O 7 de setembro de 2024 será marcado pela realização de eventos simultâneos em Brasília e São Paulo.
Enquanto a capital federal abrigará o tradicional desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de vários polícos da base governista; a Avenida Paulista, em São Paulo será o cenário de um ato político incentivado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PT) e pelo bilionário Elon Musk. Crítico à atuação da Suprema Corte, ele recentemente protagonizou o processo de suspensão da rede social no Brasil.
Em Brasília, o desfile de 7 de setembro foi organizado com o tema “Democracia e Independência! É o Brasil no Rumo Certo”. O governo federal havia planejado homenagear diversos grupos, entre os quais o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). A alegação do governo é de que o convite ocorreu em virtude da atuação dos grupos na assistência às vítimas das tragédias no Rio Grande do Sul. No entanto, a ideia de incluir o MST no evento gerou forte reação negativa entre setores das Forças Armadas e provocou debate público.
Apesar dos rumores de que o cancelamento da participação do MST no desfile cívico-militar teria ocorrido por pressão das Forças Armadas, o governo alegou que a decisão foi tomada devido a questões logísticas. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) explicou que dificuldades operacionais impediriam que o MST e outras entidades participassem conforme planejado. Os órgãos descartaram que a mudança tenha sido resultado de pressão de grupos militares.
Apesar do recuo, o mal-estar gerado com a bancada ruralista já havia sido criado. O presidente da Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara dos Deputados, Evair de Melo (PP-ES), havia classificado a participação dos movimentos como “um completo absurdo” e “falta de respeito”.
“Como se já não bastasse toda a amizade de Lula com o MST, um grupo terrorista que vive invadindo terras em nosso país, agora eles vão desfilar no 7 de setembro. Isso é um completo absurdo. Uma falta de respeito com a nossa pátria”, declarou o parlamentar.
Por outro lado, a Secom apontava que a participação do MST, como as de outros movimentos sociais, teria o intuito de “aumentar a participação social”.
A solenidade em Brasília seguirá com homenagens a outros grupos que contribuíram para a recuperação do estado gaúcho, como os bombeiros, Correios, Conab, Força Nacional do SUS e o Movimento de Atingidos por Barragens.
Em contraste com o evento oficial na capital federal, São Paulo verá um ato político organizado por uma ala de entusiastas do conservadorismo na Avenida Paulista. A manifestação foi convocada como uma resposta às recentes decisões do STF em relação à rede social X. Uma das intenções do grupo é demonstrar sua insatisfação em relação à decisão. Moraes ordenou a suspensão da rede social X (antigo Twitter) no Brasil após a empresa, de propriedade de Elon Musk, não ter cumprido os requisitos legais.
Embora Musk não esteja presente no ato, ele tem incentivado os protestos. Nas últimas semanas, Musk usou o X para criticar duramente o magistrado, sugerindo que ele "deveria ser preso" e acusando-o de "ditador" por suas decisões. O bilionário também ameaçou buscar a apreensão de ativos brasileiros nos Estados Unidos, caso o governo brasileiro não devolva bens que ele alega terem sido ilegalmente confiscados de suas empresas, X e SpaceX.
Na terça-feira, 03 de setembro, a Starlink divulgou um email desincentivando viagens para o Brasil e divulgando a retirada de seus colaboradores do país.
Por outro lado, o governo brasileiro e o presidente Lula afirmaram que as decisões do STF visam proteger a democracia contra discursos de ódio e ações antidemocráticas. Lula defendeu a suspensão da rede social, argumentando que o mundo "não é obrigado a aguentar o vale-tudo de extrema direita de Musk". Destacou também que os usuários estão migrando para plataformas alternativas.
Em contrapartida, parlamentares de oposição ao governo petista, como Silvia Waiãpi (PL-AP), apontam que o ato marcado para ocorrer na Avenida Paulista será em prol da “liberdade e contra a tirania”.
“Este 7 de Setembro será uma oportunidade para os brasileiros, de todas as regiões, unirem-se em defesa da liberdade e contra a tirania. O povo vai às ruas para lembrar que o poder emana dele, e não de decisões arbitrárias que ignoram os verdadeiros valores democráticos”, disse a deputada.
As comemorações do Dia da Independência deste ano trazem à tona narrativas distintas sobre o Brasil.
De um lado, o governo Lula busca promover uma imagem de inclusão social e reconstrução nacional. De outro, o protesto em São Paulo, incentivado por Musk e público alinhado ao conservadorismo, reflete um crescente descontentamento com o cenário político atual e com as decisões do Judiciário. O grupo afirma lutar por liberdade de expressão e garantia de direitos civis.
O 7 de setembro de 2024 ilustra as controversias e os desafios enfrentados pelo Brasil em um momento de intensos debates sobre democracia, liberdade de expressão e direitos civis.
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