Paulo Freire é um dos autores que mais dividem o Brasil. Muitos pedagogos defendem suas teses, afirmando que ele é um dos autores nacionais mais referenciados e premiados no exterior.
Outros professores alegam que suas obras doutrinaram alunos e prejudicaram a educação brasileira, sendo a causa para o Brasil estar nas últimas posições do PISA e de outros rankings internacionais de educação.
Por que Paulo Freire causa tanta divisão e polêmica? O que ele defendia?
Dentre as diversas teses e opiniões que Paulo Freire defendia, alguns pensamentos se destacam como polêmicos, compondo as principais pautas contrárias ao pedagogo. Para ele:
No livro Pedagogia do Oprimido, uma das principais obras de Paulo Freire, ele escreveu:
“Pedagogia que faça da opressão e de suas causas objeto de reflexão dos oprimidos, de que resultará o seu engajamento necessário na luta por sua libertação, em que esta pedagogia se fará e refará” (edição de 1987, p. 17).
Em outra parte do livro, escreve:
"O sentido pedagógico, dialógico, da revolução, que a faz 'revolução cultural' também, tem de acompanhá-la em todas as suas fases".
A ideia de luta de classes de Paulo Freire veio da teoria marxista da história, o materialismo histórico. Segundo o pedagogo Afonso Scocuglia, professor na UFPB:
"Nessa obra [Pedagogia do Oprimido], a aproximação aos pensamentos marxiano e marxistas é notória, principalmente quanto a uma leitura da realidade que leva em consideração, por exemplo, as questões relativas às classes sociais e ao conflito entre elas" (trecho de A história das ideias de Paulo Freire e a atual crise de paradigmas).
Paulo Freire defendia publicamente em suas obras e palestras que a tarefa central da educação é formar revolucionários.
Para Gabriel de Arruda Castro, mestre em Política pelo Hillsdale College, é possível depreender das obras de Freire que a educação é um papel quase que exclusivamente do Estado.
Ele afirma que o corolário do pensamento de Freire defende o Estado como protagonista da educação, junto com instituições de revolução social.
Karl Marx era contrário à existência de hierarquias sociais. Para ele, diferenças de poder configuram opressão. A pedagogia de Paulo Freire segue uma linha semelhante.
Paulo Freire acreditava que o professor deveria ser um auxiliar do processo de aprendizado do aluno, não uma figura de mestre.
Para o pedagogo, não existe hierarquia entre professor e aluno. No livro Pedagogia do Oprimido, ele defendia:
"A educação [tradicional] se torna um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador o depositante. No fundo, porém, os grandes arquivados são os homens, nesta (na melhor das hipóteses) equivocada concepção “bancária” da educação. Arquivados, porque, fora da busca, fora da práxis, os homens não podem ser".
Nesse caso, o professor não é uma figura de autoridade, ele não pode ser visto como alguém que possui algo que o aluno não tem.
Para Paulo Freire:
"As relações pais-filhos, nos lares, refletem, de modo geral, as condições objetivo-culturais da totalidade de que participam. E, se estas são condições autoritárias, rígidas, dominadoras, penetram nos lares que incrementam o clima da opressão" (Pedagogia do Oprimido).
Baseando-se nos demais trechos das obras de Freire, é possível dizer que ele defendia que as condições ideais dos lares seria a defesa de uma educação que conscientize os filhos para a luta de classes e os estimule a participar da revolução social.
Concluindo a fala sobre família, em A Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire diz:
[...] Esta influência do lar se alonga na experiência da escola. Nela, os educandos cedo descobrem que, como ao lar, para conquistar alguma satisfação, têm de adaptar-se aos preceitos verticalmente estabelecidos. E um destes preceitos é não pensar.
Introjetando a autoridade paterna através de um tipo rígido de relações, que a escola enfatiza, sua tendência, quando se fazem profissionais, pelo próprio medo da liberdade que neles se instala, é seguir os padrões rígidos em que se deformaram.
