Nos últimos anos, a política tem ganhado cada vez mais destaque na população brasileira, com dois termos frequentemente em destaque: liberalismo e conservadorismo.
Ambas as ideologias têm ganhado força e apoio, moldando debates políticos e eleições em muitos países. No Brasil não é diferente. As postas são alinhadas à direita, mas existem momentos de conflito.
Entenda o que é o liberalismo, o conservadorismo, suas diferenças e a união das duas ideologias, o conservadorismo liberal.
O Liberalismo, segundo seus principais teóricos, é uma doutrina que luta pela liberdade e pelos direitos individuais, e pela proteção da propriedade privada em resumo, afirma o dicionário Oxford Languages.
Seu surgimento é consequência do desejo de alguns grupos de limitar a ação do Estado na vida de cada cidadão e na economia.
“A forma como pretendo tratar o Liberalismo é como uma corrente de pensamento político. O Liberalismo é uma corrente política, uma ideologia se preferir, um conjunto de máximas e preferências para a organização e atuação do Estado. (…) Não é uma teoria da moral, embora ele tenha aspectos éticos e morais”, disse Ricardo Gomes, advogado e vice-prefeito de Porto Alegre.
Essa vontade era intimamente ligada às lutas da burguesia na Inglaterra do século XIII e é por isso que por muitas vezes o liberalismo foi e ainda é associado a esse grupo social.
O Liberalismo e a sua doutrina também estão intimamente conectados às ideias dos pensadores iluministas do século XVIII, explica o historiador Isaiah Berlin no ensaio Dois Conceitos de Liberdade, de 1958.
Os iluministas acreditavam no progresso da humanidade a partir da livre concorrência das forças sociais. Eram contrários às forças que conduziam as decisões dos indivíduos, sejam elas religiosas ou estatais.
As bases do liberalismo político foram lançadas pelo filósofo inglês John Locke (1632-1704), em sua obra Segundo Tratado do Governo Civil.
Nela, o autor mostra-se contra a origem divina do poder e defende que os cidadãos têm direito natural à liberdade, à propriedade privada e à resistência contra governos tiranos.
A ideia do Estado Mínimo, portanto, é uma das máximas do Liberalismo, afirma John Dunn, professor de ciências sociais da Universidade de Cambridge. Outro ponto importante é a ideia do mérito. Cada indivíduo pode possuir mais ou menos bens e realizações com base no seu esforço individual para alcançar seus objetivos.
No campo moral, há a valorização da liberdade individual, portanto há uma oposição à moral preconizada pelos conservadores tradicionais, afirma o cientista político Roger Scruton.
Existem diferentes correntes políticas e econômicas dentro do Liberalismo, sem que haja um conjunto de ideias fechadas. É possível, por exemplo, ser conservador quanto à moral e liberal quanto à economia.
O liberalismo e o conservadorismo são dois pensamentos políticos que se desenvolveram ao longo da história e que possuem características e ideias próprias. Embora sejam distintos, há uma ala que defende a união dessas duas correntes, o chamado conservadorismo liberal.
O conservadorismo liberal surgiu com a obra Reflexões sobre a Revolução em França de Edmund Burke, em 1790. Burke foi um político e filósofo irlandês que se opôs fortemente à Revolução Francesa e seus ideais igualitários e libertários.
Ele defendia a ideia de que as tradições e costumes de um povo deveriam ser valorizados e mantidos, em vez de serem destruídos por ideologias revolucionárias. Burke acreditava que as mudanças deveriam ser feitas de forma gradual e com base na experiência histórica.
Para a sua época, Burke era considerado progressista. O autor era membro do partido Whig, um grupo político contrário aos conservadores da época.
Ao longo do século XIX, o pensamento conservador liberal se consolidou como uma corrente política.
Alexis de Tocqueville, um dos maiores teóricos do conservadorismo liberal, foi um defensor da liberdade individual e da democracia representativa.
Ele acreditava que a liberdade individual era fundamental para o desenvolvimento da sociedade e que a democracia representativa era a forma mais eficiente de garantir a participação popular na tomada de decisões políticas.
Entre os principais membros do movimento estão Benjamin Disraeli, que foi primeiro-ministro do Reino Unido no século XIX e defendia a ideia de que o governo deveria proteger os valores tradicionais e ao mesmo tempo os interesses dos menos favorecidos para promover a justiça social.
