Estudar história é importante tanto para a vida individual quanto para a vida social. Em senso estrito, a história estuda os feitos do homem ao longo do tempo. Com essa área do saber, é possível entender como o passado influencia o presente, o porquê das coisas serem como são e quais são os melhores modelos de vida individual e social, fornecendo ainda outras possibilidades.
A história amplia o mundo que se vive, propicia o contato com outras culturas e diferentes saberes, carrega valores e ensinamentos pelo tempo e pode oferecer um sentido à vida.
Para o historiador Georges Duby:
“Para que serve a história? A história é, antes de tudo, um divertimento: o historiador sempre escreveu por prazer e para dar prazer aos outros. Mas também é verdade que a história sempre desempenhou uma função ideológica, que foi variando ao longo dos tempos”.
Duby ainda afirma que a disciplina ainda é uma fonte de divertimento, mesmo que outros a instrumentalizem para fins ideológicos.
Muitos alunos se perguntam porque aprendem tantas coisas difíceis em matemática, se nada disso usarão na vida. O mesmo pode ser perguntado sobre a história do mundo e do Brasil.
Que diferença faz aprender sobre o passado? Entenda mais sobre essa disciplina.
A história é a disciplina que estuda o homem no tempo. Ela investiga seus feitos, invenções, ações, pensamentos e sentimentos. O conhecimento histórico auxilia o homem a compreender o que ele construiu ao longo de sua existência e o que as sociedades legaram em termos intelectuais, culturais e materiais.
“Para ser bom historiador, o que se precisa ter é, acima de tudo, imaginação, perspicácia e uma sensibilidade para descobrir questões relevantes e os lugares certos para encontrar respostas a elas.” (Peter Burke)
O historiador não pode voltar ao passado para contar exatamente como as coisas se passaram, o homem não tem esse poder, tampouco os eventos se repetem.
A história envolve a investigação das informações que foram preservadas ao longo do tempo de uma determinada pessoa, cidade, ou civilização. As informações são recolhidas, investigadas, analisadas e reconstruídas até a conclusão apresentada pelo historiador.
Por essa razão, Burke considera necessário a imaginação, a perspicácia e a sensibilidade para um bom historiador.
É preciso:
Mas por que é importante estudar história?
Estudar história é importante tanto para a vida individual quanto para a vida social. Com essa ciência, é possível entender como o passado influencia o presente, o porquê das coisas serem como são e quais são os melhores modelos de vida, de sociedade e muitas outras possibilidades.
A história amplia o mundo que se vive, propicia o contato com outras culturas e diferentes saberes, carrega valores e ensinamentos pelo tempo e pode oferecer um sentido à vida.
Novos lugares são descobertos, pessoas diferentes e seus feitos, a extensão do tempo e como ele faz as coisas mudarem ou permanecerem as mesmas… tudo isso são lições que a história e seu estudo permitem.
O estudo da história envolve também a construção da memória. A memória é a visão ou lembrança de determinados fatos que uma pessoa ou grupo carrega.
Mesmo que não corresponda necessariamente com os fatos, a memória individual ou coletiva pode construir uma narrativa, e esta ser decisiva para a história local.
A memória está intimamente conectada à história de um indivíduo ou de um povo.
Além dos problemas de manipulação da memória, a história muitas vezes é vítima de uma visão cientificista, quase matemática da disciplina.
Alguns apontam que sua função é conhecer o passado para compreender o presente e planejar o futuro, evitando erros passados.
Porém, a História não é uma equação matemática, e os homens possuem um grau de imprevisibilidade tão grande que muitas vezes tomam decisões que contrariam a lógica. E se o estudo da história impedisse os erros do passado, não haveria uma Segunda Guerra Mundial 21 anos após a Primeira.
Outro problema dessa concepção é: a história pode auxiliar na compreensão do presente, no entanto, dentro dessa ótica, seu estudo fica restrito a questões imediatas e de alcance do estudioso.
Por exemplo, para um historiador mineiro, o que as pirâmides do Egito ou as tribos celtas da Antiguidade o ajudariam a compreender em sua sociedade?
Como afirma o historiador medievalista Ricardo da Costa, “percebo que o interesse humano em relação ao passado é vasto e infinito”. Portanto, o estudo da história é amplo e abraça temas ilimitados.
Por fim, as lições do passado não servem de bola de cristal para se prever o futuro.
O estudo da história é importante porque desperta a percepção de diferentes culturas e de que as pessoas podem ser diferentes, e tudo isso contribui para a ampliação da imaginação.
Portanto, como pode o estudo da história impactar na vida humana?
“Sou cético quanto à ideia de ser um historiador engajado. Penso que escolher tópicos só porque são os de ‘nossa época’, porque dizem respeito ao ‘hoje’, significa ter uma visão míope e provinciana da história; mesmo porque, o que parece totalmente distante da atualidade pode se tornar, repentinamente, o seu foco. Lembro-me vividamente que, em 1969, meus alunos em Roma estavam freneticamente interessados em um só evento que aconteceu em Turim a 1920: a ocupação das fábricas pelos operários. Não pensavam em mais nada. E eu, trabalhando nessa época sobre a feitiçaria e os benandantti, estava a milhões de anos-luz de todos eles. No entanto, pouco tempo depois — e isso eu gosto de recordar abertamente — nas manifestações de rua, as feministas gritavam: ‘Tremam, tremam, as feiticeiras voltaram’” (Carlo Ginzburg).
A grande importância da história para a vida e porque é importante estudá-la, segundo o renomado historiador Carlo Ginzburg, é:
O estudo da história e seu ensino deve ser como um pai que narra um conto de fadas ao filho. Quando lhe conta a história, o intuito é dar algum exemplo ou noção de como agir corretamente, do certo e do errado.
Esses contos são a parte material da educação, enquanto a parte mental e espiritual se dá no plano dos valores, é a lição de moral extraída deles. Com a História, deveria dar-se o mesmo.
Quando se reflete acerca da importância do estudo da história para os dias atuais, sempre há uma grande romantização da disciplina, como se o progresso humano estivesse associado ao seu conhecimento. Porém, o caso das guerras mundiais ilustra como isso é um exagero.
A história não possui a missão de salvar o homem dos erros do passado, impedindo-os de os repetir no presente ou no futuro.
É necessário, antes de acreditar que as sociedades e civilizações já cometeram um mesmo equívoco duas vezes, entender que tais homens que são objetos de estudo do passado não pensam, nem sentem, nem acreditam nem sonham da mesma forma através dos dias, anos, décadas, séculos e milênios.
Assim, a importância da história envolve a ampliação do imaginário, do horizonte de consciência, o acúmulo de conhecimentos e o amplo contato com aquilo que o homem produziu no tempo.
Envolve sobretudo conhecer e compreender o passado da humanidade, nunca reinventá-lo ou distorcê-lo a favor de convicções políticas ou pessoais, para provar as próprias ideias.
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