Seja paranóico para estar sempre um passo à frente no seu negócio

É preciso pensar no futuro. Eu, por exemplo, sempre planejo os piores cenários, considerando como eles podem afetar minha equipe, suas vidas e como mitigá-los. 

E se um dos nossos líderes mais valiosos decidir deixar a empresa? E  se enfrentarmos uma nova recessão econômica?  E se uma nova tecnologia tornar nosso produto obsoleto? Como isso vai impactar o nosso caixa, a moral do time e a sustentabilidade da companhia? 

Isso é semelhante à Teoria dos Jogos na estratégia de negócios, mas não é fruto só de livros, mas de décadas empreendendo.

Sei que é difícil pensar nesses frames, mas é necessário se planejar para caso isso ocorra, especialmente no Brasil. 

Sendo brutalmente honesto, empreender no nosso país não é para amadores. Tudo trabalha contra aqueles que querem construir riqueza: as leis, a mentalidade do povo, a corrupção endêmica do sistema… todo dia é uma guerra.

Por isso, se planejar para o pior ajuda a antecipar desafios e evitar que eles aconteçam ao longo do caminho. 

E, embora a maioria dos empreendedores espere pelo sucesso, você terá mais chances de vencer se aguardar pelo fracasso.

Esse não é um pensamento novo. Há 28 anos, Andy Grove publicou "Only the Paranoid Survive" (em tradução literal, “Só os paranóicos sobrevivem”). 

Sob a sua liderança, a Intel passou de fabricante de chips de memória para se tornar a empresa de microprocessadores dominante no mundo.

Ele mudou o pensamento de gestão, sendo um dos primeiros gestores a implementar e popularizar o sistema de Objetivos e Resultados-Chave (OKRs) na empresa. 

Além de grande defensor do uso de dados e análises, promoveu uma cultura onde todo o time era incentivado a contribuir, uma vez que melhores ideias e inovações poderiam vir de qualquer nível da organização. 

Mais que isso, Grove defendia que toda a companhia deveria estar constantemente vigilante e preparada para as mudanças disruptivas no mercado, já que essa "paranoia construtiva" seria a chave para a sobrevivência e crescimento a longo prazo. Quando você planeja cada resultado possível, você se torna à prova de balas.

De fato, nos negócios, a arrogância - caracterizada por orgulho excessivo ou autoconfiança - é semelhante à morte lenta e dolorosa. 

Não significa necessariamente que você está fora do mercado, mas muitas vezes é o fim do crescimento do seu negócio. É o fim do que fez com que seu ele se tornasse ótimo e gerador de caixa.

“Uma corporação é um organismo vivo; ela tem que continuar a trocar de pele. Os métodos têm que mudar. O foco tem que mudar. Os valores têm que mudar. A soma total dessas mudanças é transformação”. - Andy Grove

Para grandes líderes, como Grove, Gates, Musk e Jobs, a sobrevivência é atribuída à sua crença de que o fim do sucesso está "apenas a um desastre de distância", e os desastres estão sempre logo ali na esquina. 

Por isso, depois de aceitar a sua paranoia, garanta que a cultura do seu business esteja à altura do desafio de permanecer no topo, evitando as armadilhas mais comuns do script de visualização padrão:

#1 - Não planejar com antecedência suficiente

Muitos sócios, C-levels e diretores de empresas se concentram apenas nas demandas imediatas, esquecendo de preparar suas empresas para o futuro, é a chamada “síndrome do bombeiro”. 

Sem uma visão clara e estratégias bem definidas, o seu negócio se torna presa fácil para a concorrência e perde a capacidade de responder rapidamente às oscilações do mercado.

Antecipar cenários e desenvolver planos de contingência é fundamental para garantir a resiliência e a longevidade. 

Pense nas variáveis econômicas, nas possíveis inovações tecnológicas e nos desafios que podem surgir. 

‍Planejar com antecedência permite identificar alavancas de crescimento e selar os “baldes furados” para que a sua empresa não apenas sobreviva, mas prospere.

Receita é vaidade, caixa é rei. Conforme entrega um serviço melhor e usa tecnologia e inteligência para diminuir os custos da companhia, você aumenta sua margem, LTV e reinveste mais no negócio.

Aprender a planejar estrategicamente é crucial e esse conhecimento pode ser aprofundado em eventos como o G4 Expansão de Negócios. 

Lá, você aprende como implementar estratégias de crescimento inorgânico como M&A e venture capital, acessar o mercado de capitais e tomar decisões estratégicas sobre investimentos. 

Esses insights são vitais para quem deseja construir uma empresa sólida e preparada para o futuro.

#2 - Não montar um time com um banco de reservas

Garantir que sua empresa seja resiliente começa com montar um time com habilidades complementares e manter um banco de reservas. Assim como em qualquer esporte coletivo, substituições estratégicas podem mudar o jogo. 

Por isso, desenvolva talentos internos para assumir responsabilidades e manter o ritmo de crescimento, e esteja atento ao mercado para identificar contratações potenciais. 

Além disso, criar um ambiente onde todos se sintam valorizados e incentivados ($$$) a contribuir com ideias e soluções inovadoras é fundamental para manter a empresa um passo à frente.

Quando você constrói um bom produto que resolve a dor recorrente de um público, agrega valor, cria uma legião de fãs e monta um time de campeões com os incentivos corretos, você tem uma máquina de independência. 

