Luís Ernesto Lacombe

Jornalista com 36 anos de experiência, apresentador e autor de cinco livros, um deles best-seller. Por duas vezes, ganhou o Troféu Imprensa e o Prêmio Comunique-se.

OPINIÂO

Enquanto isso, na “Sala da Injustiça”

Viva o autoritarismo do Gran Circo Brasil! São os bufões, fazendo ridículo sempre, se fingindo de valentões, na sua criminosa covardia.

Luís Ernesto Lacombe

Os palhaços no salão mandam em tudo. Estavam aparentemente se desentendendo, o que seria normal, saudável. 

Eles deveriam se vigiar, fiscalizar uns aos outros, no sistema de freios e contrapesos, conforme as leis ainda vigentes. 

Está muito bem estabelecido o que cada um poderia e deveria fazer, mas virou um pastelão, uma bagunça

Um grupo resolveu assumir o papel de todo-poderoso, e danem-se os poderes dos outros palhaços, que cedem, abraçam a marmelada e aceitam um “acordão” que aprofunda ainda mais o precipício em que o país é atirado.

Os palhaços no salão querem poder e dinheiro, e sua conversinha sempre gira em torno disso. Há avisos, pressão, chantagem, ameaças mal-intencionadas e recuos calculados

Constrangimento não há. Ficam encenando uma briga, como se houvesse alguém ali realmente comprometido com o bem, como se todos estivessem preocupados de verdade com os brasileiros. 

Não é assim. Na “sala de injustiça”, os palhaços são egoístas, oportunistas e interesseiros. Tudo o que importa são eles.

Quanta harmonia entre os palhaços de todos os poderes, quanta harmonia para “negociar”, se atirar em negociatas... 

A união dos palhaços na “sala de injustiça” só pode provocar engulhos e esgares em quem é sério

O espetáculo canastrão só conquista quem o merece, quem está em sintonia com tudo o que não presta

A trama é de vale tudo, e o resto que se exploda. Eles se divertem e condenam milhões à aceitação disso, ao silêncio. Oponha-se, e a palhaçada se expande.

Os palhaços da política fazem politicagem. E os palhaços que não deveriam fazer política (nem politicagem, claro) estão até o pescoço nisso

E vem um papinho de “aproximação com a sociedade”, quando o inescapável deveria ser abraçar as leis, com todas as forças. Os dois grupos têm desejos insanos, descabidos, e há palhaços que acham isso normal... 

Na “sala de injustiça” e fora dela. Quanto escárnio nos sorrisos misturados, nas piadinhas, nas risadinhas, nos falsos elogios trocados, nos tapinhas nas costas. Parece mesmo que há sempre um acordo entre eles, para que a desgraça prevaleça.

Os palhaços na “sala de injustiça” têm ao lado muitos palhaços da mídia, uma “comitiva de influenciadores”, os astros da papagaiada, da trapalhada, da mentira. 

Viva o autoritarismo do Gran Circo Brasil! São os bufões, fazendo ridículo sempre, se fingindo de valentões, na sua criminosa covardia, tentando botar inocentes e heróis no lugar de bandidos, e os bandidos entre honestos, corretos e santos. E os maiores escândalos passam a ser coisa boa.

Eles fazem papéis ridículos, os palhaços na “sala de injustiça” e seus apoiadores, só dizem tolices. 

São todos enganadores, aproveitadores. São todos do mesmo tipo: rústico, grosseiro, bobo, fanfarrão, covarde, grotesco, charlatão, farsante, saltimbanco... 

E o que resta ao país que é vítima dessa gente? 

E o que resta aos palhaços que merecem toda a consideração e são feitos de otários por essa trupe todos os dias?