O governo de Miguel Díaz-Canel confirmou a detenção de dezenas de cidadãos cubanos após os protestos que eclodiram em 7 de novembro, desencadeados por apagões generalizados causados pelo furacão Rafael. O Ministério Público informou que as prisões ocorreram em Havana, Mayabeque e Ciego de Ávila, sob acusações de perturbação da ordem pública, agressão e danos materiais.
Em comunicado oficial, o governo detalhou que "processos criminais estão em andamento, incluindo crimes como agressão, desordem pública e danos".
Entidades internacionais de direitos humanos denunciam que o governo cubano tem intimidado manifestantes com prisões e convocações para comparecimento em delegacias.
A crise energética em Cuba, agravada pelos furacões Oscar e Rafael, deixou milhões de pessoas sem eletricidade. O governo afirma ter restaurado a energia em 82% do país, mas várias regiões, incluindo a província de Artemisa, permaneceram sem eletricidade por dias. Uma pane na usina termoelétrica Antonio Guiteras exacerbou a situação.
No fim de semana de 20 de outubro, milhares de cubanos já haviam protestado contra a falta de eletricidade, água e alimentos, enfrentando repressão governamental.
O governo acusou os Estados Unidos de estarem por trás das manifestações.
Recentemente, o presidente Díaz-Canel fez declarações polêmicas em um podcast, sugerindo que os apagões poderiam ser uma oportunidade para "criar consciência" e elevar a "qualidade de vida". No programa transmitido pelo YouTube da presidência, ele declarou:
"Aqui não há apagões que incomodem ninguém. Todos os nossos esforços, todos os nossos sentimentos são para garantir qualidade de vida".
A crise se agrava com medidas restritivas impostas pelo governo.
Em 2021, o governo proibiu a venda privada de carnes e laticínios. Em 17 de outubro, anunciou a restrição do fornecimento de carne a 345g por habitante.
Organizações internacionais como Justiça 11J e CubaLex, sediadas em Miami, denunciam violações de direitos humanos.
Hoje à tarde, a CubaLex postou no X:
"Urgente! Confirmamos as prisões arbitrárias em Encruzilhada e Vila Clara, pelos protestos pacíficos do dia 7 de novembro contra os prolongados cortes de eletricidade. Até o momento, pelo menos 8 pessoas permanecem detidas".
Em outro post, a organização afirmou:
"Fazemos um chamado urgente à comunidade internacional para denunciar a escalada de repressão contra quem quer exercer seu direito de protesto e exigir a liberação imediata das pessoas detidas por se manifestarem pacificamente".
A Justiça 11J também confirmou detenções, incluindo de pessoas que não participaram das manifestações.
À medida que a crise se aprofunda e as restrições aumentam, a repressão governamental também se intensifica, impedindo que as pessoas exerçam direitos fundamentais.
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