O Brasil voltou

Outro dia, o Ipec fez um levantamento chamado “Retratos da leitura no Brasil”. Os resultados são devastadores. O Brasil de 2024 é muito pior que o de 2019. Aliás, o Brasil de 2024 é o pior da série histórica (desde 2007). 

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Antigamente, 85% das crianças e adolescentes liam na escola. Agora, só 19%. 

Aí, eu me questiono: se a escola deixou de ser lugar de leitura, ela passou a ser lugar de quê?

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Antigamente, 44% das pessoas se diziam não leitoras. Agora, 53%. Para coroar, mesmo considerando livros didáticos, religiosos e a Bíblia, somente 27% dos brasileiros leram um livro inteiro no último ano. Ou seja, quase ninguém lê nada completamente. 

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Verdade seja dita. No governo anterior, o ministério mais criticável era o da educação. Começamos com um ministro que não sabia falar português. Passamos para um ministro que não sabia escrever português. Avançamos para um ministro que mentiu no currículo. E fechamos com um pastor que teve que sair porque fez propaganda de si mesmo na distribuição de bíblias. 

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Quando o governo atual assumiu, ele prometeu valorizar a cultura e a educação. Era o Brasil de volta. Aí, o governo destruiu nos últimos dois anos a leitura e consagrou como expoente intelectual o influenciador Felipe Neto. Eu não sabia que o Brasil de volta seria o Brasil de volta à idade da pedra. Isso que eles chamam de valorizar a cultura e a educação?