A queda do muro de Berlim significou diversas realidades humanas, não apenas a falha do socialismo e a vitória do livre mercado. Após anos de batalha sangrenta entre alemães orientais versus soviéticos, o muro foi enfim rompido, e a Alemanha se unificou novamente. A geografia e a geopolítica global foram alteradas. O significado da queda do muro de Berlim ecoa até hoje das mais variadas maneiras, possuindo sentido até mesmo para o Brasil contemporâneo.
O muro de Berlim foi construído na madrugada de 13 de agosto de 1961. Foi derrubado em 1989.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a aliança existente entre EUA e União Soviética transformou-se no completo oposto.
Perto do fim da guerra, os dois países já emergiram como as maiores potências do mundo recém-globalizado.
As tensões entre os dois blocos ficaram claras quando o principal território da época foi conquistado: a Alemanha.
Eis o início da Guerra Fria.
Na confusão pós segunda guerra mundial, cada país administrava suas conquistas como bem quisesse, sem responder a ninguém.
A Alemanha deixou de ser um país autônomo, passando a ser metade da União Soviética e metade dos EUA, França e Inglaterra.
Durante o pós-guerra, os EUA e aliados investiram na reconstrução da Europa através do plano Marshall.
Já a União Soviética fez o oposto. Os comunistas aproveitaram a riqueza mineral e intelectual da Alemanha e a utilizaram para reconstruir a Rússia.
Rapidamente, a diferença administrativa começou a ficar clara.
Em pouco tempo, a Alemanha Ocidental já demonstrava pujança, uma vida boa com paz e liberdade, enquanto o lado oriental demonstrava o oposto.
Nos anos 60, a Alemanha Ocidental já possuía a 3ª maior economia do mundo.
A Alemanha Oriental estava sob o jugo totalitário da URSS. Érica Rieamann foi presa aos 14 anos, em 1945, por haver desenhado um laço na imagem de Stalin, exposta na sua escola.
Ela foi sentenciada a 10 anos de prisão em um antigo campo de concentração.
Esse não era um fato isolado, mas era prática comum do regime comunista.
Essa realidade é apresentada no documentário da BBC, A Alemanha Oriental — A vida por trás da cortina de ferro.
Diante desse cenário, os alemães do oriente passaram a ir em massa para o lado ocidental.
Entre 1950 e 1961, aproximadamente 3,5 milhões de pessoas migraram da Alemanha Oriental para a Ocidental.
Esse cenário prejudicava a União Soviética. Sem muitas opções, os comunistas começaram a construir o muro no meio da madrugada, justamente para evitar outro deslocamento em massa já no dia seguinte.
Esse é um dos principais significados do muro de Berlim: impedir os cidadãos de regimes comunistas a migrarem para sistemas capitalistas.
Após a madrugada de 13 de agosto de 1961, muitas famílias ficaram separadas por mais de 20 anos.
Durante a construção do muro, havia a “linha da morte”: aqueles que tentassem atravessar a fronteira, eram prontamente baleados por um soldado soviético.
Rapidamente, o muro ficou pronto e foi sendo reforçado até a sua queda.
Em 1962, o muro já possuía 155 quilômetros de extensão e rodeava toda a Berlim Ocidental.
Berlim ficava por inteira na área soviética; portanto, a parte ocidental era uma ilha capitalista.
Neste mesmo ano, um segundo muro foi construído com distância de 100 metros para com o segundo, formando uma área cheia de guaritas com soldados armados, tornando impossível a travessia.
Durante todo o tempo no qual o muro de Berlim ficou de pé, houve protestos dos habitantes da Alemanha Oriental.
Nesses 39 anos, mais de 100.000 tentaram ir para o lado ocidental, mesmo com o gigantesco muro.
Mais de 300 pessoas foram assassinadas durante as tentativas, aponta o site: memorial do muro de Berlim.
Outras 2000 pessoas foram encaminhadas para interrogatórios e nunca mais foram vistas.
A partir de 1989, o bloco comunista passou a sofrer grandes crises econômicas e sociais.
O governo comunista já não conseguia sustentar suas próprias estruturas, principalmente seu sistema de repressão social.