Outro importante pensador do conservadorismo liberal foi Michael Oakeshott, um filósofo político britânico que defendia a importância das tradições e costumes de um povo na formação de sua identidade política.
Ele também criticava as ideologias que buscam impor uma visão única de mundo e de sociedade, em vez de respeitar a diversidade cultural e histórica de cada comunidade.
Para os defensores do conservadorismo liberal, a união dessas duas correntes políticas pode resultar em uma sociedade mais justa e livre, que valoriza a tradição e a estabilidade social, mas que também promove a liberdade individual e o livre mercado.
Pesquisadores como John Kekes, autor do livro Conservatism and Liberalism: A Philosophical Dialogue, defendem que a combinação desses dois pensamentos pode resultar em um equilíbrio político saudável, que evita tanto o autoritarismo quanto o individualismo excessivo.
Esses pensadores contribuíram para o desenvolvimento do conservadorismo liberal, que se tornou uma das principais correntes políticas e econômicas do mundo ocidental, tendo elegido lideranças como:
Suas ideias continuam a influenciar os debates políticos e econômicos da atualidade.
Em resumo, o conservadorismo liberal é uma corrente política que busca conciliar as ideias do liberalismo e do conservadorismo, valorizando a liberdade individual e o livre mercado, mas sempre dentro de um contexto de respeito às tradições e valores sociais.
Seus principais defensores são filósofos e políticos como Edmund Burke, Benjamin Disraeli, Alexis de Tocqueville, Milton Friedman, dentre outros.
Contudo, o conservadorismo tradicional se distancia do liberalismo, considerando-o até mesmo uma ideologia perniciosa.
O conservadorismo pode ser entendido como uma filosofia de vida que orienta a ação política, econômica e social de determinados indivíduos ou grupos. Está intimamente ligado aos valores tradicionais.
Opõe-se às mudanças radicais ou violentas e defende a permanência de instituições que geraram bons frutos ao longo do tempo, afirma Roger Scruton, filósofo formado em Cambridge, em seu livro "O Que é o Conservadorismo?".
Exemplos de instituições tradicionais que os conservadores em geral defendem: a família, a Igreja e a comunidade local, além de seus usos e costumes.
Os valores conservadores estão ligados às tradições locais. Portanto, não são um conjunto fechado de ideias. Eles variam de acordo com o lugar e com o tempo.
Os conservadores típicos valorizam a cultura nacional, desde que respeite o conjunto de valores conhecidos como lei natural, ou seja, leis morais que são estabelecidas pela realidade, pela natureza, como não cometer homicídio e não roubar, defende José Galvão de Souza na obra O Direito Natural e o Direito Positivo.
Outro ponto importante para entender o que é conservadorismo é a ideia de que não existe bom selvagem. Considerando o homem com uma natureza inclinada ao mal, não fará sentido projetar sociedades ideais e utópicas para o pensamento conservador.
Se no estudo da tradição é patente que o homem comete um conjunto de crimes típicos, o pensamento sobre o que é justiça e ordem social devem se basear nisso, e não na possibilidade de o homem mudar a própria natureza, afirma Russel Kirk no livro A Mentalidade Conservadora.
A jornada de 2013 a 2023 marca o ressurgimento da direita no Brasil e também uma década de transformação na história política brasileira.
Foi a década de um movimento que uniu liberais, monarquistas, libertários, conservadores e, acima de tudo, pessoas insatisfeitas com os rumos do país em busca de uma alternativa.
Uma trajetória acidentada que viu na internet sua maior força e nas ruas do país seu principal palco.
Por um período, a direita se animou pelo êxito da Operação Lava Jato e seu renascimento no debate público ; uma união nas diferentes alas da direita foi realizada em torno de 3 causas:
Como um movimento político desorganizado e desacreditado conseguiu unir a maioria do país para retirar uma presidente do poder e eleger o seu candidato em um curto espaço de tempo?
Por que tantos rachas internos na direita vieram a público? Houve algum responsável por enfraquecer o movimento?
O legado deixado pela Operação Lava Jato e pelo governo de Jair Bolsonaro foram positivos para o país?
Essas e outras perguntas estarão presentes no novo documentário da Brasil Paralelo.
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