Elon Musk está no centro de uma nova polêmica. O dono do X e da Tesla prometeu doar US$1 milhão por dia até o dia da eleição presidencial americana, marcada para 5 de novembro.
A participação é simples. Basta que a pessoa seja eleita em um dos sete estados decisivos para a votação e assine uma petição online em defesa da liberdade de expressão e do porte de armas. Se fizer isso, estará concorrendo ao valor.
No caso da Pensilvânia, a oferta é dupla. Lá, quem assina a petição concorre ao prêmio de US$1 milhão e ainda recebe imediatamente 100 dólares.
A proposta foi anunciada no último dia 19 de outubro, durante um comício no estado. Na ocasião ele disse:
"A mídia tradicional não vai noticiar isso, e nem todo mundo está no X. Então, pensei: como fazemos as pessoas saberem disso? Bem, acho que essa notícia vai realmente se espalhar.Então, todos os dias entre agora e a eleição, vamos sortear um milhão de dólares, começando hoje à noite”.
O lucro pode ser ainda maior caso a pessoa indique um amigo. Nesse caso, recebe mais 100 dólares.
O problema é que essa ação pode ser ilegal. Josh Shapiro, governador da Pensilvânia pediu às autoridades para investigarem o caso. Segundo ele, a atitude de Musk é "profundamente preocupante".
Em entrevista ao programa Meet the Press, da NBC, Shapiro ainda afirmou:
"Tem muita coisa estranha nessa história. Não é só o dinheiro entrando na Pensilvânia, agora parece que está indo direto para o bolso dos eleitores. Isso é muito preocupante,”.
A Pensilvânia é considerada um dos estados-chave para a disputa eleitoral, cujo resultado pode definir o vencedor.
Especialistas em leis eleitorais não chegaram a um consenso sobre a legalidade da ação. Parte deles afirma que o bilionário está infringindo a legislação eleitoral.
Rick Hasen, professor de direito da Universidade da Califórnia em Los Angeles, chamou a estratégia de "compra ilegal de votos". Segundo Hasen, as regras do sorteio parecem-lhe ilegais.
Nos EUA é proibido oferecer dinheiro para incentivar cidadãos a se registrarem para votar ou influenciar sua escolha. A atitude de Musk se encaixaria nessa situação.
Segundo um manual do Departamento de Justiça sobre crimes eleitorais, a norma inclui fornecer qualquer coisa que tenha valor financeiro, como por exemplo bebidas alcoólicas ou chances em uma loteria.
No entanto, há quem alegue que a situação não está clara. Brad Smith, professor da Faculdade de Direito da Universidade Capital e ex-presidente da Comissão Eleitoral Federal, acredita que Musk provavelmente não está infringindo a lei.
O professor argumenta que o fato de a pessoa assinar a petição não teria ligação direta com o registro para votar.
"Só porque há uma premiação, não quer dizer que seja um pagamento por algo específico", disse em entrevista à CBC.
Desde o início da corrida eleitoral, Musk já doou cerca de 75 milhões de dólares ao America PAC. O grupo trabalha para eleger o republicano.
O bilionário também fez doações pessoais a participantes de comícios de Trump. No último sábado, 19 de outubro, um homem chamado John Dreher recebeu das mãos de Musk um cheque no valor de US$1 milhão.
De acordo com a agência Reuters, o homem não era conhecido de Musk e não sabia que ganharia o dinheiro.
Trump por sua vez afirmou que se voltar à Casa Branca irá incorporar o bilionário em seu governo.
Para os críticos, isso seria a prova de tentativa de persuasão de eleitores. Musk não foi acusado formalmente, mas se condenado pode receber multa ou até mesmo ser preso.
O bilionário também não sofreu nenhuma denúncia. No entanto, com a eleição se aproximando é provável que esse assunto continue gerando debates nas próximas semanas.
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