A crise econômica diminuiu o poder de controle da União Soviética, levando à queda da Polônia e da Hungria.
Os povos destes países já estavam se manifestando desde alguns anos anteriores, fazendo crescer o movimento anticomunista cada vez mais.
Em 1989 o povo consegue derrubar a ditadura soviética na Polônia, e os húngaros destroem a cerca que os separava da Áustria, fugindo aos milhares para a Europa ocidental.
Cada vez mais os povos dominados pelo totalitarismo soviético se rebelavam, até o movimento anticomunista chegar com força total na Alemanha em 1989.
No final de 1989, em setembro, os alemães orientais passaram a organizar eventos proibidos pela União Soviética.
Uma Missa campal foi realizada, atraindo milhares de fiéis. Um dos significados da queda do muro de Berlim foi religioso.
No final de setembro, a população alcançou o ápice da rebeldia anticomunista: as ruas de Berlim foram preenchidas por protestantes que exigiam o fim do regime soviético.
Após muita luta e repressão, os manifestantes conseguiram abrir os pontos de acesso para Berlim ocidental.
Sem que a URSS conseguisse manter seus regimes aliados e nem mesmo suas próprias estruturas, o povo começou a derrubar o muro no dia 9 de novembro de 1989.
O evento marcou a queda do comunismo institucional. A queda do muro de Berlim significou o desgosto dos cidadãos que viviam sob o comunismo.
A queda do muro de Berlim significou o fim da Guerra Fria, a falha intrínseca do sistema comunista e a não aceitação do homem por regimes totalitários. O evento possibilitou a unificação da Alemanha. A queda do muro de Berlim também significou a união de um povo.
Esse evento histórico possui diversos significados em mais de um campo da vida humana. Alguns dos principais são:
O primeiro e mais claro significado da queda do muro de Berlim é a insustentabilidade do sistema socialista-comunista.
Quando o muro de Berlim caiu, as pessoas correram para o lado capitalista, o lado ocidental.
Mesmo possuindo quase metade do território do mundo, os países comunistas não conseguiram se manter.
Contudo, até mesmo no panorama político a queda do muro de Berlim possui significados mais profundos.
Percebendo que a estratégia de dominação pela força não funciona, o movimento comunista passa a adotar o pensamento de Antonio Gramsci imediatamente após a queda do muro.
A estratégia de Gramsci visa implantar o comunismo através da cultura. Sua teoria instiga os revolucionários a mudar toda a cultura de uma nação aos poucos, até chegar na dominação das mentes.
Em 1990 o Foro de São Paulo é formado.
Angela Merkel e Vladimir Putin, membros dos governos comunistas da cortina de ferro, passaram a atuar democraticamente.
O movimento comunista se reinventou desde as bases após o evento, esse é um dos principais significados da queda do muro de Berlim.
No momento que o homem passa a afirmar que não existe algo superior à sua vontade, tudo é possível, como disse Dostoiévski na obra Irmãos Karamazov.
O governo comunista não aceitava a ideia de que existem direitos do homem que não podem ser retirados por outros homens.
A liberdade, a propriedade, o culto religioso e muitos outros direitos estão presentes em todas as culturas e até hoje muitos ainda buscam estes valores.
Impedir essa tendência natural do homem é impedir a possibilidade de viver. A queda do muro de Berlim também teve esse significado.
O governo da URSS suprimiu muitos direitos naturais e sofreu as consequências.
O governo soviético retirou as armas do povo alemão e não permitia acesso ao livre mercado e conteúdos não aprovados pela censura.
Até hoje a Alemanha Oriental possui um IDH menor que a Ocidental.
Entretanto, mesmo em situação precária, os alemães lutaram pelos seus direitos e conseguiram conquistar a liberdade após anos de domínio.
Sem recursos, enfrentando um governo muito bem armado, a união organizada do povo fez com que sua vontade triunfasse. A pressão dos países e personalidades contrárias à URSS ajudou no processo.
- Um dos significados da queda do muro de Berlim é de que o socialismo/comunismo não funciona. Veja os principais argumentos econômicos nesse artigo.
Após perder uma de suas principais fontes de renda, o governo soviético não iria se sustentar por mais tempo, necessitando encerrar a União Soviética e seu governo comunista.
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