Depois de encontrar as obras do metrô de Caracas inacabadas, Bruno Musa contou no capítulo 3 de seu diário de viagem que descobriu que a construção desse transporte público foi financiada pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) há 10 anos.
Neste capítulo do diário, Musa descobre os desafios para os empreendedores do país.
Nossa guia nos convidou para conhecer um café que fica próximo a uma loja da Ferrari em Caracas, um local de alto padrão para os moldes da cidade.
Chegando lá, vimos o dono do estabelecimento, um pai de família, trabalhando com sua filha pequena no colo e sua esposa sentada em uma mesa com seu filho caçula no colo, um menino de 2 anos no máximo.
O estabelecimento tinha um certo charme, tudo muito organizado, pequeno e com poucos funcionários. Lá, ele vendia croissant, macarons, bolos, e demais itens de um café.
Chamamos o proprietário para conversar. Perguntamos quais eram os desafios de empreender na Venezuela e descobrimos que empreender lá é muito mais ousado do que a gente imaginava.
Ele nos contou que era funcionário público e deixou a carreira para abrir esse estabelecimento. Seu pai o ajudou a montar o negócio, usou o dinheiro que a família tinha guardado, e fez o melhor que pôde com toda sua simplicidade.
As embalagens, a logomarca, as xícaras, bastante arrumados; sentimos um capricho da parte dele. Mas no geral o estabelecimento conta apenas com um balcão e a área de preparo dos alimentos.
Sua maior dificuldade foi contratar bons funcionários, pois o povo venezuelano está acostumado com uma cultura assistencialista, na qual recebem menos que o básico do governo, ficam acomodados para se dedicar a um trabalho e dar o seu melhor.
Em sua maioria, eles têm a mentalidade de que têm muitos direitos, e focam muito mais em querer saber de horas mínimas para trabalhar, salário e direitos do que focar no esforço e dedicação.
Ele nos contou que vivem em uma atmosfera de muitas pessoas acostumadas com o mínimo que recebem do Estado e não querem fazer esforço algum, por isso empreender lá é muito difícil.
Quem trabalha com ele nesse café é seu cunhado e um funcionário que ele nos contou ter tido muita sorte de encontrar.
Percebemos que se tratava de uma família comum, com um negócio bem familiar tentando sobreviver na Venezuela.
Não estamos falando de um país comum. Afinal, os dados indicam que na Venezuela 96,2% da população vive abaixo da linha da pobreza.
Abrir uma cafeteria, ou outro estabelecimento que não seja de itens essenciais, é bastante desafiador.
No mesmo prédio empresarial onde fica esse café, tem uma loja não oficial da BMW, pois a marca saiu do país faz muitos anos, antes mesmo da crise de 2016.
De alguma forma, o proprietário consegue importar algumas motos e mantém essa loja funcionando, mas não nos contou muitos detalhes de como a mantém aberta.
E é claro que isso me deixou ainda mais intrigado com a real situação desse país.
Saindo de lá, encontramos a Victória, uma biomédica venezuelana que morou no Brasil por 10 anos, e ela nos disse que estávamos na bolha de Caracas.
Combinamos de conversar com ela no dia seguinte para conhecer sua história e poder compreender mais a Venezuela.
Ass.: Bruno Musa
A convite da Brasil Paralelo, Bruno Musa foi até a Venezuela para ver com seus próprios olhos a realidade nua e crua desse país. O economista e empreendedor conheceu a realidade dos venezuelanos tendo conhecido pessoas e ouvido relatos sobre a realidade do dia a dia.
A viagem ajudou a revelar o que é verdade e o que é mentira sobre o que é dito do país. O novo Original Brasil Paralelo é uma produção inédita contada pelo próprio povo venezuelano e com imagens inéditas feitas dentro do país.
A viagem virou o novo documentário da Brasil Paralelo: Infiltrados: Venezuela, que estreia em junho.
Toque no link e conheça essa história.
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP