Mais uma tarde começa a cair em Cachoeirinha, Rio Grande do Sul. Danielle se prepara para voltar rápido para casa após mais um dia de atendimento em um abrigo das vítimas das enchentes, na cidade. Antes, ficava até que as forças se esgotassem. Agora, procura estar em casa em casa assim que escurece.
O relato acima foi concedido ao portal Brasil Paralelo pela enfermeira Daniele Souza. Ela contou que existe uma sensação de insegurança por toda a cidade, desde que casos de assaltos a voluntários começaram a ser divulgados.
O zootecnista Adriano Solfa Júnior contou à nossa reportagem que traficantes de drogas se unem para assaltar barcos de resgate. A ocorrência de saques também tem sido constante, relatou o morador de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre.
“Em especial à noite, andar pelas ruas é perigoso. Temos evitado. Muitas pessoas não estão saindo de suas casas porque têm medo dos saques, que estão acontecendo com frequência”, relatou.
Um grande veículo de imprensa informou na quarta-feira (8/5) que o secretário de Segurança do Rio Grande do Sul, Sandro Caron, afirmou que devido à situação “catastrófica” é difícil identificar o número exato de roubos e saques a comércios e residências.
“Os fatos aconteceram sim, mas como não houve registro formal, não consigo dizer o número de fatos", afirmou Caron ao mesmo veículo em 8 de maio.
Para o secretário, a maior dificuldade é a restrição acesso das vítimas à delegacia para prestar queixa. Ele relata que, no momento, essa não é a primeira preocupação das pessoas.
Em entrevista ao portal Brasil Paralelo, o psicólogo e professor universitário Rodrigo Souza relata que, nos primeiros dias de acolhimento, aconteceram algumas brigas. Souza está trabalhando como voluntário em dois abrigos.
O professor explica que os resgatados têm apresentado forte ansiedade.
``Às vezes são grupos de familiares que, em situação de ficar muito tempo no mesmo lugar e pelo estresse, acabam tendo conflitos”, enfatiza.
Solfa Júnior relata que as brigas acontecem pelos motivos mais simples:
“Um senhor idoso pisou sem querer no colchão de uma moça. Acabou caindo em cima dela, que estava dormindo. Começou uma confusão com ela o acusando de estar assediando-a. Felizmente esclarecemos tudo, mas infelizmente todos estão muito estressados e cansados. Isso dificulta qualquer convivência, então é preciso ter paciência”, relatou Solfa a nossa equipe
Solfa está ajudando em um abrigo montado de modo improvisado no salão paroquial de sua comunidade católica. Casado e pai de seis filhos, ele, a esposa e as crianças têm se revezado no local para ajudar a quem precisa. No abrigo, que fica no salão paroquial da igreja, as crianças estão ficando em um setor separado com as famílias. O objetivo é dar a melhor segurança possível e mitigar os conflitos.
Na manhã da última quarta-feira (8/6), a Polícia Civil divulgou que um homem foi preso em Viamão, cidade a 22 km de Porto Alegre. A acusação é de estupro contra uma menina de seis anos, que foi resgatada sem os pais.
A arquiteta Julia Zardo relatou, em um vídeo divulgado em seu Instagram, que tem recebido denúncias de abusos de crianças em abrigos. Ela declarou que, antes mesmo de receber as denúncias, já estava organizando ações preventivas. A ideia era criar abrigos apenas para crianças, e assim prevenir situações de risco.
Na cidade de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, um grupo de voluntárias conseguiu montar um abrigo exclusivo para mulheres e crianças. O local comporta até 100 pessoas.
A inspiração surgiu após uma das colaboradoras visitar o alojamento situado na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), onde soube que alguns voluntários estavam inaugurando um espaço de acolhimento voltado para o público feminino e menores de idade em Porto Alegre.
“Aqui em Canoas a gente foi muito atingido. E estava acontecendo de mães solo não conseguirem sequer ir ao banheiro, com medo de deixar seus filhos sozinhos. Agora temos um local para recebê-los com algum conforto”, reportou ao portal Brasil Paralelo, uma fonte que optou por manter o anonimato.
Já em Porto Alegre, as ações de prevenção a abusos em abrigos já estão sendo realizadas pelo Poder Executivo Municipal. A prefeitura do município anunciou no final da tarde de ontem que um abrigo apenas para mulheres e crianças será criado.
O local ficará no Foro Regional do Partenon, na Zona Leste da capital gaúcha. A ação foi viabilizada por meio de parceria entre o Executivo e entidades do Poder Judiciário e estará disponível a quem precisar neste final de semana.
Diante das crescentes denúncias de violência em abrigos, há dois dias, a prefeitura de Porto Alegre contratou segurança privada para realizar patrulhamento nos locais de acolhimento. Dessa forma, o município conseguirá garantir a segurança de quem já está muito vulnerável.
Um voluntário de Canoas, na região metropolitana, também informou à nossa reportagem que a partir da semana que vem empresas de segurança privada irão patrulhar o abrigo em que ele ajuda. Até o fechamento desta reportagem a prefeitura da cidade ainda não tinha confirmado a informação.
Esta reportagem tentou entrar em contato com a Polícia Militar do Rio Grande do Sul para obter maiores informações sobre a situação de segurança pública local. Até o fechamento, a entidade ainda não havia sido encontrada.
Voltou a chover nas regiões já inundadas. Se você estiver em perigo, ligue imediatamente para os serviços oficiais através dos telefones 190 (disque emergência) ou 193 (bombeiros).
Sua vida é muito importante, peça ajuda!
Sabemos que cada um de nós gostaria de ajudar. Para quem está distante isso pode ser feito através de doações.
Caso queira ajudar financeiramente, algumas instituições da nossa confiança estão fazendo ações de recolhimento dessas doações. São elas:
- Banco de Alimentos (pix 04580781000191);
- Instituto Floresta (pix 27631481000190); https://www.sosvale.com.br
- Federasul (pix sosrs@federasul.com.br)
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