A história do nascimento de Jesus, o momento que dividiu a história da humanidade. É narrada principalmente pela Bíblia. Já nas Escrituras antigas do povo hebreu, existiam várias referências a este acontecimento, antes do Natal acontecer.
Porém, o que muitos não sabem é que, para além dos escritos e profecias dos hebreus, os próprios povos pagãos também provavelmente profetizaram o nascimento de Jesus.
O nascimento de Jesus, o Natal, ocorreu durante o domínio do Império Romano sobre o povo judeu. Ele nasceu de forma humilde, em uma gruta, na cidade de Belém, no dia 25 de dezembro do ano 0.
Existem controvérsias acerca da data de seu nascimento, porém, segundo o pesquisador Liberato De Caro, pesquisador do Instituto de Cristalografia do Conselho Nacional de Pesquisa de Bari, na Itália, é certo que Jesus nasceu no mês de dezembro no ano 0.
Sua pesquisa foi feita com base no calendário judaico e suas principais festas descritas na Bíblia, em estudos astronômicos e nos escritos do célebre historiador Flávio Josefo.
Segundo os evangelhos de São Mateus e São Lucas, Jesus nasceu em Belém, cidade do Rei Davi. Seu pai adotivo, São José, era descendente do Rei Davi, bem como sua mãe, Maria.
Segundo está escrito na Bíblia, no Evangelho de São Lucas, no 2º capítulo:
"Também José subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à Cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, para se alistar com a sua esposa, Maria, que estava grávida. Estando eles ali, completaram-se os dias dela. E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria."
Era comum que o Império Romano fizesse censos esporádicos para ter controle da população de seus territórios.
Cada judeu tinha que ir para a sua cidade para fazer o censo com sua família. Isso fez com que José e Maria necessitassem ir para Belém.
Contudo, provavelmente a família de José e Maria já estava toda em Nazaré ou outra cidade. Ao chegar a Belém, o casal foi rejeitado por todas as hospedarias da pequena vila. Maria teve que conceber seu filho em uma gruta, junto dos animais.
O nascimento de Jesus em Belém possui um significado muito profundo para o povo hebreu. Seu nascimento se encontrou com várias profecias feitas há séculos de distância.
Contudo, muitas profecias pagãs também parecem se encontrar com o homem que dividiu a história.
Mas antes de apresentar as profecias, seria benéfico entender os efeitos do nascimento de Jesus e qual a sua importância para a história da humanidade hoje.
Jesus trouxe uma novidade nunca antes vista na história: o Amor.
Antes de Jesus, nenhuma civilização desenvolveu a ideia de amar o próximo até a morte, e, principalmente, de amar o inimigo.
Foram os seus ensinamentos que permitiram uma civilização que preze pela fraternidade, pelo respeito à dignidade do próximo.
Exemplos disso são:
A partir do Cristianismo,:
Mesmo com as falhas de muitos homens, o amor total passou a ser a meta de vida de inúmeras pessoas.
Surgiram pessoas caridosas como Madre Teresa de Calcutá e São Francisco de Assis, que dedicaram suas vidas no cuidado do próximo, sem nunca esperar nada em troca.
Os Cristãos acreditam que Jesus escolheu nascer em uma situação de pobreza material para demonstrar que o mais importante na vida é a humildade e a entrega a Deus pelo próximo.
Esse fato causou tanto impacto no mundo inteiro que dividiu toda a história da humanidade.
Sua mensagem de Amor encantou tantas pessoas, que a religião do pobre de Belém se tornou a maior do mundo.
O Amor Ágape (entrega total pelo bem) — ou caritas, em latim; caridade, em português — nunca tinha sido o centro de uma religião ou civilização antes de Cristo.
As profecias escritas pelos antigos hebreus são documentos históricos. Possuem autenticidade verificada empiricamente devido aos avanços das ciências.
