O papa Francisco tem enfrentado graves complicações de saúde. No último dia 14 de fevereiro, ele foi internado no Hospital Gemelli, em Roma, devido a uma bronquite, que evoluiu para uma pneumonia bilateral.
A condição é considerada complexa e grave, exigindo tratamento com remédios e oxigenoterapia. Além disso, o pontífice sofreu uma crise respiratória asmática prolongada, necessitando de transfusões de sangue devido a uma queda nos níveis de plaquetas e anemia.
Apesar de permanecer internado, o papa continua lúcido e consciente.
A situação tem despertado a curiosidade sobre o que ocorre após o falecimento de um papa, incluindo o processo de eleição de um sucessor para a liderança da Igreja Católica. Para isso, um conclave é convocado.
Após a morte de um papa, torna-se necessária a eleição de um sucessor para a liderança da Igreja Católica. Para isso, um conclave é convocado.
O Conclave é uma conferência realizada pelos cardeais da Igreja Católica para eleger o novo bispo de Roma.
O termo conclave vem do latim e significa “com chave”, porque os cardeais ficavam trancados no local de votação e também pelo segredo que permeia toda a reunião.
O primeiro conclave aconteceu em 1061 e elegeu o papa Alexandre II. Atualmente a eleição acontece na Capela Sistina, que foi usada pela primeira vez em 1292 e é o local oficial para o conclave desde 1878.
Após a morte do líder da Igreja Católica, os cardeais se reúnem na Cidade do Vaticano para as celebrações fúnebres do papa falecido e também para o Conclave.
Na eleição, reúnem-se 120 cardeais habilitados a votar e é usado o modelo de escrutínio que se divide em três etapas:
Após cada sessão, os olhares se voltam para uma chaminé, na qual pode sair fumaça preta, anunciando que ainda não há um novo pontífice, ou fumaça branca, anunciando que o novo bispo de Roma foi eleito.
Após o sinal de fumaça, na varanda da Basílica de São Pedro, um dos cardeais anuncia o novo pontífice com as palavras:
"Anuncio-vos com grande alegria: Temos Papa! Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor, Senhor [primeiro nome], Cardeal da Igreja Católica Romana [sobrenome], que escolheu para si o nome de [nome papal]”.
O novo papa surge na varanda e dá a bênção Urbi et Orbi, que é dirigida à cidade de Roma e a todo o mundo. Desde a eleição de João Paulo II, o pontífice eleito faz um discurso voltado ao povo.
O último conclave aconteceu no ano de 2013 e resultou na eleição do papa Francisco, no dia 13 de março do mesmo ano.
O processo do conclave atualmente é regido pela Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, escrita por João Paulo II, na qual se explica todo o processo.
A carta foi escrita em 22 de fevereiro de 1996 e indica como deverá decorrer o processo após a morte do pontífice, a reunião dos cardeais e o processo eletivo. Além disso, confirma o dever dos participantes de guardar segredo.
Se informações sobre a conferência forem divulgadas, os responsáveis serão punidos com excomunhão, além de outras penas escolhidas pelo novo papa.
O papa João Paulo II escreveu em sua Constituição Apostólica que o direito de eleger o novo pontífice pertence aos cardeais com menos de 80 anos de idade e que o número de cardeais eleitores deve ser de até 120.
“O direito de eleger o Romano Pontífice compete unicamente aos Cardeais da Santa Igreja Romana, à excepção daqueles que tiverem completado, antes do dia da morte do Sumo Pontífice ou do dia em que a Sé Apostólica fique vacante, oitenta anos de idade. O número máximo de Cardeais eleitores não deve superar cento e vinte”.
Após a morte do papa, os cardeais têm 15 dias para se reunirem em conclave. Caso haja problemas graves, como questões de saúde ou outros impedimentos, devem esperar no máximo 20 dias para dar início à eleição do novo pontífice.
“Estabeleço, ainda, que, desde o momento em que a Sé Apostólica ficar legitimamente vacante, os Cardeais eleitores presentes devem esperar, durante quinze dias completos, pelos ausentes; (...) Transcorridos, porém, no máximo, vinte dias desde o início da Sé vacante, todos os Cardeais eleitores presentes são obrigados a proceder à eleição”.
Desde o ano de 1878, quando o papa Leão XIII foi eleito, os conclaves ocorrem na Capela Sistina, situada no Palácio Apostólico, que é a residência oficial do papa no Vaticano.
Embora não tenha uma regra que determine que a eleição deva acontecer especificamente neste local, a Constituição prevê que o conclave ocorra dentro da Cidade do Vaticano.
“Disponho que a eleição continue a desenrolar-se na Capela Sistina, onde tudo concorre para avivar a consciência da presença de Deus, diante do qual deverá cada um apresentar-se um dia para ser julgado”.
