A Bomba de Napalm foi uma criação dos Estados Unidos para potencializar o poder das bombas incendiárias. Ela é considerada uma arma química e seu poder destrutivo chamou atenção pela letalidade quando foi usada em Tóquio e na Guerra do Vietnã. A Bomba de Napalm é um aprimoramento de um armamento muito utilizado na Segunda Guerra Mundial. Entenda o que é essa bomba, seus efeitos e a história por trás dela.
A Bomba de Napalm é uma arma química que utiliza o Napalm em sua composição. O Napalm é uma mistura química composta por Naftenato de alumínio e Palmitato de alumínio mono e di-hidroxilados. Para fazer a bomba é adicionado ao Napalm uma mistura de gasolina ou diesel adicionada de algum espessante.
Essa mistura faz com que a explosão gere um fogo denso e viscoso. Ele gruda nas superfícies e consegue queimar por muito mais tempo.
Quando atinge um corpo de um soldado, o Napalm incendeia a pessoa levando-a à morte ou provocando queimaduras intensas. Ele tem uma capacidade de aderência na pele que torna muito difícil da pessoa interromper o processo de queima, além de provocar terror psicológico nas vítimas que entram em desespero pelo “fogo grudento”. Ao tentar limpá-lo a vítima só contribui para que o fogo se espalhe mais.
A título de comparação: as bombas nucleares de Hiroshima e Nagasaki, juntas, levaram cerca de 70.000 pessoas à morte. As bombas de Napalm mataram 100.000 pessoas apenas na cidade de Tóquio.
Mesmo que seu poder de destruição seja menor do que a Fat Man e a Little Boy, armas nucleares usadas pelos EUA, ela foi usada mais vezes, gerando mais vítimas.
As Bombas de Napalm também foram utilizadas nos seguintes lugares:
Devido ao uso em larga escala, é difícil calcular quantas pessoas morreram por conta dessa bomba.
Na Primeira Guerra Mundial, o exército americano desenvolveu no Centro de Guerra Química dos EUA uma bomba espessante à base de borracha. Ela grudava em superfícies, o que inclui o corpo das pessoas. A sua produção foi dificultada pela falta de disponibilidade de borracha no mundo.
Para criar bombas com efeito similar, mas que não necessitasse da borracha, foram feitas novas pesquisas. Uma equipe de cientistas liderada por Louis F. Fieser criou uma alternativa substituindo a borracha pelo Napalm, substância que já era usada na agricultura.
A bomba se provou mais destrutiva e eficiente para seus objetivos militares.
O Napalm é considerado ideal para:
O armamento foi estreado na Segunda Guerra Mundial. As forças americanas utilizaram-no em lança-chamas. A bomba de Napalm foi utilizada pela primeira vez em 1944, nos conflitos no pacífico da Segunda Guerra Mundial.
Os aliados empregaram muitas bombas de Napalm contra cidades japonesas. Na Europa, a bomba só foi utilizada no ano de 1945 contra a Alemanha.
Anos mais tarde, entre 1950 e 1953, os americanos utilizaram um grande arsenal de bombas Napalm na Guerra da Coreia.
Por dia eram lançados mais de 100.000 kg de bombas de Napalm. A arma foi validada e seu poder destrutivo foi atestado.
O sucessor do Napalm foi o Napalm-B, versão aprimorada da bomba. A sua composição química mudou para apresentar menos risco às pessoas que estão manipulando a arma. Era comum que a bomba antiga causasse acidentes.
Segundo dados do Global Security, os Estados Unidos empregaram cerca de 400.000 toneladas de Napalm-B durante a Guerra do Vietnã. O país possui uma densa vegetação tropical e os vietcongues cavavam túneis para suas estratégias de guerrilha. Diante dessas barreiras, o uso de bombas de Napalm era militarmente eficiente.
Os males da bomba se tornaram mundialmente conhecidos quando o fotógrafo Nick Ut registrou um ataque de Napalm a uma aldeia vietnamita.
O fotógrafo da Associated Press Nick registrou com uma foto o momento em que Phan Thi Kim Phuc, uma criança de 9 anos, corria com outras crianças do fogo de uma bomba Napalm.
Na foto é possível ver Phan correndo nua, porque o fogo da napalm queima seu corpo.
Essa se tornou uma das fotos mais famosas do mundo e um símbolo da Guerra do Vietnã. A menina sobreviveu e trabalha hoje como embaixadora da Boa Vontade na ONU.
O uso de Napalm continuou no Vietnã, mas se tornou um dos principais alvos das críticas dos movimentos antiguerra que protestavam também contra as empresas que produziam o Napalm para o exército dos Estados Unidos.
Em 1980, o uso de armas incendiárias passou a ser proibido contra civis. Seu emprego continua permitido contra alvos militares. Do ponto de vista geopolítico, o uso de Napalm é malvisto e por isso os países evitam utilizar esse recurso.
Em uma entrevista ao The Independent em 2003, pilotos americanos confessaram utilizar Napalm no Iraque pelo seu efeito psicológico. Os Estados Unidos utilizam o MK-77 e negam utilizar o Napalm.
O exército americano nega que o Napalm tenha sido utilizado e afirma que sequer possui esse tipo de armamento em seu arsenal.
A bomba de Napalm é uma arma com alto potencial de destruição não apenas para as pessoas, mas também para o meio ambiente.
Quando usado próximo de rios, a temperatura das águas esquenta tanto que há relatos de pessoas fervidas levadas à morte. O efeito da bomba destrói a biodiversidade daquele local, matando peixes, algas e outros animais.
A explosão do armamento produz grande quantidade de gases poluentes e gera incêndios de largas proporções em florestas. Esses gases são muito prejudiciais ao sistema respiratório das pessoas e dos animais, podendo causar severos danos e agravar doenças.
Isso foi evidenciado no Vietnã, que é um país de mata tropical densa e muitos rios. As consequências ambientais foram graves, dificultando a vida das pessoas. Do ponto de vista tático e militar a arma era eficiente, mas a bomba se tornou um símbolo da violência das guerras.
Ela não afetou apenas os vietnamitas, mas todo o xadrez geopolítico da Guerra Fria. Era uma disputa de narrativas, uma guerra de informações entre o bloco capitalista e o bloco comunista. O destino do mundo estava em jogo e a Ásia era o principal palco naquele momento.
Por isso não é possível entender a história mundial recente sem estudar a Guerra do Vietnã.
O documentário A Guerra do Vietnã: um filme de Ken Burns e Lynn Novick conta todos os detalhes desse conflito usando imagens reais da época.
Ele impressiona pela riqueza de detalhes e por trazer os fatos sem tentar favorecer qualquer um dos lados.
É um relato histórico que você poderá assistir em breve no streaming da Brasil Paralelo. Clique no link e saiba exatamente como assistir.
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