As principais profecias que se encontram com o nascimento de Jesus são:
“Mas tu, Belém de Efrata, tão pequena entre os clãs de Judá, é de ti que sairá para mim aquele que é chamado a governar Israel. Suas origens remontam aos tempos antigos, aos dias do longínquo passado.
“Por isso, Deus os deixará, até o tempo em que der à luz aquela que há de dar à luz. Então, o resto de seus irmãos voltará para junto dos filhos de Israel. Ele se levantará para os apascentar, com o poder do Senhor, com a majestade do nome do Senhor, seu Deus.
Os seus viverão em segurança, porque ele será exaltado até os confins da terra” (cap. 5, vers. 1-3);
“O próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará ‘Deus Conosco’" (cap. 7, vers. 14);
“Não se apartará o cetro de Judá, nem o bastão de comando dentre seus pés, até que venha aquele a quem pertence por direito, e a quem devem obediência os povos" (cap. 49, vers. 10);
“Eis que virão dias — oráculo de Javé — nos quais suscitarei a Davi um germe justo, que reinará como rei; será sábio e exercerá o direito e a justiça sobre a terra.
Em seus dias, Judá será salvo e Israel terá segurança em sua morada; este será o nome com que o chamarão: ‘Javé-nossa justiça’” (cap. 23, vers. 5);
“Presta pois atenção a este oráculo e compreende bem a sua revelação: Setenta semanas foram fixadas a teu povo e à tua cidade santa para dar fim à prevaricação, selar os pecados e expiar a iniquidade, para instaurar uma justiça eterna, encerrar a visão e a profecia e ungir o Santo dos Santos.
Sabe, pois, e compreende isto: desde a declaração do decreto sobre a restauração de Jerusalém até um chefe ungido, haverá sete semanas; depois, durante sessenta e duas semanas, ressurgirá, será reconstruída com praças e muralhas. Nos tempos de aflição, depois dessas sessenta e duas semanas, um ungido será suprimido, e ninguém será a favor dele.
A cidade e o santuário serão destruídos pelo povo de um chefe que virá. Seu fim chegará com uma invasão, e até o fim haverá guerra e devastação decretada. Concluirá com muitos uma sólida aliança por uma semana e no meio da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; sobre a asa das abominações virá o devastador, até que a ruína decretada caia sobre o devastado” (cap. 9, vers. 23-27).
As 70 semanas de Daniel são semanas de dias (70 x 7), resultando em 490 dias; e tomando estes como semanas de anos (seguindo um modo de falar da própria Bíblia, cf. Levítico 23,15-16; 25,8), são obtidos precisamente 490 anos, o tempo decorrido entre o fim do Cativeiro da Babilônia e o efetivo nascimento de Cristo.
Além disso, Jesus foi abandonado e morto por influência das autoridades judaicas; o Templo de Jerusalém foi realmente profanado pelos romanos (que em 40 d.C. tentaram instalar ali uma estátua do imperador Calígula); e, por fim, diante das contínuas revoltas contra as autoridades romanas, foram os judeus completamente dispersos em 135 d.C.
Muitos não sabem, mas existem muitos relatos de pessoas que não eram do povo hebreu, o povo de Jesus, mas que possivelmente profetizaram seu nascimento. Alguns desses casos são:
As sibilas eram profetizas dos povos pagãos. Viviam nos templos para cumprir funções religiosas diariamente. Eram todas celibatárias.
Diversas sibilas fizeram profecias que curiosamente se encaixam na pessoa de Jesus. Uma profecia denomina Jesus como Filho de Deus e Salvador. Essas profecias foram feitas, em geral, séculos antes do nascimento de Cristo.
As profecias das sibilas foram encontradas nos Livros Sibilinos e nos Oráculos Sibilinos. Alguns estudiosos modernos supõem que são livros distintos, mas tal afirmação carece de provas.
Sobre a autenticidade das profecias das Sibilas quanto a Jesus, o professor de história da Universidade de Oxford, H. W. Parke escreve:
"Este documento é frequentemente suspeito de ser uma falsificação posterior, mas a crítica mais recente parece concordar com sua autenticidade” (H. W Parke, Sibyls and the Sibylline Prophecy in Classic Antiquity, p. 164).
