No último sábado (4 de maio de 2024), a cantora americana Madonna se apresentou na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Para realização do evento, a prefeitura carioca investiu R$ 10 milhões. O valor foi alvo de críticas por parlamentares.
O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), 2º vice-presidente da Câmara, classificou a apresentação como “show de horrores”.
O congressista ainda afirmou que acionará o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e o Ministério Público Federal (MPF) nesta segunda-feira (6 de maio de 2024).
“Amanhã eu estarei dando entrada contra o Show de Horrores da Madonna e seus convidados ontem em Copacabana, junto ao MP e MPF. Punição para todos os envolvidos”, disse Cavalcante
No entanto, os comentários negativos sobre o evento não param por aí.
O deputado Coronel Telhada (PP-SP) manifestou sua indignação com o uso de recursos públicos para financiar um evento que desrespeita os valores morais da sociedade.
"É inadmissível que a Prefeitura do Rio de Janeiro esteja investindo dinheiro dos contribuintes em um show que promove a erotização e vai contra os princípios éticos e culturais da nossa sociedade. Esse tipo de investimento não apenas desperdiça recursos públicos, mas também contribui para a banalização de valores importantes. Esse dinheiro poderia ser direcionado para auxiliar nas tragédias que ocorrem, como a que estamos presenciando no Rio Grande do Sul", destacou Telhada.
Na mesma linha, a deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP) também expressou sua insatisfação com a realização do evento.
"Em meio ao maior desastre climático da história do Brasil, que basicamente arrasou o Rio Grande do Sul, o Rio de Janeiro promoveu, com dinheiro público, um montante de 20 milhões, um show de pornografia e bizarrice. Ao final, Madonna desrespeita nossa Nação e a Bandeira Brasileira jogando-a no chão. Não é um pedaço de pano, é a nossa Bandeira, é a nossa identidade e o nosso pertencimento sendo jogado no chão por aquela que usurpou o nosso dinheiro. A crise brasileira, é acima de tudo, moral.", declarou Waiãpi.
Alinhado com seus colegas, o deputado federal Rodrigo Valadares (União-SE) ressaltou a importância de investir em eventos culturais que promovam valores positivos para a sociedade.
"Em vez de financiar shows que promovem a erotização e a banalização da cultura, a Prefeitura do Rio de Janeiro deveria priorizar eventos que enriqueçam culturalmente a população e promovam valores éticos e morais. Esse tipo de investimento é um desrespeito aos cidadãos que pagam seus impostos esperando que o dinheiro seja utilizado de forma responsável e consciente. Principalmente em momentos como o que enfrentamos agora no Rio Grande do Sul, onde recursos financeiros e apoio são essenciais para amenizar as tragédias", afirmou Valadares.
Já o deputado federal Sargento Portugal (Podemos-RJ) destacou a necessidade de fiscalização e transparência na utilização dos recursos públicos.
"É fundamental que os órgãos responsáveis pela fiscalização estejam atentos para garantir que o dinheiro público seja utilizado de forma ética e responsável. Eventos como esse, que promovem a erotização e desrespeitam os valores da sociedade, não podem ser financiados com recursos públicos. É preciso mais transparência e responsabilidade na gestão dos recursos. Principalmente quando vemos tantas tragédias acontecendo, como as que ocorrem no Rio Grande do Sul, onde esses recursos seriam muito mais úteis", concluiu Portugal.
No show de Madonna em Copacabana no último sábado, a prefeitura estimou que a economia do Rio tenha sido impulsionada em R$ 293 milhões, superando em 29 vezes o investimento municipal de R$ 10 milhões.
O estudo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico analisou os gastos do público prevendo um aumento de 20% na arrecadação de ISS em comparação com maio de 2023, totalizando R$ 50,8 milhões.
Esse impacto econômico destaca não só os efeitos diretos do evento, mas também o seu alcance nas atividades turísticas e de entretenimento da cidade.
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