Lucas Pavanato (PL) se tornou vereador eleito de São Paulo depois de conseguir 161.386 votos na eleição do último domingo, 6 de outubro.
O vereador eleito é apoiador de Jair Bolsonaro, com quem divide o partido.
Desde 2013, o jovem de 26 anos se engajou no ativismo de direita e ganhou popularidade por questionar o discurso de pessoas de esquerda.
Dentre suas propostas está proibir mulheres transexuais de utilizarem banheiros públicos femininos. Também pretende investigar possíveis invasões de propriedades em São Paulo por grupos supostamente terroristas.
Pavanato se destaca por militar contra a ideologia de gênero, considerando a banalização de palavras como um dos motivos para aceitação da teoria pela população.
“Há um tempo atrás, quando alguém ia preencher uma ficha, estava escrito lá: sexo masculino, sexo feminino. Mudou do nada, foi repentino e ninguém nem percebeu”, disse em entrevista ao podcast Conversa Paralela.
Parte do problema estaria ligada à forma como o tema é tratado dentro das universidades. Isso porque o ambiente acadêmico ainda tem prestígio social. Por isso, estaria sendo usado pela esquerda para favorecer sua narrativa.
“A academia está manipulada. Se eu quiser ter uma tese mais à direita, dificilmente vou conseguir”, disse Pavanato aos apresentadores Arthur Morrison e Lara Brenner, do mesmo podcast.
Essa situação foi retratada em Unitopia, documentário da Brasil Paralelo sobre o que acontece dentro das instituições de ensino superior.
Lucas Pavanato também ficou conhecido por ter estagiado no gabinete do ex-vereador Fernando Holiday, em 2018.
Nas redes sociais, é acompanhado por:
O vereador eleito nasceu em uma família evangélica e começou sua jornada política ainda na escola. Na época, passou a não concordar com algumas narrativas defendidas por professores.
“Eu anotava os argumentos dos professores, ia para casa, pesquisava o que ele tinha falado e buscava argumentos para responder ele na outra aula”, conta.
Sua atitude era mal vista por seus colegas que se calavam diante das discussões. Relata que ex-colegas hoje dizem que concordavam, mas ficavam calados.
“Quem levantava a mão e debatia geralmente eram alunos mais de esquerda, que já tinham por hábito ser engajados politicamente. Não existia esse conceito de jovem de direita opinando; era o jovem de esquerda que se engajava na política. O jovem de direita queria saber de estudar, trabalhar e ganhar dinheiro. Era assim que funcionava”, relatou durante Conversa Paralela.
A trajetória de Pavanato na política ganhou força nas manifestações contra o aumento das passagens de ônibus em 2013.
Ao se ver em um protesto, percebeu que alguns foram às ruas sem saber exatamente o que estavam defendendo. Para ele, isso demonstra que muitos sequer conhecem o que não concordam.
“Eu ainda não tinha me situado ideologicamente, mas eu já tinha opiniões divergentes. Já tinha uma mosquinha lá atrás, já estava intuitiva, até por conta da minha criação”, contou a Arthur Morrison e Lara Brenner.
Diante disso, começou a estudar sobre o que era direita e esquerda e a tentar entender melhor a política. Tudo se aprofundou em 2014, nas eleições disputadas entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).
“Nessa eleição, me engajei junto com minha família. Nos envolvemos muito, principalmente nas redes sociais, tentando convencer as pessoas a não votarem na Dilma. Nessa época, pesquisei bastante. Foi quando li meu primeiro livro de Mises, "As Seis Lições", para conseguir argumentos sólidos”.
Pouco tempo depois, passou a apoiar o Movimento Brasil Livre (MBL) e se filiou ao partido Novo. Hoje, está no Partido Liberal, o mesmo de Jair Bolsonaro.
Embora jovem, Pavanato já protagonizou embates com opositores. O político ficou popular por vídeos publicados em suas redes sociais, nos quais questionava personalidades de esquerda sobre suas posições.
Um dos episódios pelos quais ficou famoso foi quando ele questionou Manuela D’Ávila o motivo do livro de autoria dela ser caro para pessoas pobres. Na ocasião, a ex-deputada conversava em uma faculdade com militantes feministas.
No final do evento, Pavanato lhe perguntou se ela, sendo comunista, achava que uma mulher pobre poderia pagar R$40,00 por seu livro.
“Ela ficou louca. Me ofendeu, me xingou tal e saiu emburrada. Hoje estou sendo processado por questionar uma personalidade de esquerda fora do período eleitoral”, contou.
Durante a pandemia, Pavanato deixou de apoiar o governo da época, alegando que a gestão da crise sanitária foi malfeita.
Mudou de ideia ao saber informações mais precisas que não tinham sido divulgadas pela mídia.
“A gente quebrou a bolha, saiu da MBL. Daí, começamos a ter acesso por exemplo ao contrato da Pfizer, que era bizarro. O congresso não havia aprovado a compra e ele cometeria crime de responsabilidade se comprasse”, declarou em entrevista.
Agora, os dois estão na mesma legenda. Para o vereador eleito, Bolsonaro ganhou popularidade por ser autêntico:
“As pessoas passaram a ser fiéis a ele por conta dessa autenticidade dele em representar esses princípios”.
Agora que se sagrou vencedor nas eleições, Pavanato assumirá uma cadeira na Câmara Municipal da maior cidade da América Latina. Os desdobramentos de sua carreira política serão conhecidos nos próximos anos.
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