Na próxima semana, os mexicanos devem votar em 128 senadores, 500 deputados, sete governadores, além de representantes dos legislativos locais e prefeitos.
Mais de 20 mil cargos devem ser preenchidos pelo voto de aproximadamente 98 milhões de pessoas que estarão aptas a votar. Dentre eles o mais importante é a presidência da República.
A principal candidata é Cláudia Sheinbaum, que conta com 53% das intenções de voto segundo a pesquisa Polls.mx, seguida por Xóchitl Gávez, que conta com 31% das intenções, e por Jorge Álvarez Máynez, com 15% das intenções.
Sheinbaum, que já governou a Cidade do México, é candidata pelo Movimento de Regeneração Nacional (MORENA), partido do atual presidente Andrés Manuel López Obrador.
A candidata, apoiada pela coalizão de esquerda que junta o MORENA ao Partido do Trabalho (PT) e ao Partido Verde Ecologista do México (PVEM), afirma que seu projeto de governo dá continuidade às medidas de Obrador para alcançar a justiça social no país, melhorar os serviços públicos e acabar com o sistema "neoliberal".
O MORENA surgiu recentemente, após o choque entre o ex-presidente Vicente Fox (PAN) e Obrador, que na época era prefeito da Cidade do México e filiado ao partido de esquerda AMLO.
Vicente Fox era um político alinhado aos EUA e a uma visão mais liberal da economia, que ganhou as eleições presidenciais do ano 2000 e governou o país até 2006.
No período, López enfrentou o presidente por conta de sua visão econômica mais alinhada à tradição de esquerda iniciada durante o governo de Lázaro Cárdenas, político nacionalista de esquerda que liderou o país ao longo da segunda metade da década de 1930.
Obrador conseguiu ganhar a presidência em 2018 com um discurso anti-establishment, combativo contra a corrupção e defensor de políticas intervencionistas.
A administração atual do país é acusada de tentar aparelhar as instituições e apresentar riscos à democracia no país.
Um exemplo é um projeto de lei que o presidente tenta aprovar até o final de seu mandato, cujo objetivo é reduzir o número de fiscais do Instituto Nacional Eleitoral (INE), órgão semelhante ao que seria o TSE brasileiro. Além disso, o projeto também estabelece eleições para os juízes da instituição.
As reformas são interpretadas por setores da oposição como uma tentativa do partido de influenciar o processo eleitoral.
A segunda concorrente com maior intenção de votos no pleito de 2 de junho é Xóchitl Gálvez Ruiz, a candidata do Partido de Ação Nacional (PAN), que recebe o apoio do Partido Revolucionário Institucional (PRI) e do Partido da Revolução Democrática (PRD).
Gálvez vem de uma família de ascendência indígena, com recursos financeiros limitados. A candidata começou a trabalhar produzindo geleias para conseguir ajudar a família e, aos poucos, avançou até conseguir completar os estudos e enriquecer como engenheira de computação.
O partido de Gálvez tem uma visão política e econômica mais alinhada à direita e acredita na liberalização da economia e em um alinhamento entre México e EUA. Em 2000, a legenda conseguiu eleger Vicente Fox, que acabou com os 70 anos de domínio absoluto do PRI no cenário político do país.
Apesar de a candidata ser filiada ao PAN, que já elegeu dois presidentes, e ter em sua coalizão o PRI, que controlou a política do país durante mais de 70 anos, ela se apresenta como uma outsider, contando com seu papel no meio empresarial para fortalecer essa imagem.
A candidata propõe manter os programas sociais e fomentar o apoio às micro e médias empresas, com programas especiais para mulheres e jovens empreendedores, além de afirmar que buscará a austeridade fiscal.
No entanto, suas principais pautas estão no combate à criminalidade. A candidata promete assumir uma postura linha-dura contra o crime organizado e criar um Ministério da Justiça para ajudar no cuidado às vítimas.
O terceiro candidato nas pesquisas de opinião pública é Jorge Álvarez Máynez, do Movimento Cidadão (MC), partido de centro-esquerda que existe desde 1999, apesar de ter adotado seu nome atual somente em 2011.
O candidato já exerceu cargos de representação municipal, porém nenhum posto que garantisse maior visibilidade. Sua plataforma conta com pautas como igualdade de gênero e desmilitarização da Guarda Nacional, instituição criada por Obrador e administrada pelo Exército.
O cenário atual indica que o México deve eleger uma mulher para a presidência, pela primeira vez na história política do país.
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