Fundador e mentor do G4 Educação. Fundador da Easy Taxi e Singu.
Você tem um carro de luxo, motor potente, cheio de acessórios de ponta, proteção balística, conectividade avançada, sky lounge… mas coloca combustível adulterado. O que acontece? O carro morre.
Não importa o quanto ele seja bem projetado e robusto. No mundo corporativo, a lógica é a mesma.
O combustível da sua empresa se chama cultura. Se ela estiver contaminada, não importa o quão brilhante seja seu modelo de negócios ou a tecnologia que você usa, você terá problemas para avançar.
Isso porque companhias podem copiar produtos, preços e até estratégias de marketing, mas copiar o seu DNA é praticamente impossível.
Por isso, como os seus colaboradores pensam, sentem e agem é o seu verdadeiro diferencial competitivo no longo prazo. Quer um exemplo?
Em 1980, o Goldman Sachs não era apenas um dos maiores bancos de investimento do mundo, era uma fábrica de lideranças e uma máquina de gerar resultados.
Fundado em 1869, a instituição havia sobrevivido a crises, guerras e revoluções econômicas.
Mas, foi na década de 80, sob a liderança de John Whitehead e John Weinberg, que a companhia cristalizou o que pessoalmente considero uma das culturas corporativas mais poderosas da história.
Algo que não só sustentou o seu crescimento, mas também moldou toda uma geração de profissionais que levaram seus princípios para outras empresas e startups, como sinônimo de excelência, meritocracia e inovação.
Neste período, o Goldman triplicou seus lucros e começou sua transformação de uma parceria privada em uma corporação global listada em bolsa.
Não apenas vendendo serviços financeiros, mas cultivando um ecossistema interno onde cada colaborador sabia exatamente o que estava em jogo: entregar resultados excepcionais ou dar lugar a quem pudesse.
A questão aqui não é sobre gostar ou não do modelo proposto naquela época – é sobre reconhecer que ele funcionava. E, mais do que isso, que gerava ganhos de forma clara e tangível.
Enquanto concorrentes perdiam seus melhores profissionais para outras instituições, o Goldman segurava as estrelas com um ambiente agressivo, mas recompensador.
Além disso, não perdia tempo em debates desnecessários, a tomada de decisão era feita rapidamente e executada com precisão, potencializando uma reputação sólida que significou deals bilionários.
E aqui vai o ponto: a cultura do Goldman não era sobre fazer o colaborador se sentir confortável.
Era sobre colocá-lo no lugar certo, no jogo certo, para que ele entregasse o máximo do seu potencial.
Ou seja, uma cultura “faca na caveira”, marcada pelo sacrifício, pela disciplina e pela glória que só quem permanece na arena recebe, não só dá ROI financeiro, mas ROI humano, criativo e estratégico.
É um ciclo virtuoso: cultura forte gera engajamento, engajamento gera retenção, retenção gera eficiência, eficiência gera lucro.
E, no final, você tem algo ainda maior: um negócio que faz sentido, um time que acredita no que faz e clientes que confiam no que compram.
E isso transcende gerações. Desde o estoicismo, a cultura já era aplicada na prática, todos os dias, como uma bússola moral.
Não só uma filosofia para dias de sol, mas principalmente um norte para manter impérios de pé nos momentos mais turbulentos da história.
Portanto, entenda, cultura não é um quadro bonito com valores genéricos pendurados na parede, nem a mesa de ping-pong, o open bar da sexta-feira ou a opção por um dress code casual…
É aquele sistema de crenças, comportamentos e valores que as pessoas da companhia recorrem para tomar decisões quando ninguém mais está olhando.
E isso, meu caro, acredite, é o que separa empresas que entregam resultados de forma consistente e sustentável daquelas que só crescem até a próxima crise.
Quer construir uma cultura que dá ROI? Comece contratando certo. Não contrate “gente boa”. Contrate “gente boa” que se encaixa no ambiente que você construiu. Cultura é um filtro que define quem entra, quem fica e, mais importante, quem entrega.
Os melhores players querem jogar em times que ganham – e times que ganham têm líderes que dão clareza de propósito, incentivam a meritocracia e que não hesitam em cortar o que não funciona.
Na prática, isso significa que você precisa saber responder a duas perguntas na hora de contratar:
Se a resposta for “não” para qualquer uma delas, passe para o próximo. Não importa o quão bom seja o currículo, se não há alinhamento, você está comprando um problema – e um problema caro.
Precisa de números? De acordo com a Gallup, equipes que não estão engajadas são 23% menos lucrativas e têm um declínio de até 18% na produtividade. E sabe o que mais? São as que, de fato, não retêm profissionais triple-A.
Sustentabilidade real não é sobre plantar árvores para fazer post no LinkedIn. Sustentabilidade é construir um negócio que aguenta o tranco, gera emprego, coloca comida na mesa de outras famílias e ajuda a construir o país.
E não adianta terceirizar o assunto. Cultura não é uma pauta que o RH deve resolver, ela começa no topo.
É por isso que no Novo G4 Traction abrimos, para gestores e empresários, as ferramentas e metodologias comprovadas por quem precisa liderar de maneira estratégica em outro nível.
Como diz o Nardon, não se faz gestão atrás da mesa e esse ativo é um organismo vivo que precisa ser cuidado, alimentado e ajustado constantemente. Pense, o que os números não dizem no seu dashboard?
Não espere os sinais de alerta começarem a aparecer. Ignorar a importância de uma cultura forte é o equivalente a construir um prédio sem fundação. Pode parecer estável no começo, mas logo desmorona sob pressão.
Quer construir um negócio bilionário? Comece cuidando da sua essência. Quando os seus valores estão claros e enraizados a confiança se fortalece, o mercado passa a reconhecer a autenticidade da sua marca e cada pequena conquista reforça sua visão de longo prazo.
Porque, cultura não é algo que você tem. É algo que você faz. Todos os dias. Sem exceção.