Mas existe um risco escondido nisso tudo: acomodação. O risco de achar que você é muito competente e parar de aprender. Pior ainda, baixar a guarda. 

O mundo dos negócios é uma guerra contínua. Se você ou o time baixam a guarda, perdem. Provoque o time constantemente e os mantenha na zona de desconforto.

Se esse é um desafio para o seu negócio, a imersão G4 Gestão de Pessoas traz insights valiosos para quem deseja aprender com as maiores referências do país sobre liderança e construção de equipes de alta performance. 

#3 - Pegar atalhos

Buscar caminhos mais fáceis e rápidos parece tentador, mas grande parte das vezes leva a resultados insustentáveis e problemas ao longo do curso. 

Pior, atalhos podem comprometer a qualidade dos seus produtos ou serviços, minar a confiança dos stakeholders e, até mesmo, infringir normas e regulamentos que podem resultar em multas e danos à reputação da marca.

Para evitar essa armadilha, invista tempo e recursos em processos robustos, garantindo que cada etapa seja bem executada e documentada. 

Adotar um framework de melhoria contínua, com revisões periódicas e feedback constante, ajuda a manter o dedo no pulso da companhia, evitando os riscos associados a soluções rápidas e fáceis.

Se você está buscando maneiras de fortalecer e expandir seu negócio sem hacks para encurtar o caminho, considere explorar as soluções oferecidas pelo G4 Gestão e Estratégia. 

Com um arsenal de práticas projetadas para crescer de forma lucrativa e sustentável, você pode contar com o apoio de mentores experientes em gestão, vendas e growth.

#4 - Ignorar a concorrência

Ignorar a competição é um dos maiores erros que um gestor pode cometer. Manter-se alheio ao que os seus rivais estão fazendo pode deixar sua empresa vulnerável e atrasada em relação às tendências da sua indústria. 

Estudar e entender seus concorrentes não é apenas uma estratégia defensiva, mas também uma oportunidade de aprendizado e inovação.

Analise os pontos fortes e fracos dos seus principais competidores, entenda onde estão falhando e onde estão acertando. 

Use essa informação para reajustar a rota, desenvolver produtos ou serviços superiores e criar diferenciais que destacam sua solução no mercado.

Para isso, participar de programas como o G4 Traction pode ser um grande aliado. Com mais de 30 horas de programa presencial, você terá acesso a ferramentas e metodologias validadas para identificar e corrigir esses gargalos e alcançar as suas metas.

#5 - Evitar pensar em cisnes negros

Ignorar eventos imprevisíveis e de alto impacto, os chamados "cisnes negros", é um erro que pode custar caro. 

A pandemia de COVID-19 é um exemplo clássico de cisne negro que transformou drasticamente o cenário global. 

Para se preparar para essas eventualidades, investir em tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial, pode ser uma excelente opção para fortalecer a capacidade da sua empresa de reagir rapidamente a mudanças abruptas e antecipar movimentos, automatizar processos e tomar decisões data-driven.

Grandes líderes empresariais sabem que adotá-la não é apenas uma opção, mas uma necessidade para quem deseja sobreviver aos ups e downs do mercado e da economia.

Para continuar essa jornada de aprendizado e transformação, explore as oportunidades oferecidas pelo G4 AI Academy e utilize a tecnologia como aliada para aumentar a produtividade e os resultados da sua companhia. 

If it ain't broke, break it! 

Todos nós precisamos estar constantemente questionando nossas certezas, planos e  procedimentos de forma crítica, trocando o "se não está quebrado, não conserte" por "se não está quebrado, quebre".

É contraintuitivo, mas é necessário. Ninguém quer imaginar uma tragédia, um roubo, um desastre natural ou um processo judicial, mas essas coisas podem acontecer e ACONTECEM todos os dias. Por isso, teste continuamente novos produtos, técnicas, canais de vendas e clientes.

Michael Phelps, 37 vezes recordista mundial, criou um banco de dados mental para programar a sua mente para todos os imprevistos que pudessem ocorrer em uma prova: se o traje rasgasse, os óculos quebrassem… o que faria? 

Dessa forma, se algo ruim acontecesse, conseguiria seguir adiante onde muitos competidores ficariam bloqueados.

A Microsoft também teve a sua dose de paranoia sob o comando de Bill Gates, que presumia que a empresa estaria sempre a menos de dois anos da falência. 

Assim como a Netflix, que destruiu seu próprio modelo de negócio – aluguel de DVD – e criou o streaming muito antes que os concorrentes pudessem fazer isso. O mesmo vale para a fundação da SpaceX por Elon Musk.

Quão paranoico você e seus sócios têm sido? 

Paranoia produtiva significa encontrar falhas naquele lindo plano que você criou para crescer 30% este ano. 

Significa antecipar onde as coisas vão dar errado. Significa, até certo ponto, planejar o fracasso — e então criar contingências para que você não possa falhar.

O nível de confiança em uma organização é como a pressão arterial de uma pessoa. E se não for cuidada, pode ser mortal. 

Acredite, seu cérebro não vai querer fazer você passar por esse exercício. Sua equipe muito menos. Mas, ao contrário do que o senso comum acredita, o tipo certo de paranoia não corrói sua confiança; pelo contrário, a constrói.