As fraudes do movimento negro que se perdeu? Antonio Risério aponta autoritarismo, racismo contra brancos e o uso de dados falsos

Em seu artigo Racismo de negros contra brancos ganha força com identitarismo, o autor defende que nos Estados Unidos há uma cultura de racismo de negros contra outras etnias, e que o movimento negro brasileiro vem seguindo o mesmo caminho.

Além disso, Risério defende que os dados usados pelo movimento negro para sustentar suas teses são falsos e que, por apenas discordar da pauta, qualquer pessoa será taxada de racista e será silenciada, cancelada e perseguida.

Para o escritor, quando há casos de racismo de negros contra brancos, a mídia não dá atenção aos fatos. Risério exemplifica no mesmo artigo:

“(...) quando três adolescentes brancos foram atacados por uma gangue de jovens pretos no Michigan. Os rapazes pretos curraram a moça branca e fuzilaram um jovem branco.

O New York Times não indigitou o caráter racial do crime e o relegou a uma materiazinha de um só dia. Se os papéis fossem invertidos, uma gangue de jovens brancos currando uma mocinha preta e assassinando um jovem negro, o assunto seria explorando amplamente — e em mais de uma reportagem. Lá, como aqui, o "double standard" midiático é um fato”.

Risério não nega que haja racismo contra negros nos Estados Unidos e no Brasil, mas afirma que o contrário também é possível. Esta pauta supremacista, segundo o autor, está se tornando discurso de esquerda.

“Engana-se, mesmo com relação ao Brasil, quem não quer ver racismo, separatismo e mesmo projeto supremacista em movimentos negros. O retorno à loucura supremacista aparece, agora, como discurso de esquerda.

Não devemos fazer vistas grossas ao racismo negro, ao mesmo tempo que esquadrinhamos o racismo branco com microscópios implacáveis. O mesmo microscópio deve enquadrar todo e qualquer racismo, venha de onde vier”.

Por seus posicionamentos no artigo Racismo de negros contra brancos ganha força com identitarismo, Antonio Risério foi censurado pela Folha de S. Paulo. Defensores das pautas identitárias que estavam na redação fizeram um abaixo-assinado clamando pela expulsão do pensador.

Risério afirma que os dados usados como argumento pelo movimento negro são falsos

Para o autor, a desigualdade social não é um problema exclusivo para mulher ou para o negro no Brasil. Risério vai além e afirma que “a exploração da força de trabalho no Brasil não escolhe cor. A maioria dos trabalhadores brasileiros que recebe salário mínimo não é negra”.

Quando contestado acerca desses dados, Risério afirmou:

“Hoje há uma fraude enorme sobre os números do Brasil. Não dá para confiar em nenhum número desde que o IBGE, guiado por Fernando Henrique Cardoso, decidiu juntar pardos e negros como um mesmo contingente da população. (...) Nós lidamos o tempo inteiro com essa farsa numérica no Brasil, que é essa fraude do IBGE que começou no governo Fernando Henrique Cardoso e se tornou lei por pressão dos movimentos sociais”.

As afirmações foram feitas no debate “Identidade e Identitarismo”, da Academia Brasileira de Letras.

Apesar de apresentar dados para sustentar sua tese, Antonio Risério se depara com um problema, ele afirma que não é preciso nem discordar abertamente do movimento negro para ser taxado de racista, basta apenas não apoiá-lo.

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Isto acaba exercendo uma grande pressão social contra as pessoas que são constrangidas a apoiar algo que não acreditam para não serem taxadas de racistas.

A imposição de uma linha de pensamento e o linchamento de quem não a segue é uma prática fascista e ditatorial:

“Nos dias que correm, não é preciso nem mesmo fazer este esforço, procurando ajoelhar confessionalmente ao próximo. A pessoa é acusada de racista antes mesmo de ter tido tempo de abrir a boca. Todos então acabam constrangidos a embarcar na canoa furada do identitarismo. Por esse caminho, de resto, o identitarismo implantou uma prática ditatorial, fascista, no mundo da arte e do entretenimento: artistas mulheres (lésbicas ou não), artistas pretos ou artistas gays são obrigados a militar, ou a militância vai fazer o que puder para sabotar e bloquear suas carreiras. Somos assim atirados de volta aos velhos tempos da política cultural soviética sob Stálin e Zdanov, agora em versão cromático-genital.” trecho retirado do livro Sobre o relativismo pós-moderno e a fantasia facista da esquerda identitária.

Para Risério, o movimento negro possui causas fundamentalmente justas, mas se perverteu:

“Raras vezes na história política e social recente do planeta, um movimento social, partindo de causas fundamentalmente justas, terá se perdido e pervertido tanto pelos descaminhos da fraude, da trapaça da ignorância, da violência e do autoritarismo”.