Jornalista com 36 anos de experiência, apresentador e autor de cinco livros, um deles best-seller. Por duas vezes, ganhou o Troféu Imprensa e o Prêmio Comunique-se.
A imprensa que desistiu de ser imprensa demorou a admitir de verdade que Nicolás Maduro é um ditador e que, mais uma vez, a Venezuela pode ser vítima de uma fraude eleitoral.
Lula ficou “assustado” com as ameaças do amigo de que, se a oposição vencer, haverá uma guerra civil e um banho de sangue no país.
Nossa... Perseguir, prender opositores (matá-los?) ou torná-los inelegíveis, tudo isso parecia normal até anteontem. Maduro faz isso, Daniel Ortega, ditador da Nicarágua, outro amigo de Lula, também.
E estava tudo bem... Vladimir Putin, igualmente apoiado pelo petista, sempre adotou essa “estratégia”, e recebeu até “cartinha de amor” de Lula... Sigilosa, claro, mas obviamente com felicitações por mais uma eleição fraudulenta concluída com sucesso.
A imprensa, por questões particulares, está quase sempre tentando concordar com a turma de Lula.
Os fatos, o que são os fatos? O apego ao mundo real, o senso crítico, isso é perigoso, pode provocar problemas.
Mesmo quando agredidos, muitos “jornalistas” preferem dar de ombros. Ninguém nunca atacou a imprensa como Jair Bolsonaro... Nem o ditador da Venezuela, que, essa semana, chamou veículos internacionais, como as agências EFE, AFP e AP e a emissora CNN, de “assassinos de aluguel”.
Nem Lula, que chamou jornalistas que fizeram críticas a ele de “cretinos” e “titica de cachorro”.
E o jogo segue... Maduro pode falar e agir à vontade contra críticos – políticos, profissionais de imprensa, portais de notícias e canais independentes, influenciadores...
Ele controla o Judiciário venezuelano, tem parentes e aliados fiéis em cargos importantes nesse poder.
Lula tem muitos amigos e alguns aliados de ocasião no STF, que parece acima do Executivo e do Legislativo.
E claro que o petista não se opõe às ações do Supremo contra aqueles que ele considera inimigos e chama de “extremistas” e “radicais”.Para o petista, todos que não concordam com ele deveriam ser eliminados.
Essa é a meta, cumprida parcialmente, por enquanto, com Bolsonaro inelegível, perseguições e prisões políticas, jornalistas exilados, sem passaporte, com contas bancárias bloqueadas, redes sociais banidas…
Empresários, influenciadores, pessoas comuns, a ninguém será permitido criticar o Lula, e criticar o Supremo, e criticar o TSE.
Nicolás Maduro que se cuide... Foi inventar de falar mal do sistema eleitoral brasileiro... Na nossa “imprensa”, virou “bolsonarista”:
“Maduro adota discurso de Bolsonaro e diz que sistema eleitoral do Brasil não é auditável”
“É inadmissível tolerar fala bolsonarista de Maduro sobre eleições no Brasil”;
“Maduro lembra Bolsonaro, que usou urnas para escalada golpista e acabou inelegível”.
A imprensa que desistiu de ser imprensa faz questão de esquecer que Lula já questionou nosso sistema eletrônico de votação e totalização dos votos:
“Nada é infalível, só Deus”, o petista declarou.
Maduro só repetiu o que já disseram, em outros tempos, ministros do atual governo, como: Simone Tebet e Carlos Lupi. E também Flávio Dino, agora no Supremo. E ministros do STF... E Ciro Gomes, João Amoêdo, Roberto Requião, Carlos Sampaio... A lista é enorme.
Todos, certamente, “bolsonaristas”. Maduro não entrou no grupo agora. Já tinha sido chamado de “conservador”... Putin também. Até Lula vira “bolsonarista” quando a imprensa procura desesperadamente um jeito de ajudá-lo.
No ano passado, Metrópoles, O Globo, Uol, Folha, essa turma toda publicou coisas assim:
“A profusão de declarações polêmicas de Lula tem um quê do jeitão ‘vingativo’ e ‘fora da casinha’ de Bolsonaro”;
“Bolsonarização de Lula assusta aliados de centro e até do PT”;
"Clima de violência é fruto dos instintos despertados pelo bolsonarismo”.
Há sempre um pano para Lula, não importa o que ele faça ou fale, e uma guilhotina para Bolsonaro.
Saiu numa coluna do Uol, essa semana:
“Lula coleciona falas machistas, ainda que nem de perto eu perceba nele o desprezo que Bolsonaro sentia por mulheres, o sentimento era de falta de respeito”.
É a imprensa desvairada que também sempre chamou Donald Trump de “machista” e “misógino”.
A mesma que agora trata o republicano como um “idoso decrépito” e questiona se ele já não passou da idade de ser presidente, evitando citar que Lula é quase um ano mais velho do que Trump.
A mesma que passou os últimos anos dizendo que Joe Biden estava “em forma e bem” e que agora tenta transformar o democrata num “patriota”, num “herói”, por “abrir mão” da reeleição. A mesma que sabe que Joe Biden foi obrigado a desistir de concorrer.
O jornalismo que correu para o ralo decidiu que há “extremistas perigosos” apenas de um lado. Eles são uma “ameaça à democracia”, e ninguém precisa de fatos para confirmar essa história.
Donald Trump sobreviveu a um atentado. Jair Bolsonaro também. A imprensa que desistiu de ser imprensa fez força para não acreditar nas duas tentativas de assassinato. Discretamente ou descaradamente.
Há também os que lamentaram e ainda lamentam que Adélio Bispo e Thomas Matthew Crooks tenham falhado.
São os “democratas” que não querem oposição a eles. Os outros não são seres humanos, devem ser extirpados.
Maduro, disparando ameaças, avisou que “haverá justiça contra os fascistas” e chamou Bolsonaro e Milei de nazistas, um ditador pode tudo.
Lula, no lançamento da campanha de Guilherme Boulos, vociferou contra “nazistas, fascistas, genocidas e negacionistas”, aqueles que ele quer enxergar.
E tudo o que possa “desabonar” Maduro e Lula, para a imprensa destrambelhada, de alguma forma, será sempre uma influência maléfica de Jair Bolsonaro.