Uma cidade que parou no tempo, assim Bruno Musa descreveu a Venezuela em seu primeiro dia de visitas. O relato foi dividido no capítulo 2 de seu diário de viagem. No capítulo 3, uma mensagem marcou seu dia:
“A gente vive como se estivéssemos em um campo de concentração, todo dia você sai de casa em busca de conseguir dólar, e se não consegue, sua vida está em risco”
Começamos o dia com um café da manhã muito bem abastecido no hotel onde estávamos hospedados.
Acho importante relatar isso, afinal, o que mais escutei sobre a Venezuela foi sobre o desabastecimento de alimentos no país.
Após o café, decidimos ir até o centro de Caracas, entender como está o comércio e o clima da cidade.
O motorista que contratamos conseguiu uma van para nos transportar nesse segundo dia. Como já comentei, os carros lá são muito antigos, nossa van não tinha ar, fazia muito barulho, os vidros não abriam, dava umas engasgadas mas seguíamos.
Pelo centro da cidade, encontramos lojas com falsificações de tênis americanos, pessoas com cabelos coloridos com um ar pós-moderno, e percebemos que a cidade está muito americanizada, com diversas redes de fast food como Burger King e KFC, muitos restaurantes de comidas típicas de outros países, italiana, chinesa, japonesa, francesa, mas não percebemos lugar algum oferecendo a culinária local.
Sentimos falta de uma identidade cultural na cidade.
Tudo funcionava bem no centro, parecia com o centro de Niterói, no Rio de Janeiro, mas tudo com um ar muito arcaico, muito antigo. Uma cidade parada no tempo.
Os prédios tinham um estilo de repartição pública mal cuidada, tudo muito amarelado e desbotado. Uma cidade sem muita cor.
O prédio da PDVSA (estatal venezuelana que se dedica à exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo da Venezuela), estava na mesma situação, bem antigo, mal cuidado, com aspecto de ser um local sem manutenção e todo adesivado com imagens estatais.
Encontramos um venezuelano que disse uma frase que nos impactou muito:
“A gente vive como se estivéssemos em um campo de concentração, todo dia você sai de casa em busca de conseguir dólar, e se não consegue, sua vida está em risco”
Ao sair do centro da cidade, fomos até um bairro um pouco mais sofisticado, com lojas de carros novos. Em Caracas os carros são extremamente antigos, ou é um carro muito novo, não tem meio-termo.
Entramos em uma loja de móveis, de decoração, e no meio da loja tinha uma Lamborghini de enfeite. Uma realidade que destoa fortemente do que vimos pela cidade.
Até que nos deparamos com uma loja que nos chamou muita atenção, uma loja da Ferrari, entramos para fazer perguntas sobre o perfil dos compradores, mas a vendedora não ficou muito satisfeita com nossas perguntas, e precisamos sair da loja.
Percebemos uns homens nos olhando de maneira intimidadora, e decidimos deixar o local para não ter maiores problemas.
Entramos em um shopping local e não pude deixar de observar que as escadas rolantes não funcionavam. Na realidade, não vi nenhuma escada rolante que estivesse funcionando naquela cidade, ou estavam desligadas, ou abertas com as engrenagens aparecendo, seja em shopping ou no metrô.
Falando em metrô, a obra do metrô de Caracas estava abandonada, sem perspectiva de conclusão alguma, só havia aquele cheiro forte de cimento de obra. Uma curiosidade que descobri pesquisando foi que essa obra foi financiada pelo BNDES, mas já passaram 10 anos e a obra não foi finalizada.
Ao anoitecer, fomos em um restaurante dentro de uma galeria antiga, que parecia já ter sido famosa um dia, com diversas fotos de artistas que visitaram o local no passado, mas hoje o local estava ultrapassado como tudo na cidade. Ah, e também não era um restaurante com comida típica, era um restaurante de comida italiana.
Nossa guia nos contou de um pequeno café nesse mesmo bairro, que é um ponto mais nobre da cidade, e amanhã vamos conferir os desafios de empreender na Venezuela.
Ass.: Bruno Musa
A convite da Brasil Paralelo, Bruno Musa foi até a Venezuela para ver com seus próprios olhos a realidade nua e crua desse país. O economista e empreendedor conheceu a realidade dos venezuelanos tendo conhecido pessoas e ouvido relatos sobre a realidade do dia a dia.
A viagem ajudou a revelar o que é verdade e o que é mentira sobre o que é dito do país. O novo Original Brasil Paralelo é uma produção inédita contada pelo próprio povo venezuelano e com imagens inéditas feitas dentro do país.
A viagem virou o novo documentário da Brasil Paralelo: Infiltrados: Venezuela, que estreia em junho.
Toque no link e conheça essa história.
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