Fundador e mentor do G4 Educação. Fundador da Easy Taxi e Singu.
Se você sumisse por um mês, sua empresa ainda existiria quando você voltasse? Infelizmente, para a maioria dos empresários não. Ou ela perecia ou estaria na UTI, respirando por aparelhos.
Talvez você não perceba, mas se os negócios entram em modo de sobrevivência na sua ausência, o maior gargalo das operações, meu caro, é você.
A verdadeira liberdade e sucesso não vêm apenas de construir negócios lucrativos, mas de se criar uma estrutura que funcione independentemente da sua presença constante.
É sobre formar equipes competentes, estabelecer processos claros e, principalmente, inculcar uma cultura organizacional que permita que a companhia prospere mesmo quando você não está lá.
Se você não consegue viajar, descansar ou se dedicar a novas oportunidades sem que tudo desmorone, então você não tem um negócio — você tem uma prisão.
Hoje, apesar de possuir equity em diversas iniciativas, a única empresa em que participo das operações diárias é o G4 Educação.
Quando eu, Alfredo e Nardon, decidimos dar vida a esse projeto, decidimos que faríamos as coisas do nosso jeito, evitando os erros do passado, mas sem colorir a verdade.
E, justamente por isso, temos a autonomia que muitos donos de empresa listada não têm.
Nesse instante, se eu quiser, posso me dar ao luxo de arrumar as malas e viajar para qualquer lugar do mundo, sabendo que o negócio continuará gerando caixa e funcionando de forma eficiente e coesa, graças à cultura e aos valores sólidos que estabelecemos ao longo do tempo.
Com bom tomador de riscos calculados, sou viciado em turismo esportivo, adrenalina e atividades que podem ameaçar a minha integridade física: heliski, tiro, kitesurf, jiu-jitsu, parachuting, snowboard… Lidar com contratempo, gerenciar riscos, superar o medo...
Ter tempo para desfrutar dessas experiências me ajuda a manter a calma para enfrentar decisões difíceis carregadas de ameaças em potencial.
Tanto nos negócios quanto em extreme sports, você precisa ser rápido, ágil e forte, tanto física quanto mentalmente.
São esses pequenos momentos, os mais valiosos da vida e que o dinheiro não compra. Por exemplo, a cordilheira dos Andes não sabe quanto você fatura, nem o mar se importa com quanto você tem no banco ou quem você é, eles apenas fazem o que fazem.
E se você não for bom o suficiente para encará-los, vai acabar sendo enterrado por uma avalanche ou engolido pelas ondas.
Digo isso, porque não se trata de vencer a natureza, mas de desafiar o seu próprio eu e os seus limites.
Há uma sensação indescritível de independência e clareza quando nossas capacidades perceptivas mais extremas são despertadas em sua totalidade.
Claro que nem sempre foi assim, há 12 anos eu morava na favela, não tinha a oportunidade de consumir esse mix de esportes, cultura, conhecimento e relações que tenho hoje.
Isso só aconteceu, porque dei muito “murro em ponta de faca” e "mastiguei muito caco de vidro” para poder resolver a parte financeira da vida.
Embora, na realidade, eu ainda continue trabalhando enquanto estou acordado, agora posso me permitir ter uma rotina mais flexível, ao contrário dos 14 aos 27 anos, quando eu precisei pagar o preço para chegar onde estou.
O Brasil, apesar de todos os nossos problemas, é terreno fértil para para quem não tem preguiça e arregaça as mangas, sem terceirizar a responsabilidade do seu futuro para o estado ou necessidade de nomear culpados pela sua origem.
A verdade é que só você pode resolver a sua vida. Se não for intencional se tornar dispensável para a sua companhia, será um eterno refém de luxo em um cativeiro que você mesmo construiu. Quer mudar de situação? Comece pelo simples:
Eu sei que empreender não é fácil, mas ninguém disse que seria, muito menos nos tempos difíceis que vivemos.
Gente ruim para o negócio é fácil identificar e, na prática, eles nem entram em companhias com um processo seletivo minimamente bem direcionado (ou pelo menos não deveriam).
Agora, reconhecer o profissional mediano mimizento, aquele que quase sempre entrega o que é pedido, mas não sai do lugar, não se desenvolve e nem contribui para o desenvolvimento do time, isso é um big deal e que vai destruindo a sua cultura um dia após o outro.
Dúvida? Uma pesquisa recente da Gallup revela que quase 80% dos funcionários são quiet quitters, ou seja, pediram “demissão” realizando apenas o mínimo necessário no seu local de trabalho - um fenômeno que custa à economia global cerca de US$ 8,8 trilhões por ano. E aí, vai pagar essa conta?
Capacidade técnica é o básico, mas ainda que falte isso, você pode ensinar. Agora, alinhamento cultural é algo que já vem na pessoa. Um levantamento da Robert Walters descobriu que quase três quartos (73%) dos profissionais deixaram um emprego porque não gostavam da cultura da empresa.
Ou seja, não adianta investir em um pombo - que só olha para baixo - e esperar encontrar um falcão. Para mim, é inegociável ter fome e ambição.
O resultado de um ajuste cultural ruim devido a turnovers pode custar a uma companhia entre 50-60% do salário anual do colaborador, segundo dados da Society for Human Resource Management (SHRM). Do meu bolso, não.
De nada adianta você contratar a Serena Williams para o seu time e não fornecer o melhor treinamento, saibro e incentivos.
Mas tem mais, também não faz sentido ter um backoffice campeão e querer gerenciar cada movimento que fizerem.
Como aprender a andar de bicicleta, é crucial abrir mão do controle e deixar seus liderados pedalarem e, eventualmente, caírem.
Alfred P. Sloan, ex-CEO da General Motors, recomenda gerenciar por exceção. Foque nos problemas ou desvios importantes. E, em vez de se envolver em todas as operações diárias, concentre-se apenas nas questões mais críticas, usando seu tempo de forma mais eficiente.
Um artigo publicado pela Forbes por Paola Cecchi-Dimeglio, advisor de grandes emrpesas da Fortune 500, mostrou que CEOs com habilidades excepcionais de delegação são capazes de alcançar aumentos de até 33% na receita. Essa sim é uma conta que fecha.
Abandonar o posto sem abandonar o business é o que mais costuma nos atrapalhar nos stages iniciais de uma companhia, mas quando ela encontra tração é preciso saber manter a mente em ordem mesmo em meio ao caos daquilo que não controla, especialmente na sua ausência.
Se esse não é o seu caso, pense, essa empresa é realmente sua ou você é apenas escravo dela? Lembre-se, a liberdade começa com uma escolha intencional: faça a sua!
E, se precisar de ajuda, no G4 Traction selecionamos mentores que já passaram pelas mesmas situações para ensinar metodologias, ferramentas e frameworks que usaram e usam em seu dia a dia para construir uma operação eficiente e realmente focada em resultado.
Quer ser livre? Comece tirando as correntes que você mesmo colocou.