Luís Ernesto Lacombe

Jornalista com 36 anos de experiência, apresentador e autor de cinco livros, um deles best-seller. Por duas vezes, ganhou o Troféu Imprensa e o Prêmio Comunique-se.

OPINIÂO

Fora do País, Fora do Planeta

Nem a imprensa amiga do PT consegue esconder os passos largos que o Brasil está dando rumo ao abismo.

Luís Ernesto Lacombe

Estamos na beira do precipício, de frente para ele. Avançar, nesse caso, significa uma queda livre, um país estatelado e despedaçado

As soluções ainda possíveis, os milagres seriam, necessariamente, contrários ao governo, seriam a antítese daquilo que Lula e sua turma dizem, defendem e fazem

A salvação do país passa, inevitavelmente, pela vitória de tudo o que é oposto ao petismo e sua realidade paralela, sua desconexão com “questões terrestres”. 

Sempre esteve muito claro quem vive numa galáxia inatingível, quem vive pregando o impossível, apontando o inexistente como destino.

Descartar condenações por corrupção e lavagem de dinheiro em três instâncias só podia dar mesmo em descaminho. 

Aceita-se ministro indiciado pela Polícia Federal por suspeita de cometer três crimes... É ministro do Lula, mas já virou “bolsonarista”.

Aceita-se leilão de arroz desnecessário, sem pé nem cabeça, com indícios graves de falcatrua generalizada. 

E o governo está liberado para continuar interferindo no mercado, controlar o que deve ser produzido, estoques, preços... O TCU apresenta relatório que mostra “distorções contábeis” de R$ 109 bilhões no primeiro ano do terceiro mandato do Lula... Falta transparência, falta gestão fiscal, mas as contas são... aprovadas!

É preciso estar no espaço, sem orientação, sem gravidade, para fingir que o Brasil não se joga com tudo na calamidade. 

Até a imprensa tradicional já admitiu que não dá mais para esconder essa situação. Está nos jornais, com todas as letras: “as contas públicas estão degradadas, o caldo está entornando”. 

De repente, o jornalismo resolveu trabalhar com fatos: “a situação fiscal é grave, as questões tributárias são delicadas, déficit e dívida estão crescendo”. 

O mundo real acabou tomando as penas, os teclados, os microfones da turminha da imprensa, voltou a ocupar os títulos, subtítulos, editoriais, artigos de opinião, comentários na tevê: “não há equilíbrio fiscal, o ambiente é de bagunça institucional e perda de poder do Executivo”.

Não dá para maquiar números: dólar em alta, bolsa em queda, inflação reaparecendo. 

Não dá para ignorar a direta ligação disso tudo com a exorbitante expansão dos gastos do governo, a ineficiência do setor público. 

Lula não quer saber de ajuste fiscal, insiste em dizer que não vai cortar gastos e que vai continuar aumentando a carga tributária

E quer que os juros caiam na canetada? E quer que a inflação não aumente? Gasto não é vida, e não há uma preocupação mínima do governo em adotar medidas que reduzam suas despesas

O petista avisou na campanha eleitoral que implodiria o teto de gastos. Acharam normal... Pois, se as regras fiscais anteriores tivessem sido mantidas, a situação hoje não seria dramática, haveria até superávit primário.

A insegurança é geral... Econômica, política, jurídica... E não só a imprensa tradicional não consegue mais mascarar tudo isso; setores variados da economia estão rompendo publicamente com Lula

E o que ele faz? Embarca para mais uma viagem internacional, em meio a muito luxo, como sempre. 

É uma viagem quase intergaláctica... Em meio a globalistas, em discurso lido, ele fala numa inteligência artificial feita pelo “Sul Global”, defende taxação de fortunas, atrasados vínculos trabalhistas, condena os empresários, o melhor Banco Central do mundo, o brasileiro, dá vivas ao Estado inchado.

Lula guarda alguns absurdos para as entrevistas. Diz que Rússia e Ucrânia estão gostando da guerra. Dá uma desconversada sobre o ministro indiciado pela Polícia Federal... Gagueja, tropeça. 

Se fosse tratado com o mesmo rigor que o presidente anterior, talvez já tivesse caído

Assim, a bomba que pode atingir o país inteiro teria sido desarmada. O Brasil de verdade sabe que o tempo é curto, e cada vez mais gente desperta, indicando que não quer o fracasso, a tragédia, que abomina a teimosia, a soberba. 

Uma gente que não está “fora da casinha”, que não está fora do país, nem fora dos compromissos responsáveis. Um povo que é contrário a quem realmente está em outro planeta.