Ele também escreveu A History of the Delphic Oracle; Oxford: Basil Blackwell, publicado pela Cambridge University.
A existência e veracidade dessas profecias é atestada por diversos autores clássicos, como:
Algumas das principais profecias das sibilas são:
Em sua obra Éclogas, Virgílio, o consagrado poeta pagão, elabora observações filosóficas enquanto contempla o cenário bucólico dos campos. Por isso, um dos nomes da obra é Bucólicas.
Um de seus escritos, concebido aproximadamente no ano 40 a.C., chamou a atenção dos Cristãos.
Muitos Doutores da Igreja interpretaram a Écloga IV de Virgílio como uma profecia do nascimento de Cristo, principalmente Santo Agostinho.
O tempo próximo do nascimento de Jesus e todas as descrições feitas pelo autor se assemelham às profecias dos hebreus.
Os escritos também mencionam uma profecia da Sibila de Cumas, demonstrando que a profetiza havia afirmado o nascimento de um menino que traria uma nova era para a humanidade, no tempo do nascimento de Jesus.
Em seus escritos, Virgílio proclama:
Já chegou a última época da profecia de Cumas:
surge novamente a grande ordem da totalidade dos séculos.
A Virgem já está de volta, voltam os reinos de Saturno,
uma nova geração é enviada do alto do céu.
Tu, casta Lucina, favorece o menino que nasceu há pouco;
por causa dele, a época de ferro desaparecerá
e a geração de ouro surgirá no mundo. Apolo é quem reina agora.
Sendo tu, ó Polião, sendo tu o cônsul, a glória desta idade avançará,
e os grandes meses começarão a correr, sendo tu o chefe.
Se permanecem alguns vestígios de nossos crimes,
serão apagados e libertarão a terra de um pavor eterno.
Ele receberá a vida dos deuses e verá os heróis
misturados às divindades; ele próprio será visto entre elas
e regerá com as virtudes paternas o universo pacificado.
Foi por causa desse trecho que Dante Alighieri escolheu Virgílio para ser seu guia no início da Divina Comédia. O célebre poeta tinha Virgílio como mais que um grande escritor, ele era visto como um profeta, um homem próximo de Deus.
A Sibila Eritreia escreveu explicitamente: Jesus Cristo, Filho de Deus, O Salvador, A Cruz (ΙΗΣΌΎΣ ΧΡΕΙΣΤΟΣ ΘΕΟΥ ΎΊΟΣ ΣΩΤΗΡ ΣΤΑΎΡΟΣ).
A escrita foi feita em acróstico — poesia em que as primeiras letras de cada verso formam, em sentido vertical, um ou mais nomes ou uma frase.
O conteúdo do poema-profecia condiz com a doutrina que Jesus iria proclamar séculos depois.
A sua provável autenticidade como profecia vem do fato de ter sido escrita antes de Jesus nascer, comprovada pelas menções feitas à autora por diversos pensadores pagãos, alguns já mencionados.
Outros fatos históricos, como a referência do imperador Cristão Constantino a esta profecia, através do Livro Sibilino, e outras referências feitas por pagãos antigos, indicam a possibilidade de a profecia ser de 560 a.C.
O conteúdo da profecia na íntegra é (na tradução não se forma o acróstico):
Julgamento! Irá umedecer a terra com o suor de seu estandarte,
Sempre duradouro, eis que o rei virá através dos tempos,
Enviado para estar aqui na carne e julgar no final do mundo.
Ó Deus, os crentes e infiéis igualmente te verão [como homem, em Cristo]
Elevado com os santos, quando finalmente as eras terminarem,
Sentados diante dele estão as almas na carne para o seu julgamento
Escondido em vapores espessos, enquanto os mentirosos desolados jazem sobre a Terra,
Rejeitados pelos homens são os ídolos e tesouros há muito escondidos;
A terra é consumida pelo fogo, e procura o oceano e o céu;
Indo adiante, destrói os terríveis portais do inferno.
