O mundo tem testemunhado uma escalada de tensões entre as forças ocidentais, lideradas pelos EUA e seus aliados, e potências revisionistas do Sistema Internacional, como Rússia, China e seus aliados.
Nessa realidade cada vez mais dividida, a busca por poder e segurança tem levado países com capacidade militar nuclear a prepararem seus arsenais.
As nações sem armamento nuclear também têm se sentido ameaçadas pelas disputas, aumentando o interesse em adquirir esse tipo de equipamento.
Em meio a esse cenário, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, afirmou em entrevista à Folha de São Paulo que:
"Na minha opinião, o resultado dessas novas tensões internacionais tem criado um atrativo maior pelas armas nucleares — há países que pensam que eventualmente elas sejam necessárias."
Grossi seguiu destacando que o fenômeno ocorre em regiões distintas da América do Sul, principalmente no Oriente Médio:
"Não há na América do Sul, mas na região do Oriente Médio, na Ásia, você pode imaginar. Existem países que têm dito de maneira muito clara que, se o Irã se dotar de armas nucleares, vão fazer o mesmo. Existe uma certa normalização desse discurso. Acho muito lamentável."
A frase do representante da Agência remete principalmente à declaração do príncipe da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman (MBS), em 2022:
"A Arábia Saudita não quer ter uma bomba nuclear. Mas, se o Irã desenvolver a sua, nós seguiremos seus passos assim que possível, sem a menor dúvida."
A proliferação de dispositivos atômicos é uma preocupação importante dentro das relações entre Estados.
Atualmente, apenas os EUA, a Rússia, a Inglaterra, a China, a França, a Índia, o Paquistão, Israel e a Coreia do Norte possuem capacidade bélica nuclear.
Em 1968, foi elaborado um documento cujo objetivo era preservar o domínio total de armas nucleares no controle dos países que as haviam adquirido até 1967.
O Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP) passou a ter efeito apenas em 1970 e proibia os signatários de utilizar energia nuclear para fins militares.
O Brasil se negou a assinar o documento até a chegada do presidente Fernando Collor ao poder; mesmo assim, o tratado só foi ratificado durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
O Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, apesar de seus esforços, enfrenta desafios para conter a disseminação dessa tecnologia em tempos de crescente disputa internacional.
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