Produtora rural, empresária, comunicadora e defensora do agro brasileiro. Formada em Relações Públicas com especialização em Marketing Estratégico, usa sua voz para combater inverdades sobre o setor.
Na última semana, estive em Petrolina, Pernambuco, palestrando para produtores de uva. Pois é, os maiores produtores de uva do Brasil estão no meio do sertão, mostrando que o bioma Caatinga é um case de superação para o agronegócio, para o Brasil e para o mundo.
A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro, com biodiversidade adaptada às altas temperaturas e à falta de água, localizado na região Nordeste do Brasil.
O nome “Caatinga” é de origem Tupi-Guarani e significa “mata branca”, o que caracteriza bem o aspecto da vegetação na estação seca, quando as folhas caem e apenas os troncos brancos e brilhosos das árvores e arbustos permanecem na paisagem.
A produção rural da Caatinga é representada pela atividade pecuária de bovinos e, principalmente, de pequenos animais como caprinos e ovinos, mas também pela fruticultura irrigada, pela produção de mel e pela aquicultura.
Eu sei que parece difícil imaginar um lugar tão seco permitir o desenvolvimento de tantas plantas de variados tamanhos, folhagens e frutos, e isso acontece graças às águas do Velho Chico, que é o nosso Rio São Francisco, que permitem que a terra árida do sertão seja transformada em um pomar gigante.
O Vale do São Francisco é conhecido como Polo de Fruticultura Irrigada, pois é responsável por uma significativa produção de frutas tropicais, tanto para o mercado interno quanto para exportação.
E tudo isso graças ao grande trabalho de produtores, em conjunto com a Embrapa Semiárido, que desenvolveram variedades mais adaptadas, melhorias das técnicas de manejo e eficiência dos sistemas de irrigação, tornando possível o cultivo de frutíferas de alta produtividade.
Em Petrolina, onde estive, a produção de frutas não para! São doze meses por ano colhendo mangas das mais variadas (Keitt, Kent, Tommy, Palmer), uvas (Cotton Candy, Sweet Globe, Vitória, Itália), entre outras.
No caso da uva, conforme acompanhei no evento, são duas colheitas por ano e, muitas vezes, cinco colheitas em dois anos.
E quem acha que o agronegócio só exporta carne e soja, nem imagina que exportamos uva, manga, goiaba, melão, coco, atemóias, pinha, mamão e por aí vai...
E que bom, né? Olha a diversidade de produção de alimentos que temos no nosso país em diferentes biomas e com diferentes desafios.
Isso é um dos maiores exemplos da importância da coexistência entre os recursos naturais e a produção de alimentos, e também do quanto precisamos conhecer nosso país antes de querer mudar o mundo.