenário de crise no sistema financeiro.
Uma série de fatores na economia mundial são responsáveis pela “tempestade perfeita” que ocorreu no dia de hoje.
Veja a seguir os principais motivos.
O cenário de instabilidade no Oriente Médio, que foi aprofundado pela morte do líder do Hamas, é um dos motivos pelo qual as bolsas apresentaram queda no dia de hoje.
O país persa hasteou a "bandeira da vingança", símbolo de que o Estado se empenha em reagir violentamente a uma perda de importância nacional.
Os rumores de que a República Islâmica estaria empenhada em atacar Israel ao longo da semana têm causado preocupação em investidores ao redor do mundo.
O Oriente Médio, por sua importância na indústria petrolífera, tem um papel fundamental na economia mundial.
Uma guerra de maiores proporções lá poderia repercutir em forma de uma crise global no preço dos combustíveis.
O principal motivo da queda nas bolsas é a economia americana, a mais importante no mundo.
O mercado também está reagindo à divulgação de informações do Federal Reserve, Banco Central dos EUA, que foram liberadas na sexta-feira, dois de agosto.
Os dados apresentados apontaram para um crescimento maior do que o esperado na taxa de desemprego americana, que atingiu 4,3%.
A expectativa do mercado mundial era de que o valor se mantivesse em 4,1%, o que acendeu um alerta para uma possível recessão na maior economia do mundo.
Um número dessas proporções representa um aumento anual de 0,53%, o que se aproxima dos valores apresentados às vésperas das crises de 2001, 2008 e 2020.
No dia 31 de julho, o Federal Reserve anunciou que manterá a taxa de juros entre 5,25% e 5,50%.
Para o mercado, isso é preocupante, já que um valor alto no indicativo impede a economia de retomar o crescimento.
A taxa de juros é a base pela qual os bancos calculam o quanto cobrar pela realização de um empréstimo.
Quando está muito alta, as pessoas pegam menos recursos emprestados, por medo de não conseguir arcar com os juros.
Isso significa que menos pessoas poderão investir em seus negócios e, portanto, menos dinheiro estará em circulação.
Quando o principal problema na economia é a inflação, um aumento desenfreado de preços, o governo tende a aumentar a taxa de juros.
Isso ocorre por conta das raízes da inflação, que vem de uma desvalorização da moeda ou desequilíbrio entre oferta e demanda.
O aumento na taxa de juros pode ajudar a resolver os dois problemas, reduzindo a quantidade de dinheiro impresso pelo Estado, atraindo investimentos externos e diminuindo o poder de compra da população.
A pandemia reduziu a capacidade de produção e aumentou os gastos do Estado, o que tornou a inflação um problema maior do que o crescimento econômico. Por esse motivo, o Federal Reserve aumentou o valor da taxa de juros.
A taxa de desemprego acima da esperada aponta para uma possível recessão nos EUA, o que significa uma diminuição dos resultados apresentados pela economia do país.
Por esse motivo, os mercados globais amanheceram com indicadores negativos ao redor do mundo.
A Ásia, porém, foi a região mais afetada pela queda na Bolsa, ocasionada principalmente por conta da bolsa japonesa.
A economia japonesa tradicionalmente cresce dentro de um modelo de crédito com juros próximos a zero.
Durante a pandemia, por exemplo, o Banco Central japonês foi um dos únicos do mundo a não aumentar o valor da taxa de juros e preservar o valor próximo a 0,1%.
Essa taxa favorece um tipo de operação financeira conhecida como "Carry Trade", em que o operador pega um valor emprestado para investir em países com taxas de juros mais elevadas.
Os investimentos normalmente se direcionam para países emergentes com altas taxas de juros, como é o caso do Brasil, porém podem se direcionar para países ricos como os EUA.
Na semana passada, porém, o Banco Central japonês realizou o segundo aumento na taxa de juros em 17 anos, fazendo o valor atingir 0,25%.
O ajuste ocorreu como uma forma de conter a desvalorização da moeda japonesa e a crescente inflação no país.
As operações baseadas no esquema de carry trade, no entanto, saíram prejudicadas e muitos clientes passaram a abandonar aplicações com esse tipo de operação.
A desvalorização também favorecia a competitividade dos produtos japoneses no exterior, uma vez que chegavam com preços mais baratos no mercado internacional.
Assustados com a queda na bolsa do país, investidores começaram a vender suas ações para evitar uma maior desvalorização, o que aprofundou o tamanho da queda e fez com que as transações se encerrassem mais cedo.
As bolsas asiáticas sofreram junto, com uma queda de quase 9% na Coreia do Sul e 8% em Taiwan.
Por conta desse complexo e multifacetado cenário internacional, o dólar aumentou, chegando a atingir a máxima de R$5,87.
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP