Rasta

Rasta é um highlander, um artista que apresenta colunas irônicas, versões textuais de seu programa Rasta News, um jornal semanal isento de notícias. Não delicadezas aqui.

Onde está a estrutura da família tradicional?

Base da civilização? Reserva das virtudes? Um escudo para os anticomunistas? Ou apenas uma expressão confusa que caiu na boca de gente disléxica e ansiosa em se expressar?

Rasta

Boa noite, embaixadores! Boa noite, rastos e rastas! Sejam bem-vindos a mais um rasta news, o seu jornal semanal isento de notícias

No programa de hoje, falaremos sobre uma estrutura social que, nas últimas décadas, ganhou uma alcunha inusitada, ao mesmo passo em que passou a ser reconhecida por milhões de pais e mães espavoridos como a sua última defesa civilizacional diante dos avanços do wokismo, do frescurismo, e da cultura do bacanal. É ela, a Família Tradicional.

Poooo.. Família tradicional! Quem não gosta de família, bom sujeito não é. Quem não gosta de família, já não sabe o que é bom. Falou, falei. 

Há alguns anos, sempre que eu vejo um protesto no Brasil, uns cartaizinhos, umas cenas de gritaria ou umas palhetagens nas redes sociais, sou relembrado de que uma das grandes preocupações do brasileiro que ama o seu país é defender a sua tal família tradicional.

O problema é que quando eu tento entender o que está sendo dito, fico me perguntando, mas, afinal, o que é essa tal família tradicional brasileira que tanto ouço falar, mas que tenho sempre a sensação de que nunca vejo?

Quando eu era criança, não tinha orkut, facebook e instagram, daí eu me lembro de nunca ter ouvido nenhuma discussão em torno da família tradicional. 

Não tinha tanta preocupação em defendê-la, e muito menos tinha essa galera dando palestrinha online com teses e mais teses sobre como desconstruí-la

Ninguém queria chamar o seu vira-lata de meu filho. Ninguém discutia se um menino pode ter três pais e duas mães. E ninguém tinha a cara de pau de aparecer propondo novas formas de família tipo trisal, quintal, quartal, família digital, família batatal e novela pantanal.

E apesar de eu nunca ter ouvido falar sobre essa tal de família tradicional brasileira, eu me lembro bem, quando tinha os meus 10 anos e percebi pela primeira vez um sinal de que ela existia, naquilo que eu chamo de a Fábula dos Periquitos Paranaenses

Nessa época, tinha um amigo meu que, ao fazer 11 anos, ganhou dois periquitos vindos do Paraná

Um macho verde-e-amarelo, chamado Tico; e uma fêmea albina, muito esbelta, muito formosa, chamada Dona Branca. 

Juntos, esses periquitos se mudaram para uma gaiola na casa desse meu camarada e rapidamente constituíram uma família

Na primeira ninhada, vieram seis ovinhos que se chocaram em algumas semanas e se tornaram 6 periquitinhos e periquitinhas

Era tudo alegria, mas eis, então, que um dia, o pai do meu amigo estava tão admirado com o sucesso do Tico, que havia se tornado um patriarca exemplar e virtuoso, que resolveu colocá-lo no dedo e trazê-lo para fora da gaiola para apreciar as suas cores patrióticas por um instante. 

Foi, então, que o Tico resolveu fazer uma coisa tipicamente brasileira: aproveitou a oportunidade para bater asas, ir comprar um cigarro na esquina e nunca mais voltar

O meu amiguinho acordou de manhã e caiu em prantos ao descobrir que o Tico havia partido e a Dona Branca era agora uma mãe solo

Com tanta tragédia e lágrimas, restou ao pai do meu amigo voltar à loja e comprar outro periquito. 

Dessa vez, ele escolheu um periquito dos pampas, e deu a ele o nome de Renato, pois ele veio vestido de azul, preto e branco, tal qual o Homem Mais Bonito do Mundo, quando esteve no auge da sua forma e juventude e se consagrou campeão mundial. 

Obviamente, a Dona Branca não resistiu a este periquito e logo botou mais 3 ovos. Foi aí que tivemos uma nova reviravolta ainda mais complicada. 

Ex-felizmente, o periquito Renato, merecia ser chamado de Renatinho, pois não soube se comportar como um Portaluppi e não fez jus ao nome que carregava. Enquanto os 3 ovinhos maturavam, Renatinho se revelou um beberrão de primeira e passou a agredir os enteados deixados pelo Tico e a própria Dona Branca passou a ser vítima das bicadas e unhadas do Renatinho

O Renatinho arrebentava todo mundo. A família ficava depenada e triturada, meu amigo. Era sinistro. 

Restou apenas ao pai do meu amigo divorciar aquele casal e o Renatinho foi removido para uma outra gaiola. Mas já era tarde… a essa altura não tinha mais jeito de reestruturar esse lar

Abandonada e sofrida, a própria Dona Branca passou a espancar os filhos e até mesmo a abortar os ovinhos

E no último capítulo, esta fábula se encerra com enredo que tem pitadas de filme brasileiro financiado por Lei Rouanet

A Dona Branca, após tantas sofrências, terminou, ela mesma, assassinada pelo gato delinquente e criminoso que vivia na casa de um vizinho. 

Sobrou apenas um monte de periquitinho abandonado, que foram rapidamente adotados por outras famílias, junto do Renatinho que também foi doado, e o meu amigo nunca mais viu um periquito na vida.

Quando eu vivi tudo aquilo, para te dizer a verdade, não fiz grandes análises, mas quando eu tinha uns 15, 20 anos, eu ia lembrando desse caso e ia me dando conta de que se encaixava com a nossa realidade

Tanto do programa Casos de Família, Ratinho, Marcia Goldsmith, e em outras inúmeras anedotas, relatos e literaturas sobre o nosso povo sofrido, aquele caso dos periquitos paranaenses parecia ressoar

O caso dos periquitos foi praticamente uma síntese de quase tudo que há de pior, mas, mesmo se eu separasse em diversas partes, ainda encontraria ali diversos arquétipos reais do dia a dia brastileiro, como: a família tradicional abandonada, onde o pai saiu pra comprar cigarro; a família tradicional espancada, onde os pais apresentam a havaina de pau e descem a pancada nos filhos; e muito mais, tipo a família tradicional divorciada, a família tradicional abortada, a família tradicional praticante da troca de casal, e, por último, havia ali até mesmo a família tradicional assassinada

Tudo isto estava contido ali. Contido na fábula dos periquitos paranaenses. Então, posso dizer que eu percebi todas essas representações das famílias brasileiras muito antes das redes sociais começarem a falar e a defender família tradicional.

Mas como o nosso programa rasta news tem compromisso com a ciência, a verdade e a tecnologia, nós não ficaremos apenas na minha opinião, e decidimos ir às ruas perguntar aos nosso povo sarrado e sofrido, afinal, o que é a família tradicional brasileira? 

  • Você é à favor da família tradicional brasileira?
  • A sua família é uma família tradicional?
  • [SE SIM] Você é casado? [SE NÃO FOR CASADO] Pra ser tradicional você já não deveria estar casando e fazendo filho?
  • Quantos filhos você precisou fazer pra sair por aí dizendo que a sua família é tradicional?
  • Pode me explicar a diferença entre a família tradicional brasileira e qual é a sua diferença não-tradicional? 
  • [SE NÃO] Qual é a diferença entre a sua família e a família tradicional?
  • Qual é o limite máximo de maridos e esposas numa família não-tradicional?
  • Vale casamento entre humano e cachorro?
  • E o casamento irmãos? Porque?
  • Não seria puro moralismo ser contra?
  • Eu vou te falar alguns tipos de família típicas que eu descobri nos meus estudos e você me explica o que você elas são, certo:
  • O que é a família tradicional divorciada?
  • O que é a família tradicional abortada?
  • O que é a família tradicional praticante da troca de casal?
  • O que é a família tradicional abandonada, em que o pai sai comprar um cigarro e leva 3 dias pra voltar?

É, meus amigos, o povo nas ruas está confuso e incerto. 

Então, a mim, parece-me e segue-me parecendo, que se o povo ainda não decidiu o que seria a tal família tradicional, precisaremos recorrer à História e às raízes da nossa tradição judaico-cristã-greco-romana.

Na antiguidade romana, vejam vocês, a família era liderada pelo homem. O Pai. O Paizão. O Patriarca! 

Ele era a personalidade central da sua casa. Era o grande sacerdote e também o chefe militar da família. Inclusive, ele tinha o poder de praticar o infanticídio, ou seja, matar a própria criança

Certeza que já tem gente aí que tá achando bonito esse pai patriarca poderoso, que manda em tudo, mas, quando Roma tropeçou no frango de vez, sobrou um pardieiro sinistro, que inaugurou a idade média com a Igreja Católica organizando essa balbúrdia

Primeiro, a esposa passou a ser reconhecida como pessoa humana igual ao marido, com direitos plenos na família, com esses direitos a Igreja trouxe a rejeição à prática do espancamento como legítima. 

Inclusive, naquela época já existia a redpill e a machosfera que ficava falando que a Igreja Católica era coisa de mulherzinha. De mulherzinha… também, mas principalmente de grandes mulheres e grandes santas

Para tristeza de outros, muito antes da delegacia da mulher surgir, já existia a Igreja Católica desaprovando o esbofetamento familiar

Obviamente, a vida cotidiana do homem e da mulher incluíam responsabilidades e tarefas distintas, não era igualdade moderna, em que a mãe vira o pai, mas a mulher era quem cortava cenoura, desossava o coelho e fazia o ensopado da criançada, enquanto o marido colhia trigo, cerrava árvore e quebrava muita pedra.

A grande diferença entre estes dois períodos é que a própria organização social deixou de ser focada no patriarca do período romano, e passou a centralizar na própria família e na sua história ao longo das décadas e séculos. 

O pai se tornou um personagem de algo maior que ele. Diminuem-se os poderes e aumentam-se as obrigações e os deveres com todos que dependerem dele.

Outra mudança, foi que a Igreja garantiu aos servos que pudessem se casar. E antes que alguém chore, isso significava uma garantia para que o cidadãozinho pudesse se casar mesmo, sem aquele surubismo de filme de Mel Gibson coração deprimente, onde a mulher tinha que dormir a primeira noite com o senhor feudal. 

Meu irmão, isso aqui era casamento católico, não era festa junina em Diamantina, que a moça brinca de casório de noite e acorda na cama de um outro desconhecido.

Por último, a idade média também mudou a situação dos filhos, que não poderiam mais ser vítimas de infanticídio. Muito pelo contrário, o pai deveria cuidar e educar os filhos dentro das virtudes

O filho se torna a própria finalidade do casal e os pais são obrigados a aceitar a vida. 

Aí, agora, 2024, tenho que aturar substituírem o suposto patriarcado por um matriarcado, que tudo que mais almeja é fazer a mesma coisa que os piores patriarcas do patriarcado da história faziam, com a diferença de que agora fica mais fácil praticar o infanticídio dentro da barriga.

No final, o matriarcado é um transpatriarcado. E o progressismo é o regresso para a selvageria.

De qualquer maneira, seja olhando para o pior da antiguidade ou para o melhor da idade média, fica muito difícil achar que a família tradicional brasileira tem algo de tradicional

De forma que, boa parte da discussão pela defesa da família tradicional brasileira, seria mais adequadamente definida como uma defesa da família tradicional da conversa fiada. 

O maluco faz vasectomia, a esposa toma pílula anticoncepcional todo dia, e me vem, esses dois foliões, na maior cara de pau, dizer que defendem a família tradicional…  Onde estão os 15 filhos dessa família? 

Não vejo. Não encontro. Onde está a estrutura da família, que une irmãos, primos, tios em defesa da honra do nome que carregam? Também não vejo. 

Só vejo gente brigando e parando de falar com o primo, com o próprio irmão e com a tia por causa de briga política no zapzap

Quer dizer, os nossos adeptos da defesa da família tradicional brasileira, por um lado, dizem que a família deve ser a base que antecede o próprio Estado, mas tudo o que fazem é colocar o Estado e a politicagem na base da sua própria família. Hipócritas!

Olho essas famílias tradicionais e tudo o que vejo é uma família moderna, nuclear com cheiro de século 20

Hoje em dia, a galera acha que família tradicional é família americanizada. Eles se inspiram naquelas imagenzinhas com estilo dos anos 60, em que a família virou uma casa, um carro, papai, mamãe, um cachorro e dois filhos… cada um armado com a sua metralhadora e a sua pistola. 

É uma família tradicional brasileira americanizada. E eu lá quero aprender a lidar com a família igual nos Estados Unidos? 

Um país que cada irmão acaba morando num canto do país, que o muleque bate 18 anos e é ejetado para fora de casa pelos pais, ninguém lembra que tem avô e primo… então, uma vez a cada década, a galera se sente desconfortável e pega um avião para se encontrar no Natal? 

O Brasil está ficando desse jeito também. Eu não gosto disso.

Meu irmão, essa coisa que você chama de família tradicional foi parida outro dia, não só por esse imaginário americanizado, mas, principalmente, porque só se tornou possível em tempos muy modernos

Foi só na Revolução Industrial que muitos filhos, que por séculos eram treinados pelos seus próprios pais para algum trabalho rural ou artesanal,  passaram a preferir ir embora do campo para as cidades e  formar um núcleozinho isolado na forma de família

E o outro fator possibilitador dessa família moderna tradicional foi a Revolução Francesa, que fez a teta do Estado Moderno substituir o seio da família, enchendo todas as relações humanas de burrocracia

O Estado Moderno passou a limitar cada vez mais o significado da família, naquilo que ela é, e a expandir em tudo que ela não é, formando uma geração de jovens do subtipo “a minha mãe é o meu pai”.  

Como muito bem observou o filósofo cujo nome é sobrevivente, sob o poder do Estado Moderno, cada vez que o marido leva pra cama a sua esposa, ele leva junto o juiz, o promotor, o advogado, o oficial de justiça, e muitos outros, que estarão ansiosamente esperando o seu primeiro tropeço para acabar com a sua vida e com a sua família.

Mas não pense você, que eu disse que a família não tem importância e não é perseguida. 

Para o bem da verdade, em nossos tempos, há, sim, muitos ideólogos que desejam o fim das famílias

Karl Marx queria acabar com a propriedade para acabar com a família. Já Gramsci inverteu a coisa e achava que, na verdade, para a propriedade privada acabar seria necessário antes acabar com a família

De uma forma ou de outra, e de muitas outras mais pós-modernas, o desejo de acabar com a família existe e segue muito forte

Obviamente, isso deve nos preocupar, pois a família é uma instituição ancap, é a primeira instituição de regras privadas, que antecede a existência de todos burocratas, legisladores e picaretas.

Nos Estados Unidos, já foi demonstrado que mais de 80% das atuações da justiça em crimes juvenis envolvem um jovem que vem de uma família desestruturada. 48% dos jovens acusados de crimes vivem somente com a mãe, enquanto apenas 15% vivem com os dois pais

Para satisfazer seus projetos socialistas, intelectuais e políticos não têm se importado com os danos que causam em pessoas reais.  

No Brasil, os problemas da falta de ordem nas famílias também têm demonstrado serem danosos para a formação dos jovens e para a estrutura social, e jovens delinquentes juvenis, frequentemente foram criados sem terem uma família estruturada e amorosa

Para nos ajudar a mudar esta realidade social terrível e reconstruir a família tradicional brasileira, o Rasta News tem o prazer de apresentar um bate papo exclusivo com a terapeuta da família brasileira, Sheila Prazeres.

-Olá, doutora Sheila, muitos prazeres em conhecê-la.

-Os prazeres são todos meus, querido. Obrigada pelo convite.

-Imagina, como deixaria de pensar em você. Logo eu, que fui um grande leitor dos seus artigos no institutos misses brasil… conta pra gente, no que se refere a estrutura familiar, faz falta a presença do pai de família?

-Ah, faz bastante. Eu acredito que, pra mim, faz demais.

-Sério? De que forma ele faz falta?

-Ah…Por exemplo, um taxista, um chofer, ou até mesmo um motorista de aplicativo são fundamentais. 

-É mesmo? Então, podemos dizer que a ausência do pai afeta a família?

-Muito. Às vezes, na segunda-feira, a galera ainda tá na ressaca do final de semana e o movimento fica mais fraco. Daí, o taxista tá sempre lá no seu ponto, e eu to no meu.. Eu não to fazendo nada, ele também… então, a gente conversa e faz um preço promocional.

-Ué.. mas que diferença faz se o taxista é casado?

-Ué… se ele não fosse, ele fazia essa sacanagem comigo de dia… não tava lá na madrugada, inventando desculpa de que tá no trabalho, só pra levar a minha carcada.

-Tá, mas a senhora ainda não explicou como isso afeta realmente a família. 

- Não a dele, sei lá… pra mim, tanto faz. Mas afeta bastante a minha família.

-A senhora tem família, doutora Sheila?

-Tenho.

-Mas dona Sheila, a senhora só atende os pais de família?

-Não, eu atendo os jovens da família também, eu sou corretora de bitcoins e tenho um canal no Youtube onde eles podem aprender mais sobre criptomoedas e liberdade financeira.

-Ah, que legal, e para as mães de família, não tem nada?

-Ah, eu também vendo cursos de feminilidade na Hotmart, essas influencers de direita andam muito masculinas, sabe? Então, eu acho que é hora de pintar uma nova mulher, que resgate a gentileza, o carinho, que exale uma fragrância mais doce, uma pele macia, e ao mesmo tempo misteriosa, olhos de esfinge… 

-O quê?

-É uma bolha que se beneficiaria muito de seu conteúdo, Doutora Sheila, muito obrigado.

Mas que belíssima entrevista, hein, Jeremias? Até esquentou o clima aqui do nosso estúdio. 

Inegavelmente, a doutora Sheila Prazeres provou que a importância da família estruturada, além de muito importante, é de uma importância fundamental, e digo mais, é de uma importância primordial e civilizacional

A família precisa do Papai, Mamãe, titio, titia, avós, primos e muitos, muitos, muitos filhos. 

Tantos filhos quanto sejam necessários para que o adulto seja adulto e a criança seja criança, ao contrário dessa família tradicional moderna, onde tá cheio de adulto vivendo pra brincar com crianças porque as crianças não recebem uns irmãozinhos.

Seja Ancap, Pós-moderno, ou marxista, no final, nem quem for a favor, nem quem for contra, será contra ou a favor, porque, no final, serão todos à favor da família… Pode analisar essa malta de intelectuais que aparece no teu ouvido dizendo “vai cara, forma aí um trisal que vai dar certo, cara” ou aqueles que chegam dizendo “desconstrói a tua família, você não precisa dela, cara, pode casar com o seu gato e deixar toda tua herança pra ele, faz esse bem pra mim, cara”. 

Obviamente, que como o teu gato não tem meios para receber tal herança, quem vai terminar recebendo é um outro gato, um gatão grandão, tipo um leão, conhecido como Receita Federal.

Enquanto isso, a elite socialista segue casando e constituindo família. Até o Marx casou e teve 7 filhos. Ou seja, tinha uma família mais tradicional do que a de muitos de vocês aí defensores da família. Tá certo que ele também ficava com a empregada, mas isso não vem ao caso. 

E a família Rockefeller? Tão mundo afora incentivando a desconstrução, mas nunca irão se desconstruir, aquilo é uma fortaleza tradicional e organizada, que passa o seu dinheiro e influência de geração em geração. Tá doido? 

Nem Pablo Escobar, nem mafioso italiano, nem ditadores comunistas, nem professores da USP, nenhum deles deixou de casar e fazer filhos

Quer ser um lorpa ou uma preá com botulismo e acreditar nessa historinha de desconstrução da família? Boa sorte! 

Mas saiba que tudo que te for dito pelos desconstrutores não passa de um "faça o que eu digo, não faça o que eu faço". Se é pra ser assim, faça como eu, que faço o contrário, defendo o matrimônio da família, mas não me meto nessa cilada

Pelo menos, fico aqui tranquilo, sabendo que eu não tô incentivando as pessoas a um caminho tropeçado e que fede a maionese com enxofre. 

E só peço a você, que trate com amor e carinho o papai, a mamãe, o filho, o tio, o primo, a tia, mas não fique defendendo a tal família tradicional, sem fazer a menor ideia do que ela é e sem nem mesmo saber que tal coisa não existe. 

Por hoje é só, pessoal, e ficamos assim: amanhã, às 9, na praia e uma melancia de meia em meia hora se não chover.