Antes de se dirigirem à Capela Sistina, os cardeais se reúnem na Basílica de São Pedro, onde fazem um juramento e celebram uma missa com a intenção de eleger o novo Sumo Pontífice.
Após a celebração, eles seguem para a Capela Sistina, que é fechada por um mestre de cerimônias, que diz a frase "Extra omnes", que significa "Fora todos". Com as portas fechadas, tudo o que acontece dentro do conclave deve ser mantido em segredo.
Todo o processo que ocorre dentro da Capela Sistina deve ser mantido em segredo. A solenidade contou com mestres de cerimônia, dois médicos para eventuais emergências e padres para atender confissões.
Todas essas pessoas que participam do processo fazem o juramento de não revelar qualquer coisa que aconteça dentro do processo de eleição. Aqueles que revelarem alguma informação incorrem nas penas previstas pela Constituição de João Paulo II.
Violar o segredo do Conclave é considerado infração grave. Entre as penas previstas está a excomunhão, que é o rompimento entre a pessoa e a Igreja Católica. Além disso, o papa eleito pode escolher outras formas de punição do infrator. A Constituição se refere aos que estão trabalhando no processo nos seguintes termos:
“Aqueles que prestam serviço em incumbências inerentes à eleição, e que, portanto, directa ou indirectamente, poderiam violar o segredo - por palavras ou escritos, por sinais, ou outra coisa qualquer - deverão absolutamente evitá-lo, porque, caso contrário, incorreriam na pena de excomunhão latae sententiae, reservada à Sé Apostólica.”
Os cardeais votantes também são proibidos de revelar qualquer informação relacionada ao conclave.
“Ordeno, ainda, que os Cardeais eleitores conservem segredo destas coisas, mesmo depois de ter sido efectuada a eleição do novo Pontífice, recordando-se de que não é lícito violá-lo, seja de que modo for, se não lhes tiver sido concedida a tal propósito uma especial e explícita faculdade pelo próprio Pontífice.
Tendo em vista todos esses deveres, os cardeais dão início ao processo de votação do novo papa.
O conclave ocorre em forma de escrutínio e desenrola-se em três etapas:
Na primeira fase, cardeais são selecionados por sorteio para assumir funções como escrutinadores, enfermeiros e revisores.
Durante essa etapa, os cardeais recebem fichas com a inscrição "Eligo in Summum Pontificem ("Elejo como Sumo Pontífice")”. Nesses cartões, eles escrevem o nome do candidato escolhido.
Os cardeais enfermeiros são encarregados de coletar os votos dos enfermos que não conseguem ir até o local de votação.
Apenas os cardeais votantes podem permanecer na Capela Sistina durante o processo; outras pessoas devem sair.
As fichas são preenchidas de maneira secreta e, após escreverem o nome do candidato, os cardeais dobram o papel antes de colocá-lo na urna.
Na segunda etapa, ocorre a votação propriamente dita. Os cardeais depositam suas fichas em uma urna. Após a deposição, realiza-se a mistura, contagem e apuração dos votos.
Os votos são depositados diante dos escrutinadores, e cada cardeal faz o seguinte juramento:
“Invoco como testemunha Cristo Senhor, o qual me há-de julgar, que o meu voto é dado àquele que, segundo Deus, julgo deve ser eleito.”
Durante esta etapa, os escrutinadores se sentam em uma mesa. O primeiro toma uma ficha, observa o nome escolhido e passa para o segundo. Este repete o processo e entrega a ficha ao terceiro escrutinador, que lê o nome em voz alta para que todos os eleitores o saibam e anotem o voto.
A terceira fase é a última e compreende:
Segundo a Constituição Apostólica:
“Os Escrutinadores fazem a soma de todos os votos, que cada um obteve, e se ninguém tiver conseguido dois terços dos votos nessa votação, o papa não foi eleito; se, pelo contrário, resultar que alguém obteve os dois terços, verificou-se a eleição do Romano Pontífice canonicamente válida”.
Após a votação, todos os cardeais deixam a Capela Sistina para que os votos sejam queimados. Em seguida, o Cardeal mais velho do local, anuncia o resultado da eleição.
Após a eleição, os cardeais perguntam ao eleito se ele aceita o cargo. Em seguida, questionam qual nome ele deseja adotar como papa.
“Uma vez efectuada canonicamente a eleição, o Cardeal Decano, ou o primeiro dos Cardeais segundo a ordem e os anos de cardinalato, em nome de todo o Colégio dos eleitores, pede o consenso do eleito com as seguintes palavras:
“Aceitas a tua eleição canônica para Sumo Pontífice?
E, uma vez recebido o consenso, pergunta-lhe:
Como queres ser chamado?”
Após cumprirem todas as prescrições pós-eleição, os cardeais deixam a Capela Sistina, e o novo pontífice dirige-se à varanda da Basílica de São Pedro para ser apresentado ao povo, dar uma bênção e realizar seu primeiro discurso como papa.
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