“Se o Congresso aprovar o aborto, assinarei a lei com muito orgulho”, declarou Kamala Harris ao se tornar oficialmente candidata à presidência dos EUA.
Ontem a noite, último dia da convenção do partido Democrata, ela discursou para uma plateia em Chicago, Illinois. Sob os lemas “Não vamos retroceder” e “Liberdade”, falou sobre aborto, imigração e a guerra em Israel. O evento durou quatro dias e contou com o apoio de figuras políticas como o casal Obama e Hillary Clinton.
A candidata mencionou ter percorrido o país, ouvindo relatos de mulheres que foram forçadas a levar adiante gestações indesejadas. Destacou também que essa realidade se estende a crianças.
Harris acusou Donald Trump de ter planos que perpetuam essa situação:
“Como parte de sua agenda, ele querem restringir o aborto a nível nacional. Além disso, há o plano de criar uma coordenação nacional contra o aborto, que vai exigir dos estados relatórios de perdas gestacionais e abortos. Eles enlouqueceram”.
A vice-presidente iniciou seu discurso contando um pouco de sua própria história. Não poupou elogios à sua mãe, Shamala, uma imigrante indiana que a criou junto com sua irmã. Sobre seu pai, Donald Harris, falou apenas de suas lembranças na infância. Citou como era a vida da família e como isso a influenciou. Em seguida, explicou como agia quando era promotora de Justiça e depois procuradora.
“Quando eu assumia um caso, entendia que aquilo não era sobre a vítima, mas sobre todos nós.Tudo o que atinge um, atinge todos. Eu explicava às pessoas que ninguém deveria lutar sozinho. Durante minha carreira só tive um cliente, que foi o povo. Eu trabalhava sem me importar em qual partido as pessoas votavam”.
A democrata alegou que em 2023 ela e Joe Biden tentaram realizar uma força-tarefa para aprovar um projeto de lei imigratória. Na ocasião, Trump teria se mobilizado para barrar o projeto junto a seus aliados.
“Como presidente, vou trazer de volta o projeto de lei de segurança que ele enterrou e vou assiná-lo, transformando-o em lei”.
Declarou ainda que o atual sistema de imigração é disfuncional, mas acredita que é possível chegar a um meio-termo.
Ao citar as relações exteriores dos EUA, Harris reiterou seu respeito aos soldados e suas famílias. Também assumiu o compromisso de manter as forças de segurança “mais letais do mundo”.
Sobre a guerra na faixa de Gaza, enfatizou que ela e o presidente Biden estão trabalhando para alcançar um cessar-fogo.
“Vou garantir que Israel tenha a capacidade de se proteger, porque o povo de Israel nunca mais deveria enfrentar o horror de uma organização chamada Hamas”.
A fala de Harris aconteceu no mesmo dia em que ocorreram protestos pró-palestina em Chicago. A manifestação aconteceu na saída dos espectadores da convenção. De acordo com a AP News, o encontro foi organizado pela Coalition to March On the DNC e também aconteceu na segunda-feira.
Confira o discurso completo:
Nos primeiros dias da convenção, personalidades políticas manifestaram seu apoio à vice-presidente. O casal Barack e Michelle Obama discursou na quarta-feira. Michelle afirmou que somente Kamala Harris entende o trabalho que fez os EUA chegarem onde estão.
“Sabemos que as pessoas vão fazer tudo o que puderem para distorcer o que ela diz. Por anos, Donald Trump fez tudo ao seu alcance para tentar fazer as pessoas nos temerem”.
Já Barack teceu críticas mais profundas ao republicano. Declarou que ele quer apenas o poder e não se importa com a classe média.
“Um bilionário de 78 anos que não parou de reclamar de seus problemas desde que desceu sua escada rolante dourada, há nove anos. Tem sido pior agora que ele tem medo de perder para Kamala”.
Por fim, chamou o Trump de teórico da conspiração e o acusou de se valer do que chamou de apelidos infantis para atacar opositores.
Outra a discursar no evento foi Hillary Clinton. A ex-primeira-dama falou na segunda-feira, primeiro dia da convenção. Em seu discurso, disse que Harris tem o compromisso de proteger todas as famílias que puder.
“Como promotora, Kamala prendeu assassinos e traficantes de drogas. Ela não vai descansar para garantir a defesa de nossa liberdade e segurança.”
A eleição para a presidência dos EUA acontece em 5 de novembro, uma terça-feira. Kamala Harris está 3 pontos percentuais à frente de Donald Trump, segundo pesquisa divulgada na semana passada. Agora que ambos os postulantes ao cargo de presidente foram oficializados, resta esperar os desdobramentos que irão definir a eleição.
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