Descobrir o que é educação é o objetivo de um vasto número de brasileiros. Milhares de pessoas fazem essa pesquisa na internet por dia. Governos gastam bilhões com instituições educacionais. Segundo Platão, essa busca é ótima, pois só a educação levará o homem à felicidade.
“A educação deve possibilitar ao corpo e à alma toda a perfeição e a beleza que podem ter” (Platão).
A educação pode ser definida como o processo do desenvolvimento do homem rumo a sua realização plena. Santo Irineu de Lyon definia o homem como um ser perfectível, ou seja, sempre apto a receber algo que o aperfeiçoe.
Ser educado é receber conteúdos intelectuais, uma base intelectual.
Mesmo os aprendizados mais técnicos pressupõem uma anterior educação da inteligência, da razão.
As criações técnicas, como cadeiras e mesas, precisam de motivação intelectual para serem feitas (animais não possuem objetos). Aliás, essas necessidades são transmitidas pela linguagem, uma ferramenta totalmente intelectual.
Até mesmo o homem mais simples, que desempenha apenas trabalhos braçais, necessita de educação intelectual.
O homem possui diversas capacidades e diversos modos de experimentar a vida. Assim, os tipos de educação podem ser separados em 5 grupos: linguagem, moral, cultura, artes e esportes (saúde).
A diversidade de possibilidades faz com que o homem necessite satisfazer cada uma delas de modo diferente, para que consiga alcançar uma realização integral.
A pessoa que desenvolve sua linguagem em nível gramatical e retórico com certeza conseguirá benefícios na vida, tanto profissional como social. Porém, se não educar seu corpo, os malefícios corporais poderão levá-la a não usufruir de sua boa educação linguística.
Mesmo possuindo objetivo educacional em uma área específica, como filosofia, história, medicina ou engenharia, todos devem ser educados em mais de uma área.
Eis algumas das principais disciplinas necessárias para o desenvolvimento da educação:
Veja a explicação de cada uma dessas disciplinas.
A linguagem é a porta de entrada para todo conhecimento. Tudo o que o ser humano sabe foi porque alguém ensinou. E para transmitir o conhecimento foi necessário que ambos falassem a mesma língua.
Quanto mais se conhece uma língua, maior é a capacidade de educação, uma vez que maiores serão as possibilidades de conceitos a serem apreendidos.
Quem conhece melhor a língua, consegue explicar melhor o que sabe.
A capacidade de explicar bem garante sucesso em todos os campos, desde a satisfação dos clientes até um melhor trato social. Um homem que se explica de forma clara para a esposa evitará muitos problemas, e vice-versa.
A linguagem é essencial para todas as áreas da vida, sendo uma das ferramentas educacionais mais importantes de todas.
A educação moral permite uma vida organizada, que possui forma.
A vida sem sólida moral leva o homem a cada dia ter objetivos e práticas diferentes, afasta a constância que garante a excelência — em qualquer âmbito da vida.
A educação moral faz com que a vida em sociedade se desenvolva, permitindo avanços civilizacionais.
“Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens” (Pitágoras).
Cultura é uma palavra de origem latina que significa “ação de tratar”, “fazer crescer”, “cultivar”.
A palavra também é utilizada na agropecuária justamente por se originar nessa área.
Posteriormente, ao fazer uma associação da ordem existente no universo com a ordem existente no interior do homem, os filósofos passaram a fazer uma analogia com o termo.
Assim como o homem deve cultivar o campo para desenvolver a natureza, também deve cultivar sua alma para alcançar uma vida realizada.
Dessa maneira, a palavra cultura passa a designar os fatores que predispõem o homem no processo de desenvolvimento da sua alma.
É o conjunto de crenças, leis e artes que existem na sociedade em que a pessoa nasceu, que influenciam e orientam sua vida.
Conhecer a cultura da própria região é essencial para o processo de educação, já que é através dos fundamentos dela que uma pessoa enxerga o mundo.
Entenda a importância da cultura para a criação e manutenção de uma sociedade.
De forma semelhante à cultura, a arte é importante por ser um meio de enxergar a beleza da vida e do mundo.
Essa disciplina merece destaque, pois ela garante uma das principais ferramentas da educação: a formação do imaginário.
A formação do imaginário é uma ideia conhecida no Brasil devido às obras do filósofo Olavo de Carvalho.
A premissa dessa ideia é que a substância da vida humana é a narrativa.
O imaginário é a maneira que a pessoa projeta sua vida a partir do que ela entende ser sua realização. Essa projeção é formada a partir das histórias que ela consumiu ao longo de sua vida.
Alexandre, o Grande, tinha a Ilíada como livro de cabeceira. Seu sonho era ser como Aquiles.
As histórias recebidas ao longo da vida, especialmente na infância, moldam o que cada pessoa deseja ser e como ela vê o mundo.
Literatura, cinema, música, qualquer tipo de arte, especialmente artes narrativas, moldam o imaginário do homem.
Muitos pais não entendem como os filhos se desviam da maneira que foram criados. Uma das explicações pode ser a formação do imaginário que obtiveram através da internet e outros meios de cultura.
