De 1994 a 2004, nenhuma série de TV foi mais aclamada e assistida que Friends, uma produção da NBC. Até hoje, a série ainda lidera a audiência no streaming de séries e filmes.
Friends popularizou o gênero televisivo sitcom, caracterizado por ser um seriado de comédia ambientado em lugares comuns: uma sala de estar, um escritório ou uma mesa de bar.
Usar os lugares comuns aos espectadores facilita a assimilação do conteúdo e da vida daqueles personagens. Mas isso também facilita manipulações.
Séries assim podem ser enquadradas nas estratégias de pensadores como Antonio Gramsci, H. G. Wells e Bernard Shaw. Podem se tornar armas de uma guerra do imaginário.
Através da lenta e progressiva manipulação de imagens e palavras, roteiristas de séries plantam ideias nas cabeças dos espectadores, enquanto eles dão gargalhadas.
Com histórias envolventes e dramas reais vividos pelas personagens, eles vencem o primeiro obstáculo para conquistar a atenção: cativar as emoções.
A série Friends pode ser usada como um exemplo, de acordo com Marcos Ruppelt, da Brasil Paralelo; e Melk, do perfil @aformacaodoimaginario. Os responsáveis por Friends sabiam que assistir a uma série é como participar de um sonho acordado, dirigido por outras pessoas.
Depois de entrar nesse mundo divertido, o espectador pode acabar participando da história como se estivesse hipnotizado. E como em qualquer estado de hipnose, quem tem o controle é o hipnotizador.
Se eles querem que você veja a pornografia como algo normal, há um episódio para isso. No episódio 17 da 4ª temporada, Chandler e Joey recebem gratuitamente um canal de TV para adultos.
E além desse episódio (Aquele com a pornografia de graça), na oitava temporada as personagens ficam o dia inteiro vendo pornô, por uma falha na TV a cabo.
Outro exemplo. Se quiserem que você vote contra uma lei, há episódios que também foram pensados para alcançar esse objetivo. Em 1996, os EUA buscavam aprovar o Defense of Marriage Act (DOMA) que visava estabelecer como casamento legalmente aceito pelos estados da federação apenas o casamento entre homem e mulher.
Em um episódio famoso, transmitido no mesmo ano, a série apresenta Ross abandonado pela ex-mulher, Carol. Apesar de ter com ele um filho recém-nascido, ela o deixa para viver com outra mulher, Susan.
Com essa temática abraçando personagens queridos no mesmo ano, como o público que também é eleitor olhou para os políticos que aprovaram o DOMA?
Fluidez de gênero, aborto, sexo descompromissado, falta de caráter… Todas essas pautas estão presentes na série Friends, mas poucas pessoas percebem que há um propósito na inserção desses temas em uma sérique que, à primeira vista, pareceria inofensiva.
A guerra do imaginário não tem violência, sangue ou explosões. Essa é uma guerra silenciosa, que acontece nos lugares comuns: escolas, redes sociais, TV e plataformas de streaming. Nesta guerra, as armas são as imagens e palavras que chegam a cada um.
Friends influenciou a vida moral e o padrão sexual americano, sobretudo para os jovens. E não é um caso isolado. Milhares de produções têm o mesmo objetivo nessa guerra: dominar mentes de uma forma sutil e envolvente, como sugeriu Gramsci.
Por outro lado, autores como Chesterton, Lewis e Tolkien, lutaram nessa guerra silenciosa para preservar aquilo que muitos queriam destruir. Suas obras foram histórias que ultrapassaram as barreiras do tempo.
Amanhã, 25 de agosto, a Brasil Paralelo vai lançar o primeiro documentário já feito sobre a história desses três grandes autores.
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