Lula e a ministra Marina Silva parecem estar se desentendendo. O presidente tem intensificado a pressão sobre o Ibama para que autorize a Petrobras a fazer pesquisas na Foz do Amazonas, na região da Margem Equatorial. O governo tem interesse em saber se é possível explorar petróleo na região.
Em entrevista à rádio Diário FM do Amapá, o presidente afirmou que não sabe se vai explorar, mas que é necessário pesquisar. Também disse que parece que o Ibama não está apoiando o projeto do governo:
“Precisamos autorizar que a Petrobras faça pesquisa, se depois a gente vai explorar é outra discussão. O que não dá é pra gente ficar nessa lenga-lenga, o Ibama é um órgão do governo parecendo que é contra o governo”.
Em 2023, o governo brasileiro estimou que é possível produzir cerca de 10 bilhões de barris por ano no local, portanto, levaria o Brasil a outro patamar no cenário internacional.
Em entrevista recente, Lula criticou a demora na concessão da licença, afirmando que o Ibama "parece um órgão contra o governo".
Nos últimos dias, o presidente tem reclamado da lentidão na aprovação do projeto. Em recente evento no Amapá, disse que “ninguém tem mais responsabilidade do que ele e que não vai fazer nenhuma loucura ambiental”.
"Eu quero preservar. Mas eu não posso deixar uma riqueza que a gente não sabe se tem e quanto é a dois mil metros de profundidade, enquanto o Suriname e a Guiana estão ficando ricos à custa do petróleo que tem a 50 quilômetros de nós".
A Associação Nacional dos Servidores de Carreiras Especialistas em Meio Ambiente rebateu as acusações do presidente. Disseram que o Ibama é um órgão de Estado , cuja missão é proteger o meio ambiente e os recursos naturais do Brasil. Afirmaram que “todas tomadas pela instituição são baseadas em critérios técnicos, científicos e legais”.
Também disseram que o “processo de licenciamento ambiental leva em consideração a proteção da biodiversidade e o bem-estar das populações que dependem diretamente dos ecossistemas afetados, mas também o desenvolvimento econômico do País."
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem enfatizado que a decisão cabe ao Ibama e deve seguir critérios técnicos e legais.
Ela disse que o presidente Lula não a pressionou sobre o tema e que as análises estão sendo conduzidas de acordo com a legislação ambiental atual.
A situação gerou reações no Legislativo também. O deputado Nilto Tatto (PT-SP), líder da frente ambientalista, disse que “as declarações do presidente Lula provocam o debate sobre o papel do Ibama”.
“As declarações do presidente Lula provocam o debate sobre o papel do Ibama - inclusive ajuda a população a entender a importância de um trabalho técnico, que não é afeito a pressões políticas, expliquei em entrevista à CNN. Isso mostra que há uma política de Estado (e não de governo) no trabalho do lbama, que tem um histórico de atuação série na análise dos licenciamentos.”
O deputado Arthur Maia (União-BA) seguiu a mesma linha de Lula. O parlamentar criticou o Ibama e alfinetou Marina .
“O presidente Lula está corretíssimo em falar de ‘Lenga-lenga’ do Ibama no assunto referente às pesquisas para exploração de petróleo na Margem Equatorial. O Ibama tem utilizado a morosidade como forma canhestra de militância político-ambiental em desfavor do desenvolvimento. Por outro lado, o presidente sabe que a sua ministra do Meio Ambiente não está ajudando”.
Enquanto o governo busca equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, a exploração de petróleo na Foz do Amazonas permanece como um ponto de tensão entre diferentes setores da administração federal.
A região abrange uma das principais reservas de petróleo do país, com capacidade de produção estimada em 30 bilhões de barris.
A exploração da região pode significar o início de um novo e promissor momento para a indústria petrolífera nacional.
Estima-se que a região possa produzir 10 bilhões de barris por ano, motivo pelo qual a Petrobras planeja investir mais de R$55 bilhões na região.
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