A arte é uma ferramenta essencial para a educação.
Saiba como formar bem o imaginário através da literatura. Não importa a idade, basta ter vontade.
Os esportes são importantes, tanto para a parte psicológica do homem, quanto para sua saúde corporal. A educação física ensina os estudantes a lidarem bem com o corpo e desenvolvê-lo com saúde.
Eles ensinam a buscar a excelência, mostram que a vida não é fácil, que a competição existe e precisa ser enfrentada.
Os esportes coletivos ensinam o trabalho em equipe, atingindo o cerne do que é uma amizade — na célebre sentença de Santo Tomás de Aquino, idem velle, et idem nolle, no português: ter os mesmos objetivos que os amigos e rechaçar as mesmas coisas, o mesmo querer e desquerer.
A prática séria de esportes na infância, junto com uma boa formação filosófica (explicação dos porquês de cada coisa) pode trazer grandes benefícios para a vida.
A saúde é conquistada através da movimentação e exposição do corpo às intempéries do mundo.
Uma educação sobre saúde permite à pessoa uma vida equilibrada e muito mais fácil. A vida de quem não tem problemas na coluna é muito melhor.
Se a educação é o processo de desenvolvimento rumo a realização plena, a principal serventia da educação deve ser a felicidade.
Aristóteles afirmava que o homem é feito para a felicidade. Todos buscam ser felizes.
Mas o que é a felicidade?
Felicidade é estar bem. É o que todos procuram.
Contudo, muitos divergem sobre o que é estar bem.
Alguns dizem que a felicidade é se sentir bem consigo mesmo, outros, que é ser o que a pessoa quer ser.
Essas posições não são as da filosofia clássica.
Para os filósofos, segundo a metafísica, adquirir prazer é diferente de adquirir um bem. Fazer o bem pode ou não gerar prazer, mas não deixa de ser algo bom.
Uma pessoa que fuma crack tem prazer, mas, para o filósofo clássico, esse prazer específico é um mal.
O usuário de crack fuma porque busca um bem, mas após o prazer seu organismo será destruído de várias maneiras.
O mesmo vale para outros prazeres, como festas em excesso, comida em excesso e sexo desregrado.
Todos esses prazeres agradam durante o momento, mas depois somem, deixando consequências negativas duradouras na vida das pessoas.
Os filósofos clássicos afirmam que os homens realmente desejam um bem enorme para se satisfazer, um bem infinito, mas dizem que esse bem apenas é encontrado em um outro mundo: o mundo da metafísica.
Eles afirmavam que a educação metafísica pode levar o homem a compreender racionalmente a existência de um mundo sobrenatural, onde um ser eterno pode satisfazer o desejo de eternidade do homem.
Algumas das teses mais proeminentes nesse sentido são os livros Metafísica e Ética a Nicômaco, de Aristóteles, e os comentários às mesmas obras de Aristóteles, por Santo Tomás de Aquino, bem como suas questões na Suma Teológica onde se prova a existência de Deus por meio de 5 vias.
Nessa perspectiva, a educação é vista como o mesmo processo que o desenvolvimento da personalidade. Aprenda como formar sua personalidade e ter uma vida feliz.
Paulo Freire vislumbrava uma educação que liberta, embora não tenha sido o inventor desta ideia.
Platão, Aristóteles e tantos outros falaram sobre o papel que a educação tem, incluindo o viés de libertação da alma.
O professor de história, Thomas Giuliano, autor do livro Desconstruindo Paulo Freire, explica que o patrono da educação tratava a história do Brasil como formada pela alienação, pelas desigualdades e pela opressão e, assim, sua pedagogia deveria ser o meio de libertação do aluno.
Neste entendimento, os professores que seguem a doutrina freiriana tratam o aluno como um agente transformador.
No Brasil moderno, a educação é separada em 3 categorias:
A educação formal do Brasil moderno é oferecido em 3 categorias, quais sejam:
A educação do Brasil moderno possui duas etapas principais: educação básica e a educação superior. A educação básica corresponde a conclusão de 3 etapas: ensino infantil, ensino fundamental e ensino médio.
A educação superior corresponde aos cursos de graduação, pós-graduação e demais cursos de extensão. Se uma pessoa conclui uma graduação no Brasil, ela ja é denominada como alguém com ensino superior.
Segundo o especialista em educação, professor Felipe Nery, o problema da educação no Brasil não é um problema de falta de recursos ou de pouco investimento.
Na verdade, o Brasil aplica em seu sistema educacional um valor acima da média dos países desenvolvidos. O problema é ideológico.
A ideologização do ensino começa no período militar. A ditadura militar permite a infiltração da esquerda nos ambientes culturais e educacionais e a anistia permite o retorno de vários intelectuais de esquerda para o Brasil que ocupam postos nas universidades.
Paulo Freire se torna secretário da educação de São Paulo, cria a medida da aprovação automática e sua doutrina educacional, que envolve a alfabetização e a educação militante, tornam-se regra nos currículos universitários brasileiros.
