Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem avaliado a nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para liderar um ministério em seu governo.
Essa possibilidade surge em meio a críticas ao atual ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência. Márcio Macêdo têm enfrentado dificuldades de articulação com movimentos sociais.
Há meses, o ministro vem sendo pressionado por sua falta de diálogo com movimentos sociais, função atribuída à sua pasta. As críticas se intensificaram especialmente após o esvaziado evento de 1º de maio de 2024, em alusão ao Dia do Trabalhador, quando Lula culpou publicamente o ministro pela baixa adesão do ato.
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A possível entrada de Boulos no governo teria o intuito de fortalecer a relação do governo com movimentos sociais. O psolista já liderou o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
Entretanto, governistas avaliam que a chegada de Boulos ao Planalto poderia tensionar a relação de Lula com o Congresso. O Centrão segue pressionando por mais espaço na Esplanada, buscando ampliar sua influência no governo. Apesar das articulações do grupo, Lula tem priorizado a acomodação de aliados estratégicos em ministérios, como ocorreu com Gleisi Hoffmann.
A possível indicação de Boulos gerou incômodo até mesmo dentro de seu partido, o que agravou um racha na sigla.
De um lado do PSOL, o ex-candidato à prefeitura de São Paulo lidera a ala que defende a participação no governo, enquanto Glauber Braga encabeça o grupo que prega a independência.
O conflito se intensificou após a demissão de um assessor do PSOL, ligado a Braga, que fazia críticas pontuais ao governo.
O episódio foi interpretado como uma tentativa de silenciar vozes dissonantes em relação à política econômica de Lula.
A situação gerou troca de acusações e aprofundou a divisão entre aqueles que defendem maior influência no governo e os que temem a perda da identidade partidária.
O PSOL surgiu em 2004, após divergências internas no PT, principalmente pela aprovação da reforma da Previdência no primeiro governo Lula. Após a expulsão de parlamentares petistas que votaram contra a proposta, O PSOL foi fundado. Desde então, o PSOL se posiciona como um partido de esquerda independente.
Além de uma ala do PSOL, a possível indicação de Boulos também encontra resistência dentro do próprio PT. Aliados de Lula ouvidos pelo jornalismo da Brasil Paralelo avaliam que, embora a entrada do psolista possa fortalecer o diálogo com movimentos sociais, ela traria pouco impacto na articulação política dentro do Congresso, podendo até piorá-la.
Governistas argumentam que Lula precisa diversificar a composição de seu ministério para garantir maior governabilidade. Isso significa manter nos ministérios apenas polliticos de espectros ideológicos diferentes
Recentemente, o presidente do Partido Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira, afirmou que “tem aumentado muito a pressão” para a legenda deixar o governo. Durante o feriado de carnaval, o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, esteve conversando com o ex-presidente Jair Bolsonaro em uma lancha em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. As duas situações ligaram o sinal de alerta em governistas.
A oposição também se manifestou sobre a possibilidade de Boulos virar ministro. O senador Jorge Seif (PL-SC) pediu o fim do loteamento de cargos na Esplanada e ironizou a insatisfação de aliados do governo com a possível indicação.
“Se até aliados consideram assustadora a colocação de Boulos como ministro, imaginem o restante do Brasil. Chega de loteamento de cargos!”
A decisão final sobre a nomeação de Boulos deve ocorrer ainda em março, quando Lula planeja finalizar sua reforma ministerial. Até a definição do chefe do Executivo, as negociações e articulações políticas continuarão nos bastidores do Planalto.
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