Santos em seu corpo e alma, liberdade e luz herdarão
Aqueles que são culpados devem queimar em fogo e enxofre para sempre.
Ações ocultas reveladoras, cada um publicará seus segredos
Os segredos dos corações de cada homem Deus revelará na luz.
Então haverá choro e pranto, sim, e ranger de dentes;
Eclipsado é o sol, e silenciou as estrelas em seu coro.
Acabado e ido é o esplendor do luar, derreteu o céu.
Elevados por ele são os vales, e derrubados os montes.
Perdeu-se completamente entre os homens as distinções entre elevado e plano.
Nas planícies avançam as colinas, os céus e os oceanos estão misturados.
Oh! Que fim de todas as coisas! a terra quebrada em pedaços perecerá;
Inchando juntos de uma vez, as águas e as chamas fluirão nos rios.
Soando, a trombeta do arcanjo tocará do céu,
Sobre os ímpios que gemem em sua culpa e suas múltiplas tristezas.
Tremendo, a terra será aberta, revelando o caos e o inferno.
Todo rei diante de Deus comparecerá naquele dia para ser julgado.
Rios de fogo e enxofre cairão dos céus.
Embora a profecia tenha um teor apocalíptico, ela diz que Jesus é o filho de Deus e virá na carne, relacionando-se com a história do nascimento de Jesus.
Os demais escritos de outras sibilas estão de acordo com o Cristianismo, mas não necessariamente possuem conexão com o nascimento de Jesus.
O próprio fato de os reis magos irem ao encontro de Jesus mostra que os pagãos tinham algum conhecimento de seu nascimento e importância.
Na sua obra da República, Platão diz o que aconteceria se um homem verdadeiramente justo entrasse no mundo. Curiosamente, ele narra o que se sucedeu com Jesus. Tanto o nascimento e vida pobre quanto a paixão, morte e crucifixão.
No capítulo 2, a partir da página 48, ele diz:
“[Sócrates]: Agora, para fazermos um juízo da vida dos dois homens de que falamos, oponhamos o mais justo ao mais injusto e estaremos aptos a julgá-los bem; de outro modo não o conseguiríamos. Mas como estabelecer esta oposição?
Assim: não tiremos nada ao injusto da sua injustiça nem ao justo da sua justiça, mas consideremo-los perfeitos, cada um no seu género de vida.
[...]
a extrema injustiça consiste em parecer justo não o sendo. Portanto, deve-se conceder ao homem perfeitamente injusto a perfeita injustiça, não suprimir nada e admitir que, cometendo os atos mais injustos, retire deles uma maior reputação de justiça
[...]
Em face de tal personagem coloquemos o justo, homem simples e generoso, que quer, segundo Ésquilo, não parecer, mas ser bom. Tiremos-lhe esta aparência.
Se, com efeito, parecer justo, terá, como tal, honras e recompensas; saber-se-á então se é pela justiça ou pelas honras e as recompensas que é assim.
[...]
Para isso, é preciso despojá-lo de tudo, exceto de justiça, e fazer dele o oposto do anterior. Sem que cometa ato injusto, que tenha a maior reputação de injustiça, a fim de que sua virtude seja posta à prova, não se deixando enfraquecer por atitudes más e suas consequências;
Que se mantenha inabalável até à morte, parecendo injusto toda a vida, mas sendo justo, a fim de que, chegado ambos extremos, um da justiça, outro da injustiça, possamos julgar qual é o mais.
[...]
[Glauco]: Lembra-te, Sócrates, que não sou eu quem fala, mas aqueles que colocam a injustiça acima da justiça. Eles dirão que o justo, tal como o representei, será chicoteado, torturado, acorrentado, que lhe queimarão os olhos, que, finalmente, tendo sofrido todos os males, será crucificado...”
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