Tallis Gomes

Fundador e mentor do G4 Educação. Fundador da Easy Taxi e Singu.

OPINIÂO

3 erros que cometi que quase mataram meus negócios (e como você pode evitá-los)

Não importa o quão experiente você seja, um passo em falso pode ser a sentença de morte que vai enterrar a sua companhia.

Tallis Gomes

Em sua famosa obra Metafísica, Aristóteles já dizia que todos os homens têm, por natureza, desejo de conhecimento

Um dos mais conhecidos filósofos estoicos, Epicteto, também acreditava que esforçar-se para encontrá-lo era o meio para desenvolver o discernimento correto (prohairesis) e viver uma vida virtuosa.

Esse pressuposto que permeia toda a história da filosofia, desde os gregos até os dias atuais, é, de fato, uma das armas mais poderosas à disposição daqueles que têm estômago para tomar riscos no mundo dos negócios. Afinal, nem sempre sabemos tudo de antemão e os erros são, muitas vezes, inevitáveis. 

Embora o papel do erro seja frequentemente subestimado, tanto no ambiente escolar quanto na cultura mainstream, ele é crucial para o aprendizado.  

Sim, desde cedo, somos ensinados a temê-lo e evitá-lo, como se fosse sinônimo de falha e fracasso ou, pior, algo a ser punido e não uma oportunidade para crescer - um mindset limitado e totalmente contraproducente. 

Como disse Thomas Edison, ao ser questionado sobre suas inúmeras tentativas falhas ao inventar a lâmpada elétrica, ele não havia falhado, mas descoberto 10 mil maneiras que não funcionavam

Sem dúvidas, aprender com seus próprios erros é importante, mas vamos ser honestos, apesar de construir um know-how poderoso, existe uma abordagem ainda mais eficiente para encurtar esta jornada, poupar tempo, recursos e, em muitos casos, evitar dores desnecessárias: aprender com os erros dos outros

Se você pode utilizar um atalho, por que não o faria? A verdade é que não precisa reinventar a roda ou tropeçar nas mesmas pedras que derrubaram outros antes de você. 

Ver onde eles falharam – as estratégias que afundaram seus projetos, as decisões ingênuas que destruíram carreiras – te dá uma vantagem brutal

Por isso, ao invés de idolatrar apenas os cases de sucesso, mergulhe nos fiascos e desastres para descobrir os buracos em que você não deve cair. 

Eu mesmo cometi algumas falhas que quase destruíram meus negócios. Felizmente, consegui aprender com essas experiências e, hoje, compartilho três desses erros fatais, para que você possa evitá-los e proteger o futuro da sua empresa:

#1- Acordos societários frouxos

Todo mundo é amigo até a primeira discussão. Acordos societários frouxos são uma bomba-relógio, esperando para explodir no momento mais inoportuno. 

Sabe aquele contrato mal feito, cheio de brechas e sem clareza? Pois é, ele vai te arrastar para o fundo do poço

Na hora do aperto, é cada um por si, e se você não tiver tudo amarrado com o máximo de detalhes possíveis, vai descobrir da pior maneira que a boa fé não se sustenta nos negócios

A ingenuidade aqui pode te custar não só a sua companhia, mas anos de trabalho, energia, e, quem sabe, a própria sanidade. Se você acha que "depois a gente resolve", prepare-se para sentir na pele o que é um verdadeiro inferno.

