Depois de conhecer a fundo a realidade dos empreendedores na Venezuela, Bruno Musa passeou por uma região privilegiada de Caracas. A venezuelana que os acompanhava afirmou que a região é uma “bolha” dentro do país.
Ontem, conhecemos uma venezuelana chamada Victória. Ela nos contou que morou por 10 anos no Brasil, onde estudou biomedicina no Rio de Janeiro e depois se especializou fazendo duas pós-graduações e mestrado, também no Brasil.
Ao concluir seus estudos acadêmicos, Victória decidiu voltar para a Venezuela para aplicar o que aprendeu em seu país e ficar perto da sua família.
Hoje, saímos para conversar com Victória e entender mais sobre a realidade do povo Venezuelano.
Entramos em um supermercado que estava vazio, mas demoramos bastante na hora de fazer o pagamento, pois o sistema deles não permite a realização de compras sem dar seus dados, tipo um CPF ou RG de cidadão. Você só realiza a compra com os dados. Como não sou venezuelano, preciso que algum venezuelano me acompanhe para fazer compras, caso contrário, eu não consigo comprar nada, a não ser que seja em um camelô ou mercado de rua.
Ao olhar os preços do supermercado, comecei a cair na realidade, pois o leite custava em torno de US$ 2, e logo fiz a relação com a aposentadoria do pai de Victória. Ela nos contou que ele era professor universitário aposentado e recebia US$ 15 mensais.
Passei em um local com várias lojas, mas uma das que estavam fechadas me chamou atenção pelas grades velhas e fechadas de vidro, cheguei perto para olhar e notei que se tratava de um antiquário, com peças muito bonitas empoeiradas, muitos quadros e uma sensação de declínio.
O carro de Victória era bem antigo, um carro do ano de 1993 que ela herdou de uma tia. Ela nos contou que para comprar um carro ou fazer um financiamento é bem difícil pela desvalorização da moeda, afinal o bolívar ainda é a moeda oficial do país. Eles usam muito o dólar, mas não é a moeda oficial.
Hoje, estão começando a surgir bancos americanos e digitais, mas a forma que entram todos esses dólares no país, é através de parentes que vivem no exterior e enviam os doláres.
Passamos em umas ruas muito agradáveis, com casinhas com clima de fazenda, onde estão vários restaurantes. Victória comentou que nessa região existem locais para tomar um sorvete, comer comida japonesa, italiana, e até nos levou a uma pracinha que parecia uma pequena cidade do interior com crianças brincando.
Ao ver as crianças com uniformes de escolas particulares, o motorista que estava nos acompanhando comentou que seus filhos estudam em uma escola particular que custa US$ 300 por mês. Lembrei do nosso 1º dia na Venezuela, onde ele contou que seu salário oficial como policial era em torno de US$ 7.
A produção da Brasil Paralelo combinou de pagar a ele o total de US$ 1.100 por todos os dias em que nos acompanhou como motorista. De fato, não dá para viver na Venezuela se você não procurar trabalhos paralelos, assim como nosso motorista tem feito.
Minha sensação principal era de que estávamos em um “castelo de cartas” que poderia desmoronar a qualquer momento.
Algo muito frágil estava segurando todo esse “castelo de cartas” de Caracas.
Ao sairmos da praça, Victória explicou que por estarmos em Caracas, estávamos na bolha da Venezuela, em um local privilegiado em relação ao resto do país. Ela também explicou que os locais que estávamos indo, fazem parte da bolha de Caracas, ou seja, mais privilegiados ainda, e que precisávamos conhecer a Venezuela de verdade, sair da bolha.
A Venezuela real, que representa mais de 90% da população.
Nossa guia decidiu nos levar até uma representante popular chamada Maya, que conhece bem a maior favela de lá, que também é a maior favela da América, Petare.
E amanhã vamos começar a conhecer a Venezuela real, fora da bolha de Caracas.
Ass.: Bruno Musa
A convite da Brasil Paralelo, Bruno Musa foi até a Venezuela para ver com seus próprios olhos a realidade nua e crua desse país. O economista e empreendedor conheceu a realidade dos venezuelanos tendo conhecido pessoas e ouvido relatos sobre a realidade do dia a dia.
A viagem ajudou a revelar o que é verdade e o que é mentira sobre o que é dito do país. O novo Original Brasil Paralelo é uma produção inédita contada pelo próprio povo venezuelano e com imagens inéditas feitas dentro do país.
A viagem virou o novo documentário da Brasil Paralelo: Infiltrados: Venezuela, que estreia em junho.
Toque no link e conheça essa história.
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