O Brasil é o país com o maior número de pessoas que sofrem de depressão na América Latina, segundo o Ministério da Saúde. Um estudo epidemiológico realizado pela pasta apontou que 15,5% da população brasileira tem chance de ter depressão.
Diante disso, os antidepressivos foram os medicamentos mais vendidos no país em 2021, de acordo com levantamento do Farmácia APP. A empresa divulgou um aumento de 14,1% na comercialização desses remédios nas drogarias do Brasil em relação a 2020.
Apesar do cenário, psicólogos e médicos psiquiatras temem que muitos desses usuários estejam se automedicando na busca de camuflar dores e desconfortos que não têm relação com depressão.
Segundo os profissionais de saúde, os brasileiros estão vivendo numa "cultura analgésica".
Após o término de um relacionamento, o engenheiro de produção Filippe Augusto, de 28 anos, procurou um psiquiatra para tentar sanar a tristeza daquela ruptura. Há um ano, passou a tomar antidepressivo e ansiolítico.
"Não conseguia superar o luto da separação. Acredito que os medicamentos foram realmente necessários para aquele momento", contou o engenheiro, que já tentou parar com a medicação.
"Me senti ainda mais triste que antes quando, por um período, interrompi o tratamento; optei por continuar com as pílulas para não perder a sensação de bem-estar".
A psicóloga Marcella Quirino reconhece a importância dos medicamentos prescritos por psiquiatras para o alívio do sofrimento. Mas observa que muitas pessoas estão buscando nos remédios o caminho mais rápido e menos custoso para lidar com suas emoções.
"Quando não há diagnóstico de uma patologia, a busca por remédios pode representar a fuga de um processo natural de dores emocionais inerentes ao ser humano".
Para a especialista, o problema é que, ao camuflar a dor, o paciente negligencia o tratamento psicológico e perde de experimentar o amadurecimento a partir do enfrentamento daquela situação.
O psiquiatra e escritor Frederico Porto explica que quanto mais grave for o caso do paciente, mais indicado o antidepressivo é. A grande discussão, ressalta o médico, é a prescrição em quadros leves.
"Muitas vezes, paciente que senta na frente do médico só quer um remédio. Ele não está disposto a mais nada. Às vezes, eu indico: 'se você fizer uma caminhada de meia hora por dia, três vezes na semana, o hábito será tão eficaz quanto o remédio. Mas a resposta é: 'eu não quero andar não, doutor! Eu quero remédio!' As pessoas acreditam que o antidepressivo é a bala mágica que vai resolver todos seus problemas”.
O psicobiológico e filósofo clínico Marcello Danucalov diz que o cenário é preocupante:
"Estamos medicando afetos, e muito mais do que deveríamos".
Especialistas em saúde mental alertam que um dos grandes responsáveis pelos abusos em medicamentos é a indústria farmacêutica. O problema pode estar associado ao lucro envolvido na venda dos medicamentos.
O novo Original BP Fantástica Fábrica da Sanidade reuniu algumas das maiores autoridades em saúde mental no Brasil e no mundo, para, investigar assuntos como:
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