Isto, associado à sua posição classista, talvez explique a adesão de grande número de profissionais a uma ação antidialógica", diz um trecho de Pedagogia do Oprimido.
Paulo Freire defendia diversos guerrilheiros comunistas como grandes heróis em seus livros sobre pedagogia. Che Guevara é um deles. Segundo Freire, em Pedagogia do Oprimido:
“O que não expressou Guevara, talvez por sua humildade, é que foram exatamente esta humildade e a sua capacidade de amar que possibilitaram a sua ‘comunhão’ com o povo. (...). Este homem excepcional revelava uma profunda capacidade de amar e comunicar-se”.
Em outro trecho do mesmo livro, ele fala sobre Fidel Castro:
"A liderança de Fidel Castro e de seus companheiros, na época chamados de “aventureiros irresponsáveis” por muita gente, liderança eminentemente dialógica.
[A adesão do povo] Exigiu o testemunho corajoso, a valentia de amar o povo e por ele sacrificar-se. Exigiu o testemunho da esperança nunca desfeita de recomeçar após cada desastre, animados pela vitória que, forjada por eles com o povo, não seria apenas deles, mas deles e do povo, ou deles enquanto povo.
Fidel polarizou a pouco e pouco a adesão das massas que, além da objetiva situação de opressão em que estavam, já haviam, de certa maneira, começado, em função da experiência histórica, a romper sua “aderência” com o opressor".
No final da citação, Paulo Freire se refere à decisão de Fidel Castro de se afastar dos Estados Unidos e se aliar à União Soviética.
Freire ainda referencia a obra A Frente Única no Trabalho Cultural, de Mao Tse Tung, como exemplo de pedagogo no livro Pedagogia do Oprimido.
As citações apontadas acima renderam a Paulo Freire críticas de diversos intelectuais brasileiros, como o historiador Thomas Giulliano e o economista e analista político Rodrigo Constantino.
Um dos principais problemas apontados é que a visão de mundo de Freire e as personalidades citadas leva ao totalitarismo. Mao Tsé Tung foi um dos maiores genocidas da história, sendo responsável por cerca de 50 milhões de mortes, de acordo com as pesquisas resumidas no Livro Negro do Comunismo.
Che Guevara e Fidel Castro foram oficialmente sentenciados pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em 1967, por terem criado campos de concentração para opositores e fuzilado inimigos deliberadamente.
O documentário Pátria Educadora, original da Brasil Paralelo, reuniu os maiores especialistas em pedagogia do Brasil para entender o que está acontecendo com a educação do país. Confira o trailer:
A maior parte das pessoas no Brasil é alfabetizada pelo método silábico. Muitos professores utilizam “as famílias” para alfabetizarem as crianças. Como por exemplo, a família do “F”: fa, fe, fi, fo, fu. Cada sílaba corresponde a uma palavra.
Assim, o aluno obtém familiaridade com as sílabas. O método de Paulo Freire segue esse mesmo caminho. O pedagogo não inventou o método silábico, tampouco plagiou-o, ele apropriou-se dele e concedeu-lhe nova interpretação.
Paulo Freire deu destaque para a realidade do aluno, apresentando os métodos de alfabetização através da realidade conhecida pelo educando.
Quando ensinou pedreiros analfabetos no Nordeste, Freire utilizou a palavra tijolo como elemento principal nas lições.
Ele dividia silabicamente a palavra tijolos (ti-jo-los). Depois, suprime uma das sílabas, como por exemplo "ti". Os alunos eram questionados se está faltando algo na palavra. O ensino era feito a partir da exclusão e inclusão das sílabas.
Praticamente tudo era escolhido para facilitar o contato entre a realidade do alfabetizando e o aprendizado da alfabetização.
Em 2012, Paulo Freire foi declarado como patrono da educação brasileira. Os governos do Partido dos Trabalhadores tinham o método de Freire como base desde o primeiro governo de Lula.
Segundo opositores, esse foi um dos principais causadores dos problemas da educação brasileira. O Brasil é um dos piores países no ranking da Organização da Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) desde 2006 em diante.
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