O embaixador iraiano no Brasil classificou Israel de “regime sionista”. Adbollah Nekounam Ghadirli participou de uma celebração virtual de um ano dos ataques do Hamas a Israel.
“Essa resistência do povo palestino que todos que buscam a liberdade contra o regime sionista tem que ser mostrada para o mundo todo”, disse Ghadirli.
O embaixador também afirmou que “o regime de Israel é um câncer”, que busca apenas favorecer seus interesses na região.
O encontro foi batizado de “Um ano do Dilúvio de Al-Aqsa”, nome dado pelos terroristas à ofensiva ocorrida no dia 7 de outubro de 2023.
No ataque, 1200 pessoas foram mortas, sendo a maioria civis. Sobreviventes relatam que outras foram sequestradas.
Uma das histórias deste dia é contada por Rafaela Treistman. A jovem estava com o namorado em uma festa. Quando perceberam o perigo, correram para um bunker tentando se salvar.
O local foi metralhado por membros do Hamas, mas ela sobreviveu porque desmaiou embaixo dos corpos de outras pessoas.
Rafaela é uma das entrevistadas de “From the River to the Sea”, filme da Brasil Paralelo.
A produção está disponível gratuitamente no Youtube da Brasil Paralelo. Clique aqui para assistir.
O líder do evento, Marcos Tenório, disse que o 7 de outubro “é uma data muito especial, não somente para o povo palestino mas para todo o Oriente Médio e para todo o mundo livre”.
Para ele, a “operação Dilúvio de Al-Aqsa" foi “heroica” e "legítima do ponto de vista do direito internacional".
Tenório é um pernambucano convertido ao Islamismo que hoje usa o nome social de Sayid Tenório. O brasileiro é vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal).
Além dele e do embaixador, estavam presentes Berenice Bento, professora do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (Unb), e José Reinaldo Carvalho, editor do jornal Brasil 247.
O evento foi transmitido por um conjunto de nove canais do Ibraspal no YouTube, tendo 77 visualizações em 8 dias.
Durante a conversa, Ghadiri afirmou que o Irã disparou mísseis contra Israel “no âmbito da legítima defesa”.
Já Tenório, classificou o assassinato de Hassan Nasrallah como uma ação “sorrateira” e “covarde” de Israel.
Já a professora Berenice Bento, classificou Israel como “o único estado que está acima da crítica”.
“É quase como se fosse Deus, Alá encarnado encarnado em forma de uma entidade política chamada de Estado”, afirmou.
Bento afirmou ainda que a guerra trouxe a “derrota moral de Israel”. Para ela, o país perdeu apoio nas Nações Unidas e não é bem visto pelo que chamou de “consciência coletiva global”.
Sobre os reféns ainda presos, a professora disse que o governo israelense não atua para resgatá-los, tampouco para derrotar o Hamas. Acredita que a real intenção de Israel é “anexar a Faixa de Gaza”.
“Eles sabem onde estão esses reféns e não querem recuperar esses reféns”, disse.
O último a falar foi José Reinaldo Carvalho, editor do site Brasil 247. Ao iniciar sua fala chamou os ataques de “atos de 7 de outubro”.
Para ele, a data representa um “símbolo da luta dos povos do Oriente Médio contra as potências imperialistas ávidas por petróleo”.
“O que a população palestina e, no caso a força da resistência, fizeram no 7 de outubro do ano passado foi exatamente reagir de maneira legítima a esse genocídio continuado e histórico”.
José Reinaldo também mencionou o Hamas, chamando as ações dos terroristas de corajosa por “pegar em armas para enfrentar a ocupação israelense”.
“E obviamente não podemos deixar de saudar o papel da resistência, designadamente o papel do Hezbollah”.
Procurada pelo jornalista Gabriel Arruda Castro para comentar as falas de Adbollah Nekounam Ghadirlum, a Embaixada do Irã divulgou um comunicado da missão iraniana na ONU.
O texto diz que "arrastar o Irã ou o Hezbollah para a operação de 7 de outubro representa uma conclusão fabricada e uma tentativa cínica de enganar a opinião pública. O objetivo seria — tudo com o objetivo de acobertar a grande falha de inteligência do regime de Israel em relação ao Hamas".
A nota também afirma que o Irã não teve qualquer envolvimento no planejamento ou na execução do ataque de 7 de outubro.
As afirmações foram feitas durante o “Um ano do Dilúvio de Al-Aqsa” e a resposta da Embaixada do Irã no Brasil destacam o ponto sensível das relações internacionais envolvendo a guerra entre Israel e Palestina.
Enquanto alguns participantes chamaram as ações Hamas de heróicas e criticaram Israel, a posição oficial do Irã nega envolvimento nos ataques de 7 de outubro.
O debate envolvendo a questão é aprofundado no filme “From the River to the Sea”, da Brasil Paralelo. Ao entrevistar ex-terroristas do Hamas e sobreviventes do ataque de 7 de outubro a produção mostra o tema de forma sensível e imparcial.
Agora, resta saber quais os desdobramentos das declarações de Adbollah Nekounam Ghadirlum.
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