Oficina do Diabo é o primeiro filme de ficção da Brasil Paralelo. A obra conta a história de um demônio experiente chamado Fausto, que ensina o jovem Natanael na arte de tentar almas.
Os dois demônios acompanham a trajetória do jovem Pedro, um músico no início da carreira que retorna a sua cidade natal após gastar o dinheiro da mãe.
Todas as personagens que aparecem no filme são fictícias, apesar disso, Pedro foi inspirado na história real de Eduardo Abreu.
O músico abriu mão de uma carreira internacional para buscar uma vida mais feliz e pacata.
O roteirista de Oficina do Diabo, Elton Mesquita, conta que começou a refletir após conhecer a história:
“Isso me fez ficar pensando nas escolhas que as pessoas fazem na vida, especificamente escolher um outro sentido pra vida longe dos sonhos de sucesso e luxo, vivendo de forma plena uma existência mais modesta, como uma pessoa comum.”
A trajetória de Pedro foi imaginada a partir dessas reflexões, sendo um paralelo com a história de Eduardo Abreu.
Eduardo e seu irmão Sérgio Abreu eram violonistas de renome, sendo considerados um dos melhores duos do mundo em sua época.
Os dois entraram ainda muito jovens no mundo da música, quando aprenderam a tocar com o avô e com o pai.
Quando os irmãos estavam com 13 anos passaram a ter aulas de música com a renomada violonista argentina Adolfina Raitzn de Távora.
Em 1962 os dois irmãos fizeram uma breve apresentação no Conservatório Brasileiro de Música e no ano seguinte se apresentaram na Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
A carreira internacional começou em 1967, quando Sérgio se tornou o violonista mais jovem a vencer o concurso da rádio ORTF, em Paris.
No ano seguinte, Eduardo conseguiu ganhar o segundo lugar da mesma competição. A partir disso a dupla conseguiu fazer uma apresentação em Londres e fechou um contrato com a gravadora CBS.
No mesmo ano gravaram um disco com o título The Guitars of Sergio and Eduardo Abreu, com peças em duo de autores como John Dowland, Frecobaldi, Vivaldi, Scarlatti e Ravel, além de peças solo de Bach e Villa-Lobos.
A carreira dos músicos se tornou um sucesso internacional e eles se apresentavam ao lado de artistas de renome como: Julian Bream, Placido Domingo, Martha Argerich, Rostropovich e Pierre Boulez.
Quando tinham cerca de 20 anos, os dois trabalhavam com o empresário Harold Shaw, que agenciava artistas como John Williams, Jacqueline Du Pré e Vladimir Horowitz.
Apesar de todo o sucesso internacional, Eduardo desistiu de tocar profissionalmente em 1975, após se cansar da vida social que veio com o sucesso.
Sua última apresentação profissional aconteceu em Washington D.C. . Depois de deixar a carreira, Eduardo passou a viver no anonimato.
Sérgio ainda cumpriu os contratos e gravou um disco solo chamado Sérgio Abreu interpreta Paganini e Sor.O músico abriu mão de uma carreira internacional para buscar uma vida mais feliz e pacata no Brasil.
Em 1982, ele também largou a música por estar decepcionado “com a carreira, com o público e com a técnica”.
A partir dali passou a se dedicar exclusivamente à luthieria em uma vida mais pacata e discreta. O artista morreu em 2023 aos 74 anos por conta de problemas pulmonares.
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