Não é à toa que, de acordo com dados levantados pela Harvard Business Review, 43% dos founders de startups acabam comprando a parte de seus cofundadores devido a rixas interpessoais e disputas de poder

Eu mesmo quase quebrei duas vezes com sócios maus-caracteres e, por isso, levo para a vida duas regras:

  1. Não existe sociedade 50/50: não importa o quão sólido você acha que é o relacionamento, um sócio precisa ter a última palavra nos impasses. Quando os dois possuem o mesmo poder decisório, qualquer divergência pode resultar em um impasse perigoso, paralisando o negócio no momento em que mais precisa de ação. Pior, criar ainda uma guerra de egos onde ninguém cede e o business é quem paga o preço. 
  2. As pessoas mudam: aquela pessoa que parecia perfeita para ser seu sócio hoje pode não ser a mesma daqui a um ano, cinco anos, ou mais. Ambições mudam, valores se distorcem e as prioridades se transformam. Por isso, todo contrato precisa ser claro e detalhado desde o início, definindo as responsabilidades e obrigações de cada envolvido, assim como as regras para fazer o exit da empresa. Um acordo bem amarrado é questão de sobrevivência ao longo do tempo.

#2 - Ficar de 7h às 22h com a cara no computador e apagando incêndios 

Em alguns momentos, os sprints são necessários, mas fazer da exceção um comportamento padrão é a receita perfeita para o esgotamento mental e físico

Eu sei, parece que quanto mais horas você coloca, mais resultado você vai colher. Mas a verdade é que trabalhar dessa forma não só é insustentável, como também é ineficaz a longo prazo

Para tomar boas decisões, o gestor precisa conversar com várias pessoas, estar em ambientes estratégicos e ter boas informações. Estudos mostram que CEOs que cultivam networkings fortes e diversificados tendem a aumentar o valor de suas companhias. 

E, claro, isso não vai acontecer se você ficar o dia todo preso no escritório só olhando planilhas. Se você está sempre apagando incêndios, quem estará cuidando para que o próximo não aconteça? A resposta é: ninguém.

Então, a lição aqui é clara: produtividade não é medida em horas, mas em resultados. Se você está preso no ciclo interminável de trabalhar de 7h às 22h, é hora de parar, reavaliar e ajustar suas prioridades

Aprenda a delegar, automatizar e, acima de tudo, a dar valor ao seu tempo. Porque, no final das contas, se você não consegue sair do escritório, o negócio pode até sobreviver, mas quem vai quebrar é você.

#3 - Contratar pelo currículo acadêmico

Formação acadêmica não vale nada se não vier acompanhada de entrega. Já contratei gente formada no MIT e nas Ivy Leagues, verdadeiros gênios na teoria, mas que na prática não conseguiam entregar nem metade do que prometiam

Eles sabiam tudo sobre conceitos, mas na hora de colocar a mão na massa, na hora de enfrentar o caos do mundo real, travavam ou, pior, falhavam miseravelmente.

Prefira gente com sagacidade (o que chamo de street intelligence), uma curiosidade insaciável e que já tomou algumas pancadas, mas entendeu na marra como o jogo é jogado

São eles que trazem valor real para a mesa. Não estão preocupados em exibir diplomas; estão focados em resultados.  

Entenda, no Brasil, a sua organização está sempre na UTI. Para sair dela, é preciso estar rodeado de gente boa e ter muito foco na execução.

Se não aprender com isso, talvez seja o próximo a cair

Armadilhas como essas e muitas outras são mais comuns do que se imagina. Não por acaso, mais de 2 milhões de empresas quebraram no ano passado no Brasil, enquanto o G4 Educação cresceu 51,5% em comparação ao ano anterior.

Apesar desses três erros não cobrirem todos os desastres possíveis que podem acontecer com a sua organização, esses são alguns dos mais comuns e evitáveis. Fique atento a esses perigos e tome medidas para mitigá-los antes que se tornem irreversíveis.

Décadas de erros nos ensinaram o caminho. Quem me dera se alguém tivesse me dito isso antes, talvez eu não tivesse cometido os mesmos deslizes que me custaram tanto. 

Mas, o que importa agora é que você não precisa trilhar esse trajeto sozinho. Oferecemos o Santo Graal dos negócios no G4 Gestão e Estratégia, mostrando as práticas de gestão, vendas e growth que mantêm as maiores empresas do mundo no topo.

Quando não há espaço para incertezas e a margem de erro é mínima, prefira crescer com o conhecimento que outros ignoram.