Ou seja, uma educação que não representa o compromisso com o ensino e com a verdade, mas sim com uma ideologia de esquerda. E assim uma alfabetização que não demonstra ser o método mais eficaz, toma conta da formação brasileira.
Paulo Freire é o grande nome que dissemina o vínculo da revolução cultural com a pedagogia no Brasil, estabelecendo esses fundamentos na sua maior obra, intitulada Pedagogia do Oprimido.
O que se vê hoje no Brasil é a fusão entre educação crítica/revolucionária e o ensino pragmático para o trabalho. A primeira educa o homem como agente transformador da sociedade e a outra forma trabalhadores para o mercado.
Ou seja, há um problema na cultura educacional: ela instrumentaliza politicamente os alunos ao mesmo tempo que compacta seus conhecimentos e técnicas para o mercado de trabalho.
É na Constituição Federal do Brasil que tudo começa. No capítulo II, está estabelecido o direito à educação, citado mais de 59 vezes durante a constituição.
Com altas taxas de analfabetismo e uma população jovem, o governo brasileiro decidiu criar um complemento aos direitos impostos pela constituição: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, conhecida por LDB. Toda educação brasileira é regulamentada direta ou indiretamente pelo Ministério da Educação.
Fundado em 1930 por Getúlio Vargas, o MEC passou a ter um orçamento anual de mais de 100 bilhões de reais, coordenando objetivos educacionais e sendo o principal ponto de referência da educação nacional.
A gestão da educação infantil, fundamental e média que ocorre nas escolas, é feita por secretarias e conselhos. Tais secretarias e conselhos atuam em nível estadual e municipal.
Nenhuma escola existe sem essa autorização, e as que existem, não estão dispensadas de seguirem as suas regras. Elas orientam e coordenam o sistema educacional através de pedagogias, tecnologias, questões técnicas e financeiras.
E tudo isso está ligado à cultura pedagógica gestada por Paulo Freire.
Na segunda metade do século XX, o Brasil deu passos expressivos na universalização das matrículas. Mais de 99% das pessoas em idade escolar estão matriculadas nas escolas. Sucede porém que o problema da qualidade desse ensino nunca foi resolvido nem enfrentado.
Até 2019, o Brasil sequer topava participar do principal teste internacional para medir o analfabetismo funcional: o PIRLS (Estudo do Progresso Internacional da Alfabetização).
Diante deste cenário, o argumento mais comum é de que se investe pouco na educação brasileira.
O que não é uma constatação desacertada:
Mas o problema não deveria ser falta de recurso: o percentual do PIB brasileiro que sai dos cofres públicos para financiar a educação chega a ser de quase 6%, totalizando mais de R$100 bilhões de reais. Esse número não está abaixo do padrão da OCDE; antes, pelo contrário, é 30% maior que a média.
Dois problemas já foram apontados: a pedagogia freiriana e a estatização da educação. É nesse ponto que surge o terceiro problema: a concentração dos recursos nas universidades.
O governo do PT priorizou investimento no ensino superior. O orçamento foi triplicado, saindo de R$17 para R$51 bilhões. O número de mestrados e doutorados aumentou em mais de 300%, mas os resultados desse dinheiro e dessas pesquisas não vieram.
O custo de cada universitário brasileiro é de quase 15 mil dólares por ano. Isso significa que mesmo estando nos últimos lugares de todos os rankings que medem a qualidade da graduação e da pesquisa científica, o Brasil continua investindo no décimo sexto universitário mais caro do mundo.
Platão ensinou como formar o imaginário e as etapas para adquirir conhecimento da vida e de como bem viver.
O roteiro entregue pelo sábio grego pode ser adaptado à realidade individual de cada pessoa, preenchendo as lacunas necessárias e descobrindo sua vocação no processo.
Segundo o filósofo, até os 10 anos, a educação seria predominantemente física e constituída de brincadeiras e esportes. A ideia era criar uma reserva de saúde para toda a vida.
Em seguida, começaria a etapa da educação musical (abrangendo música e poesia), para se aprender harmonia e ritmo, saberes que criariam uma propensão à justiça, e para dar forma sincopada e atrativa a conteúdos de matemática, história e ciências naturais.
Neste momento também entra a educação literária. O estudante deve buscar os clássicos da literatura para formar seu imaginário.
Depois dos 16 anos, à música se somariam os exercícios físicos, com o objetivo de equilibrar força muscular e aprimoramento do espírito.
Aos 20 anos, os jovens seriam submetidos a um teste para saber que carreira abraçar.
Os aprovados para a vida de estudos receberiam mais dez anos de instrução e treinamento para o corpo, a mente e o caráter, com um foco especial em cumprir sua vocação, sem deixar de lado as demais disciplinas necessárias para compreender a vida de forma integral.
O teste seguinte avalia aqueles que possuem aptidão filosófica. Os que são reprovados, são encaminhados para carreira militar ou outras carreiras, e os aprovados começam os estudos filosóficos propriamente ditos.
No mundo moderno, para a educação filosófica é possível adaptar a leitura dos diálogos de Platão com o processo de preenchimento do que faltou na formação do imaginário, mas o ideal é focar mais na boa formação do imaginário para depois estudar filosofia.
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