Segundo a historiadora Ana Campagnolo, William Goodwin é o criador do feminismo. Ele defendia que tanto os homens quanto as mulheres não deveriam ser submetidos ao padrão moral da cultura ocidental.
Em jantares promovidos por pensadores revolucionários de Londres, William influenciou diversos interlocutores, incluindo Mary Wollstonecraft, posteriormente sua esposa. Mary foi considerada a primeira mulher a defender o feminismo.
As informações deste artigo são baseadas nas pesquisas feitas pela historiadora Ana Campagnolo, em seu curso sobre Feminismo, ministrado no Núcleo de Formação. Além do curso, a Brasil Paralelo elaborou um ebook sintetizando as principais informações do movimento feminista - toque aqui para garantir seu livro digital.
Embora o termo feminismo tenha sido inventado por Charles Fourier, William Godwin foi um dos primeiros autores a defender a igualdade de gênero de forma sistemática.
Para ele, instituições como família e Estado, Igreja e capitalismo de mercado são realidades que atrapalham a realização pessoal do ser humano. Os dirigentes dessas instituições as comandavam para escravizar os seus membros, defendia o autor. Para ele, homens e mulheres deveriam se libertar dessa tradição.
Godwin era um ex-pastor calvinista que abandonou o ministério, a fé e a igreja, tornando-se um cético e um ateu convicto, anti-Igreja e anti-religião.
Seu sistema de pensamento defendia:
Autores como o cientista político Travis Roulston afirmam que Godwin foi o primeiro anarquista da história. No livro Anarchist Individualism, Travis explica que o pensamento de Godwin tem por base o individualismo utilitarista.
A autonomia do indivíduo passa a ter um papel sagrado. Maximizar a liberdade pessoal é o maior desejo de Godwin, afirma o Dr. Joseph T. F. Roberts em um artigo sobre o autor. Seus principais influenciadores foram os iluministas franceses, cuja filosofia preconizava revoluções radicais contra as tradições ocidentais.
Para Godwin, a finalidade da vida humana é a máxima satisfação dos prazeres e desejos carnais e pessoais. Sua filosofia defende que não existe um certo e errado universal, como preconiza o Direito Natural.
Sintetizando o pensamento de Godwin e explicando as raízes do feminismo em seu pensamento, Ana Campagnolo diz no curso ministrado na Brasil Paralelo:
"William Godwin é um dos pensadores da revolução sexual. Quero frisar para que vocês prestem atenção: novamente, temos um homem.
Não falamos de mulheres ainda, porque ainda não apareceram aqui. William Godwin era contra a monogamia e contra o casamento, esse casamento tradicional, católico, cristão, que conhecemos.
Vejam, os primeiros a levantar a bandeira do fim do casamento, do divórcio facilitado, da liberdade sexual, não são as mulheres, são os homens. Até o momento, nós só estamos falando de homens".
Godwin frequentava reuniões de outros pensadores adeptos do iluminismo francês na capital da Inglaterra, em Londres. Era amigo do político Thomas Paine e do artista Henry Fuseli.
Em uma dessas ocasiões, Godwin conheceu Mary Wollstonecraft. A jovem se aprofundou em suas ideias revolucionárias após frequentar esses banquetes.
Nas rodas de conversa, eles falavam sobre política, literatura e, principalmente, sobre a Revolução Francesa. William e Mary se casaram anos após os primeiros contatos. Mary apaixonou-se pela primeira vez por Gilbert Imlay.
Imlay era um executivo norte-americano que viajava pelo mundo, defensor do fim do casamento e do fim da monogamia.
Imlay defendia todo tipo de amor livre. Ele chegou a publicar um livro chamado The Emigrants (1973), uma espécie de tratado de defesa do divórcio e da libidinagem generalizada.
Imlay fugiu e abandonou Mary assim que soube que a engravidou. Depois de um tempo, ela descobriu que Imlay tinha uma segunda mulher.
Enquanto estava nessa situação de desamparo, Mary percebeu que precisava de um marido para ajudá-la a sustentar a criança.
Mary procurou novamente Gilbert Imlay e chegou a propor que este fosse marido das duas mulheres, pois queria ajuda e suporte para criar a filha. Ele, contudo, não quis.
Desolada com a recusa, Mary Wollstonecraft, tentou se suicidar no rio Tâmisa. Ela acabou sobrevivendo com a ajuda de um homem que passava e viu o ocorrido.
Foi a segunda tragédia que ela tinha experimentado com uma figura masculina, a primeira decepção foi seu pai alcoólatra e violento.
Depois, Mary reencontrou William Godwin. Após passar a morar com William, Mary engravidou novamente. Os dois se casaram na igreja.
Ana Campagnolo trata do controverso episódio em seu livro Feminismo: Perversão e Subversão:
“Mary contraiu matrimônio com William Godwin, que, aliás, também é considerado um dos precursores do pensamento anarquista.
Criticados e questionados por suas reputações libertinas não condizerem com a oficialização do casamento, os noivos se justificaram: o casamento foi o meio legal que encontraram para proteger financeiramente tanto Mary quanto o bebê que nasceria”.
Os escritos de Mary seguem a linha do que aprendeu com Godwin e os iluministas franceses. Como foi a primeira mulher a escrever vastos tratados sobre o assunto, Mary ficou conhecida como a primeira feminista da história.
Suas principais ideias são:
A Face Oculta do Feminismo é um documentário original da Brasil Paralelo que apresenta uma investigação inédita sobre a influência desse movimento político na sociedade moderna. Além de entender as raízes, você vai conhecer as principais intenções por trás do movimento feminista.
O feminismo tem duas faces. Uma é aparente e bonita, é a face da não-violência, da empatia, do respeito e da sororidade. Esse é o lado que está na luz, que é comumente divulgado.
Mas o feminismo tem duas faces. E a outra face é oculta, não aparece nas redes sociais, nos discursos das artistas, nem nos programas de TV.
Kate Millet é um exemplo. Ela, que foi uma das principais feministas do século XX, defendia:
Kate Millet foi denunciada pela sua irmã como uma pessoa sádica e brutal que tentou assassiná-la em mais de uma ocasião.
Todas as escolas que Kate passou a expulsaram. Ela era muito violenta e as instituições não conseguiam conter seu comportamento. Segundo o livro Radical Feminists: A Guide to an American Subculture, Kate tentou suicidar-se diversas vezes, mas não teve sucesso.
No livro In volo. Amori e lotte: un'autobiografia, Kate divulgou um caso com a amante Sita. O fato de ter divulgado o relacionamento e a forma como escreveu deixaram Sita amargurada, levando-a ao suicídio.
No documentário A Face Oculta do Feminismo, diversos historiadores, filósofos, juristas e outros especialistas abordam as origens e a face não comumente divulgada desse movimento, um dos mais influentes do século XXI.
A Brasil Paralelo também elaborou um ebook sobre Feminismo com a historiadora Ana Campagnolo, sintetizando os principais pontos da história e pensamento desta ideologia - toque aqui para garantir sua edição.
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