Artistas renomados do mundo da música denunciam que suas gravadoras os pressionam para produzir músicas com foco nas “trends” de TikTok. Artistas como Adele, Florence e Anitta comentaram sobre o problema em suas redes sociais expondo os bastidores de suas gravadoras.
A fala mais recente foi da artista Lisa Murray, seguindo a mesma direção das falas de outras cantoras de sucesso mundial.
Em 2022, a cantora americana Halsey narrou sua história com as gravadoras em suas redes sociais:
"Basicamente, eu tenho uma música que eu amo e eu quero lançar urgentemente. Mas minha gravadora não deixa", escreveu a cantora de "Closer" e "Without me".
"Eu estou nesta indústria há oito anos, eu vendi mais de 165 milhões de discos e minha gravadora está dizendo que eu não posso lançar a menos que eles possam inventar um momento viral no TikTok", continuou.
A cantora Adele comentou o tema. Ao lançar o álbum "30", no fim de 2021, ela contou que sua equipe queria que ela fizesse um conteúdo mirando no público adolescente do TikTok, mas ela se negou, afirmando:
"Se todo mundo faz música para o TikTok, quem faz música para a minha geração? Quem faz a música para meus colegas? Gosto de ter essa missão”.
Arthur Fitzgibbon, presidente da ONErpm Brasil, explica que o cenário musical está mudando. Segundo ele:
“Antes, a música tinha uma vida útil de um determinado período que era um período ‘ok’. Com o TikTok, você massacrou esse tempo. Ele ficou menor. As pessoas começam a trabalhar com maior frequência lançamento de música, de produtos, brincadeiras, danças, desafios. Os artistas estão mais preocupados com isso.”
Em uma conversa sobre o tema, os cantores da banda Sorriso Maroto falaram:
"Se não tomarmos cuidado, as músicas vão virar jingles. Quando analisamos nossas músicas no TikTok, vemos que muitas pessoas pulam a introdução e só querem o refrão da música".
No documentário A Primeira Arte, o pianista Alvaro Siviero mostra como as músicas estão perdendo a complexidade das notas e harmonias e priorizando a simplificação, focando em repetições e batidas.
A tendência de focar na viralização pode agravar essa realidade no meio musical, o que pode diminuir a qualidade das músicas. Após estudar 522 artistas nacionais, o especialista em ciência de dados, Leonardo Sales, publicou um estudo que mostra a expressiva diminuição de acordes nas músicas brasileiras.
Para entender a importância da música para o ser humano e quais as consequências do novo cenário musical, a Brasil Paralelo elaborou o documentário A Primeira Arte.
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